Revista
Espírita de 1860
Allan
Kardec
Parte
2
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Qual é a prece mais agradável a Deus?
B.
A religião tem a ganhar alguma coisa aliando-se à Ciência?
C.
Os Espíritos podem ver-se num espelho?
D.
Como entender as causas da loucura?
Texto para leitura
29.
A cupidez sempre foi, e será sempre, um motivo de repulsa para os bons
Espíritos e uma causa de atração para os outros. (P. 47)
30.
Falando do atendimento a obsessores, diz São Luís que a oração em favor deles é
medida valiosa, mas as fórmulas de exorcismos os divertem. São Luís, porém,
aduziu: "... notai que eu disse orar e não mandar orar". (P. 53)
31.
Charles Dupont, o Espírito de Castelnaudary, que viera de uma tribo feroz e
selvagem, apresentou-se na Sociedade com um aspecto aterrador: vestia uma
camisa coberta de sangue e tinha na mão um punhal. (P. 54)
32.
Havendo matado seu irmão em 1608, havia 200 anos que estava preso à própria
casa, local do bárbaro crime, sem poder dirigir seu pensamento a outra coisa
senão à cena do crime, sempre ante os seus olhos. (PP. 56 e 57)
33.
No mundo dos Espíritos, diz Kardec, se há alegria para todas as virtudes, há
penas para todas as faltas. (P. 58)
34.
O Espírito de Chateaubriand nos conclama ao trabalho por nosso melhoramento
pessoal e pelo futuro dos nossos; se vencermos, gozaremos na própria existência
uma felicidade tão difícil de imaginar quanto lhe é difícil descrevê-la. (P.
65)
35.
A Revista Espírita transcreve
mensagem do Espírito de uma mulher a seu pai materialista, rogando-lhe
curvar-se à justiça de Deus e ser resignado. Citando o Cristo, que disse:
"Aquele que usar a espada, pela espada morrerá", a filha aduziu:
"Tal pensamento, absolutamente espírita, encerra o mistério do vosso
sofrimento". (P. 66)
36.
A prece mais agradável a Deus, diz um Espírito familiar, é o trabalho útil,
seja qual for. "Não vos contenteis em pedir a Deus que vos ajude:
ajudai-vos vós mesmos, pois assim provareis a sinceridade de vossa prece."
(P. 67)
37.
O Sr. Mackenzie, de Londres, membro da Sociedade Real dos Antiquários, escreve
à Sociedade dizendo que usa uma bola de cristal ou metálica, com auxílio de um
vidente especial, como meio de obter comunicações espíritas. O médium lê nessa
espécie de espelho as respostas dos Espíritos. Kardec propõe chamá-los espelhos
psíquicos. (PP. 69 e 72)
38.
Um artigo publicado no Siècle a 22/1/1860
diz que a dança das mesas já era célebre em Roma, nos primeiros séculos da era
cristã, como refere Tertuliano, no cap. XXIII da "Apologética". (P.
69)
39.
Kardec diz que a Sociedade recebe as comunicações dos Espíritos como expressão
de uma opinião individual e se reserva o direito de julgá-las, submetendo-as ao
controle da lógica e da razão. (P. 73)
40.
Analisando a questão do povoamento da Terra sob a ótica da Bíblia, Kardec
assevera que a religião será sempre forte quando marchar de acordo com a
Ciência, porque estará ligada à parte esclarecida da população. (P. 77)
41.
A Revista destaca a médium Désirée
Godu, que passou no espaço de oito anos por todas as fases da mediunidade, até
à faculdade de cura. (P. 78)
42.
O Espírito lhe indica os remédios que ela mesma prepara e aplica, cuidando dos
feridos com a dedicação de uma irmã de caridade. Todas as quintas e domingos,
das 6 às 18h, sua casa fica repleta de enfermos, e pessoas notáveis têm
atestado suas curas. (PP. 79 e 80)
43.
Desejando que a médium não se envaideça com tais elogios, Kardec lembra que o
orgulho é o escolho de grande número de médiuns, e muitos se perverteram ao
darem ouvidos a esse demônio tentador. (P. 80)
44.
A Revista relata os fatos ocorridos
na padaria do Sr. Goubert, em Dieppe, em que vários objetos – pedaços de
carvão, um cachimbo, uma vela etc. – saem de seu lugar para serem lançados na
masseira. (P. 82)
45.
Dr. Vignal, tal como ocorreu com o Conde R..., foi evocado por Kardec a 3/2/1860
e informou que seu Espírito se comunicava com o corpo, adormecido em Sully,
através do cordão fluídico. (P. 86)
46.
O médico diz que, desprendido do corpo, podia ver objetos que na obscuridade
ele não via em vigília. Conclusão: a obscuridade não existe para os Espíritos.
(P. 86)
47.
Kardec perguntou se ele podia ver-se num espelho. A resposta foi:
"Não", porque o espelho reflete somente objetos materiais. (P. 87)
48.
Dr. Vignal confirmou que o corpo não poderia morrer, sem que ele o suspeitasse.
Antes do golpe, sua alma estaria a postos. (P. 87)
49.
Comentando informações do Dr. Vignal, Kardec diz que o Espírito de uma pessoa
que dorme sabe perfeitamente o que se passa ao seu redor: quem pretendesse
aproveitar-se do sono, para prejudicá-lo, seria visto. (P. 88)
50.
Dr. Vignal confirmou que, como Espírito, ouve perfeitamente e percebe os
odores; e se o corpo tivesse fome, ele partiria para satisfazer a uma
necessidade irresistível. (PP. 88 e 89)
51.
A Entidade explicou que, ao voltar ao corpo, não entra nele como num quarto.
Irradiando incessantemente para fora, pode-se dizer que o Espírito está mais frequentemente
fora do que dentro. (P. 89)
52.
Dr. Vignal disse que as causas da loucura são apenas uma alteração, uma
perversão dos órgãos, que não mais recebem as impressões de maneira regular,
transmitindo sensações falsas e gerando, por isso mesmo, atos diametralmente
opostos à vontade do Espírito. (P. 90)
53.
Dr. Cauvière, de Marselha, morto há um ano e meio, comunica-se espontaneamente
e sua assinatura é considerada autêntica. (P. 91)
Respostas às
questões propostas
A. Qual é a prece
mais agradável a Deus?
A
prece que mais agrada ao Criador é o trabalho útil, seja qual for. "Não
vos contenteis em pedir a Deus que vos ajude: ajudai-vos vós mesmos, pois assim
provareis a sinceridade de vossa prece”, diz um protetor espiritual. (Revista Espírita de 1860, p. 67.)
B. A religião tem a
ganhar alguma coisa aliando-se à Ciência?
Sim.
Segundo Kardec, a religião será sempre forte quando marchar de acordo com a
Ciência, porque estará ligada à parte esclarecida da população. (Obra citada,
p. 77.)
C. Os Espíritos
podem ver-se num espelho?
Não,
porque o espelho somente reflete objetos materiais. Essa foi uma das
informações dadas na Sociedade pelo Dr. Vignal, que era médico. (Obra citada,
p. 87.)
D. Como entender as
causas da loucura?
Segundo
o Dr. Vignal, as causas da loucura são apenas uma alteração, uma perversão dos
órgãos, que não mais recebem as impressões de maneira regular, transmitindo
sensações falsas e gerando, por isso mesmo, atos diametralmente opostos à
vontade do Espírito. (Obra citada, p. 90.)
Observação:
Para acessar a 1ª parte deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/06/blog-post_15.html
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