O sábio
e a solução dos conflitos
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília, DF
Alma amiga, ainda
há pouco pensava no que escrever. Então, pedi a inspiração divina (fato real) para
que me sugerisse um tema. Abri o livro Jesus no Lar, com mensagens de
Neio Lúcio, psicografadas por Chico Xavier e, encantado, li a história do
ministro sábio, que está no capítulo 15 dessa obra.
Relata o autor
espiritual que Mateus falava sobre a missão dos administradores do povo, quando
Jesus narrou a história do reino atacado por adversários do soberano, cuja
rebeldia insuflada ao povo de grande província cresceu descontroladamente.
Preocupado, o monarca apelou para um hábil juiz, que criou tantas leis, como
seu primeiro-ministro, que nada mudaram em relação à situação reinante.
Desencantado, o
rei substituiu o juiz por famoso doutrinador, que fez brilhantes discursos, mas
não conseguiu modificar o estado de perturbação do reino. Então foi chamado um
sacerdote, mas este, piorando a situação, amaldiçoou os opositores do rei.
Decepcionado, o
soberano colocou um médico na direção geral dos negócios, mas este, visando à
conquista dos benefícios régios, informou ao rei que seus adversários eram
doentes mentais. “E fez disso propaganda tão ruinosa que a indisciplina se
tornou mais audaciosa e a revolta mais desesperada.”
O rei, então,
imaginou que somente um general célebre resolveria os conflitos. Este
arremessou as forças armadas sobre os insubordinados da província e deu início
à guerra civil. Foram tantas as mortes que o “imperante”, abatido moralmente,
resolveu chamar um sábio para solucionar a crise no reino. O sábio, após
refletir por um tempo, percebeu que nada do que fora feito resolveria o
problema: “Não criou novas leis, não pronunciou discursos, não censurou os
insurretos, não perdeu tempo em zombaria, nem estimulou qualquer cultura de
vingança”.
Visitou a região
conflituosa e passou a observar-lhe as necessidades prementes. Ali, inúmeras
famílias não tinham teto, havia necessidade de trabalho e de instrução. Então,
passou a construir lares, oficinas de trabalho e de estudo, abrir estradas,
inaugurar escolas e incentivar o povo a estudar e trabalhar, “lutando, com
valioso espírito de entendimento e fraternidade, contra a preguiça e a
ignorância”.
Algum tempo depois
disso, acabaram as discórdias, pois o bem em ação eliminou a desconfiança,
dureza de coração e insegurança dos mais exaltados. Finalizando a história,
ante a imensa satisfação de Mateus, concluiu Jesus:
— O ódio pode
atear muito incêndio de discórdia no mundo, mas nenhuma teoria de salvação será
realmente valiosa sem o justo benefício aos espíritos que a maldade ou a
rebelião desequilibraram. Para que o bem possa reinar entre os homens, há de
ser uma realidade positiva no campo do mal, tanto quanto a luz há de surgir
pura e viva, a fim de expulsar as trevas.
Paz e luz aos nossos
dias, com as bênçãos do Salvador do Mundo, Jesus, o Cristo de Deus!
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