Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
3
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Como Kardec entendia a questão da convicção?
B.
Que missão está confiada à moral evangélica cristã?
C.
No tocante à questão social, qual o papel da fé?
Texto para leitura
37.
Assevera Kardec: “O materialismo diz: Nada há fora da matéria. O espiritualismo
diz: Há alguma coisa, mas não o prova. O Espiritismo diz: Há alguma coisa, e o
prova. E, auxiliado por sua alavanca, explica o que até agora era inexplicável.
É o que faz com que o Espiritismo reconduza tantos incrédulos ao
espiritualismo”. (P. 76)
38.
Na Sociedade Espírita de Paris, no dia 30 de novembro de 1860, Andrê Chénier
(Espírito) escreveu: “Não vos inquieteis com o que o mundo pode escrever contra
o Espiritismo. Não é a vós que atacam os incrédulos, é ao próprio Deus. Mas
Deus é mais poderoso do que eles”. São Luís já havia dito, anteriormente, que
semelhantes artigos não fazem mal senão aos que os escrevem; não fazem mal
nenhum ao Espiritismo, que eles ajudam a espalhar. (PP. 78 e 79)
39.
Em carta ao Sr. Deschanel, Kardec lhe diz que a convicção só é adquirida por
estudos sérios, realizados sem prevenção, sem ideias preconcebidas e por
numerosas observações, feitas com paciência e perseverança. (P. 80)
40.
Contestando a pecha de ser o Espiritismo uma doutrina materialista, Kardec diz
ao Sr. Deschanel que o Espiritismo tem por base essencial a existência de Deus,
a da alma, sua imortalidade, as penas e as recompensas futuras. (P. 81)
41.
Kardec comenta carta do Dr. Riboli, que examinou a cabeça de Garibaldi do ponto
de vista frenológico. (P. 81)
42.
Em seu estudo, Kardec diz que os discípulos de Gall formam duas escolas: a dos
materialistas e a dos espiritualistas. Os primeiros atribuem as faculdades aos
órgãos, o que é contestado pelos espiritualistas. (PP. 82 e 83)
43.
Elucidando o caso do assassinato do Sr. Poinsot, São Luís diz que os Espíritos
têm por missão nos instruir na vida do bem e não aplainar o caminho que devemos
trilhar. Afastar-se daí é expor-se a sérios enganos. (PP. 84 e 85)
44.
A Revista traz mensagem da Sra. Bertrand, falecida em 1861 e evocada oito dias
depois. “Vi levarem o meu corpo, mas logo afastei-me”, disse seu Espírito. “O
Espiritismo desmaterializa por antecipação e torna mais súbita a passagem do
mundo terrestre ao mundo espiritual.” (PP. 87 e 88)
45.
O Espírito da Srta. Pauline M... disse que sentiu uma perturbação no instante
da morte; ela julgava não estar morta, e tal fato durou seis semanas. (P. 91)
46.
Em Mulhouse um Espírito escreveu: “O Cristo foi o iniciador da moral mais pura,
a mais sublime: a moral evangélica cristã, que deve renovar o mundo,
reaproximar os homens e os tornar a todos irmãos; a moral que deve fazer jorrar
de todos os corações humanos a caridade, o amor do próximo; que deve criar
entre todos os homens uma solidariedade comum; a moral, enfim, que deve
transfigurar a Terra e dela fazer uma morada para Espíritos superiores...” (P.
96)
47.
Na sequência, explicou o Espírito: “Deus é só e único, e Moisés é o Espírito
que Deus enviou em missão para se fazer conhecer, não só aos hebreus, mas ainda
aos povos pagãos”. (P. 97)
48.
Afirmando que os mandamentos dados por Moisés trazem o germe da mais pura moral
cristã, concluiu o Espírito: “Foi Moisés quem abriu a estrada; Jesus continuou
a obra; o Espiritismo a acabará”. (P. 97)
49.
Aludindo à questão social, um Espírito disse, em Varsóvia, que os sistemas que
não repousam senão nos interesses materiais são instáveis. É preciso que se
baseiem no desinteresse pessoal, mas para isso é necessário ter fé. “Sem a fé,
que dá a certeza das compensações da vida futura, o desinteresse é um logro aos
olhos do egoísta.” (P. 99)
50.
O mesmo Espírito disse, ainda: “A harmonia do mundo material é o belo”. E
ressalvou: “A harmonia do mundo espiritual é o amor, emanação divina que enche
os espaços e conduz a criatura ao seu Criador”. (P. 100)
51.
A Revista transcreve mensagem de Adolphe, bispo de Alger, que fala sobre a
missão dos que deixam pátria e família para ir evangelizar tribos ignorantes e
ferozes. A isso ele chama de Espiritismo e aduz. “Não vos arreceeis desta palavra.
Sobretudo, não riais, porque é o símbolo da lei universal, que rege os seres
vivos da Criação”. (PP. 100 e 101)
52.
Dissertando sobre a ingratidão, ensina Sócrates: “Sabei que, se aquele a quem
prestais serviço esquece o benefício, Deus vo-lo terá mais em conta do que se
já tivésseis sido recompensado pela gratidão do vosso favorecido”. (P. 103)
53.
A Revista publica opinião do Sr. Louis Jourdan sobre “O Livro dos Espíritos”,
em que o escritor diz que, consideradas em conjunto, as respostas do L.E. constituem
uma doutrina, uma moral, talvez uma religião. (P. 109)
54.
Na sequência, Kardec comenta a opinião do escritor francês. (PP. 113 a 116)
Respostas às
questões propostas
A. Como Kardec
entendia a questão da convicção?
Kardec
diz que a convicção só é adquirida por estudos sérios, realizados sem
prevenção, sem ideias preconcebidas e por numerosas observações, feitas com
paciência e perseverança. A convicção, portanto, não se transfere nem se
ensina: a convicção se adquire. (Revista
Espírita de 1861, p. 80.)
B. Que missão está
confiada à moral evangélica cristã?
De
acordo com uma mensagem transmitida em Mulhouse, a moral evangélica cristã deve
renovar o mundo, reaproximar os homens e os tornar a todos irmãos, fazendo da
Terra morada para Espíritos superiores. (Obra citada, p. 96.)
C. No tocante à
questão social, qual o papel da fé?
Em
mensagem transmitida em Varsóvia, um Espírito disse que os sistemas que
repousam somente nos interesses materiais são instáveis. É preciso que se
baseiem no desinteresse pessoal, mas para isso é necessário ter fé. Sem a fé,
que dá a certeza das compensações da vida futura, o desinteresse é um logro. O
papel da fé é, portanto, indispensável à estabilidade dos sistemas que se
proponham a resolver as questões sociais. (Obra citada, pp. 99 e 100.)
Observação:
Para acessar a Parte 2 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/09/blog-post_07.html
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