O acaso na visão de Joanna de Ângelis
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Sim, é verdade! A ideia de que somente o acaso pode
explicar certos acontecimentos de nossa vida é mais comum do que se pensa. E desse
pensamento não escapam nem mesmo os intelectuais, os jornalistas, os escritores
e muitas pessoas que pelo que escrevem ou falam influenciam multidões.
Ao suposto acaso o historiador austríaco Erik
Durschmied dedicou o livro Fora de Controle – Como o Acaso e a Estupidez
Mudaram a História do Mundo, no qual menciona, entre outros exemplos, que a
decisão de despejar a primeira bomba atômica sobre Hiroshima foi fruto de puro
acaso. Teria sido o mau tempo que, segundo ele, poupara da destruição outras
cidades, o que levou o historiador a concluir: “Por um capricho da natureza,
uma cidade foi escolhida para ser destruída”.
Tema de vários estudos de pensadores espíritas encarnados
e desencarnados, o acaso, no entanto, não existe.
Jâmblico, filósofo neoplatônico assírio, que viveu
entre os anos 245 e 325, já afirmava, tantos séculos atrás, que nem acaso nem
fatalidade existem, mas sim a aplicação de uma justiça inflexível que regula a
existência de todos os seres.
Se alguns se veem em meio a aflições, dizia
Jâmblico, isso não se dá em virtude de uma decisão arbitrária da Divindade, mas
como consequência inelutável de faltas anteriores, antecipando-se desse modo à doutrina
espírita, que nos ensina que a vida é causal, não casual, embora no planeta em
que vivemos existam vicissitudes decorrentes das provas a que estamos
submetidos, e não apenas de expiações. É por isso que a Terra é chamada pelo
Espiritismo de mundo de provas e expiações.
Os Espíritos influiriam então em certos
acontecimentos da vida?
Sim, quanto a isso, ensina o Espiritismo, não existe
nenhuma dúvida e aí se encontra um dos motivos da realização de certas coisas
aparentemente casuais – o inesperado, o insuspeitável, o imprevisível –, como
Joanna de Ângelis explana no texto seguinte, extraído do cap. 3 de seu livro Alerta,
obra psicografada por Divaldo P. Franco:
“O imprevisível é a presença divina, surpreendendo a
infração.
“O insuspeitável pode ser considerado como a
interferência divina sempre vigilante.
“O inesperado deve ser levado em conta como a
ocorrência divina trabalhando pela ordem.”
Quando o táxi não pôde prosseguir porque algo no
carro ocorreu, fazendo com que o passageiro perdesse o voo e não fizesse a
viagem considerada inadiável, o aborrecimento momentâneo logo seria substituído
pelo alívio ao ser divulgado que, minutos depois da decolagem, o avião
precipitou-se no oceano.
O leitor já assistiu pela TV a relatos desse tipo?
Se nunca viu, certamente é porque não assiste aos
noticiários.
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