Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
12
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
A força do Espiritismo tem duas causas preponderantes. Quais são elas?
B.
O que de mais belo existe no Espiritismo?
C.
Kardec era favorável à existência de grupos espíritas pequenos?
Texto para leitura
206.
Após censurar os desmandos de Roma, Dante (Espírito) adverte: “Ó homens que vos
dizeis cristãos, vendo o vosso apego aos bens perecíveis deste mundo, dir-se-ia
que realmente não contais com os da eternidade. Roma! que te dizes imortal,
possam os séculos futuros não buscar o teu lugar, como hoje é procurado o de
Babilônia!” (PP. 333 e 334)
207.
Pascal (Espírito), comunicando-se em Sens, diz que o mal desaparecerá da face
da Terra se a caridade aqui reinar. Em face disso, propõe-nos: “Começai por dar
exemplo, vós mesmos; sede caridosos para com todos, indistintamente;
esforçai-vos por tomar o hábito de não mais notar os que vos olham com desdém;
crede sempre que eles merecem vossa simpatia e deixai a Deus o cuidado de toda
justiça, porque a cada dia, em seu reino, ele separa o joio do trigo”. (P. 336)
208.
A Revista noticia o auto de fé de Barcelona, ocorrido a 9 de outubro de 1861.
(PP. 337 a 340)
209.
Kardec, após aludir à repercussão que o episódio teve na Espanha, onde foi
deplorado por diversos jornais, diz que essa data deve ser para os espíritas um
dia de festa, e não de luto. Em mensagem transcrita na Revista, Saint Dominique
explicou: “Nada é feito inutilmente em vossa Terra nesse sentido; e nós, que
inspiramos o auto de fé de Barcelona, bem sabíamos que, assim agindo,
contribuiríamos para um grande passo à frente”. (P. 340)
210.
Kardec fala sobre sua visita aos espíritas de Bordéus, onde o Espiritismo
penetrava todas as camadas da sociedade, e transcreve na Revista a saudação que
lhe foi feita na cidade por um menino de cinco anos e meio, de nome Joseph,
filho do Sr. Sabò, grande líder espírita da cidade. (PP. 343 a 346)
211.
Os discursos do Sr. Sabò, do Dr. Bouché de Vitray e de Kardec foram transcritos
na Revista. (PP. 346 a 364)
212.
Doutor em Medicina, Bouché de Vitray diz em seu discurso que o testemunho da
autenticidade de nossa doutrina remonta à noite dos tempos e que os livros
sagrados, base do Cristianismo, a relatam. (P. 349)
213.
Com o Espiritismo – diz Dr. Vitray – os moços abandonam as ilusões da primeira
idade e os homens maduros aprendem a levar a vida a sério, vendo-se formar
Centros espíritas em todos os pontos do globo. (P. 351)
214.
Em sua mensagem aos confrades de Bordéus, Kardec diz não ser médium, no sentido
vulgar da palavra, e considera tal fato uma felicidade, que muito o ajudou no
desempenho de sua tarefa no Espiritismo. (PP. 356 e 357)
215.
A força do Espiritismo tem, segundo Kardec, duas causas preponderantes. (P.
357)
216.
A primeira é que ele torna felizes todos os que o conhecem, compreendem e
praticam. A segunda é que ele não repousa na cabeça de nenhum homem que possa
ser derrubado, porque seu foco está em toda parte. (PP. 357 e 358)
217.
Mataram o Cristo, mataram seus apóstolos, e no entanto a ideia cristã triunfou,
vencendo até a perseguição dos Césares onipotentes. Por que, então, o Espiritismo,
que não é senão o desenvolvimento e a aplicação da ideia cristã, não triunfará
de alguns trocistas ou de antagonistas que não lhe puderam opor senão uma
negação estéril? (P. 358)
218.
Ora, até o presente o que opõem os seus adversários? “Troças e negações – diz
Kardec – que, em boa lógica, jamais passaram por argumentos.” (P. 358)
219.
Após afirmar que o Espiritismo é estranho a toda questão dogmática, Kardec
assevera que o mais belo lado do Espiritismo é o lado moral, e é por suas consequências
morais que triunfará, pois aí está a sua força. (P. 359)
220.
Os inimigos do Espiritismo, entende Kardec, são de duas ordens: de um lado, os
trocistas e os incrédulos. De outro, os interessados em combater a doutrina.
Estes não buscam a luz. (P. 360)
221.
Se as opiniões estão divididas sobre alguns pontos da doutrina, como saber de
que lado está a verdade? “É a coisa mais fácil”, responde Kardec. “Para
começar, tendes por peso o vosso julgamento e por medida a lógica sã e
inflexível. Depois, tereis o assentimento da maioria.” (P. 361)
222.
Eis um outro critério da verdade, que Kardec considera infalível: “Desde que a
divisa do Espiritismo é Amor e Caridade, reconhecereis a verdade pela prática
desta máxima, e tereis como certo que aquele que atira a pedra em outro não
pode estar com a verdade absoluta”. (P. 361)
223.
Kardec afirma, sem vacilar, que em caso de dissidência ele se separaria
abertamente dos que desertassem da bandeira da fraternidade, porque, aos seus
olhos, esses não podem ser olhados como verdadeiros espíritas. (P. 361)
224.
Kardec diz, na sequência, ser impraticável formar numa cidade grande uma
sociedade espírita única, abrangendo todos os espíritas da localidade. E advoga
claramente a ideia da criação de grupos múltiplos e menores. (P. 362)
Respostas às
questões propostas
A. A força do
Espiritismo tem duas causas preponderantes. Quais são elas?
A
primeira, diz Kardec, é que ele torna felizes todos os que o conhecem,
compreendem e praticam. A segunda é que ele não repousa na cabeça de nenhum
homem que possa ser derrubado, porque seu foco está em toda parte. (Revista Espírita de 1861, pp. 357 e
358.)
B. O que de mais
belo existe no Espiritismo?
O
mais belo lado do Espiritismo é, segundo o Codificador do Espiritismo, o lado
moral, e é por suas consequências morais que ele triunfará. (Obra citada, p.
359.)
C. Kardec era
favorável à existência de grupos espíritas pequenos?
Sim.
Ele achava que seria impraticável formar numa cidade grande uma sociedade espírita
única, abrangendo todos os espíritas da localidade. E advogava claramente a ideia
da criação de grupos múltiplos e menores. (Obra citada, p. 362.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/11/blog-post_09.html
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