Meimei
Sofres cansaço da vida, dissabores domésticos,
deserção de amigos, falta de alguém… Por isso, acordaste sem paciência,
tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usaste
comprimidos repousantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana,
sai de ti mesmo e busca, na caridade, a escola da bênção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contato
daqueles que leem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia no martírio silencioso dos que
jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante novela das mães
sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos nascituros, a concha do próprio seio
como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia de
pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam valorosamente com
os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais, os paralíticos que sonham com a alegria de
se arrastarem, os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicando um momento
de alívio, os que choram mutilações trazidas do berço e os que vacilam,
desorientados, na noite total da loucura…
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a ti
mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
— Obrigado, meu Deus!
Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, do
livro O Espírito da Verdade.