O
suave jugo de Jesus
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília, DF
Amigos, passei um tempo de minha atual existência,
pouco mais de duas décadas, aprendendo sobre valores cívicos, patriotismo,
honestidade e disciplina. Tudo isso sem deixar de praticar esportes saudáveis.
Nessa época, alcancei a graduação de sargento do Exército, como já lhes disse
noutra ocasião. Antes, fiz o curso de cabo da função (QM para os militares) de
rádio operador, motivado pela suposição ingênua de que, para alcançar outros
patamares militares, o Exército me proporcionaria condições ideais.
Infelizmente, ainda hoje não é assim, o que é
lastimável. Exemplo disso é que, ao ser aprovado no concurso para sargentos,
optei por mudar de formação e cursei por dois anos o curso de saúde militar,
mas esse curso, em minha época, havia perdido alguns destaques: primeiro,
continuei o curso como soldado, mesmo tendo sido aprovado em primeiro lugar no
curso de formação de cabos; segundo, na vida civil, o curso, que antes fora
equiparado ao de enfermagem, foi “rebaixado” a mero auxiliar de enfermagem, que
os colegas, por ironia, chamavam de “padioleiro”. Talvez com razão, não em
função das matérias e estágios feitos, mas pelo desprestígio em que caiu o
curso. Falo com o conhecimento de quem, anos depois, foi professor de língua
portuguesa a alunos de diversos cursos acadêmicos na área de saúde. Um deles
foi o de enfermagem.
A vida militar, contudo, proporcionou-me sair do Rio
de Janeiro, minha terra natal, passar ano e meio em Salvador, em convívio com
uma juventude espírita de nível escolar muito superior ao meu, ser transferido
para Barreiras, BA, onde tive a honra de conhecer confrades idealistas e, três
anos depois, ser transferido para Brasília...
Antes de virmos para a Capital do Brasil, num belo
final de tarde dum dia da semana, enquanto aguardava os colegas de farda, para
os exercícios semanais, peguei pedaço de folha e escrevi rapidamente um poema,
que hoje creio tenha sido inspirado pelo mesmo Espírito do poema final desta
crônica. O título que dei ao texto foi: Quem quiser. À noite, no centro
que frequentávamos, a Dra. Lucy, juíza da cidade, que me admirava, embora minha
precária formação escolar à época, pediu-me uma cópia do texto, encantada com
sua singeleza e demonstração de amor à causa do Espiritismo. Agora, peço ao Miro
que me inspire na escrita de novo poema sobre o mesmo tema.
Pedido atendido, eis aqui a nova versão do
tema: A presença de Deus em nós
Quem sente em si nosso Pai,
Quem se faz do Cristo amigo,
E vai caminhando, vai
Sem temer qualquer perigo.
Quem ouve o pedido: “Abrace
A causa até do inimigo”...
Do triste se compadece,
Seja ele rico ou mendigo.
Quem também compreendeu
O que lhe disse Jesus
Sobre amar cada irmão seu
Inda carente de luz...
Quem age assim comumente
Nada teme, sempre vai
Lançando boa semente
No caminho rumo ao Pai...
Pois só Jesus, certamente,
Caminho, Verdade e Vida,
Uma bandeira somente
Eleva em nossa subida.
Pois ele sendo a Verdade,
Luz dos dias meus e seus,
Disse que sem Caridade
Ninguém chegará a Deus.
Agradeço a inspiração do bondoso Casimiro Cunha,
que, desde o apagar da luz dos seus olhos, ainda na sua última existência
física, vem trazendo lindas e singelas mensagens poéticas, do plano espiritual,
para todos nós. Esse espírito amigo agora vê com mais amplitude o belo e o bem.
E assim transmite-nos, junto aos arautos do Cristo, esse amor eterno do
Senhor, o qual nos conduzirá a Deus, nosso Pai e seu Pai, nosso Deus e seu
Deus, como disse à Madalena quando, no episódio conhecido como ressurreição do Cristo,
lhe apareceu em plena luminosidade de seu espírito puro.
Paz e luz, queridos leitores.
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