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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

 



Não tema

 

Nina Arueira (Espírito)

 

A vida começa para nós todos os dias. É possível ressuscitar as esperanças mortas, refazer planos desfeitos, restaurar a segurança perdida.

O tempo é uma bênção, cujo valor não nos é dado, por enquanto, perscrutar.

Mobilizando-o, por patrimônio inestimável de nossa prosperidade nos interesses eternos, tesouros mil podem surgir aos nossos olhos a cada momento... Contudo, não bastará confiar na oportunidade, nem crer que as leis benignas do Universo nos favorecerão os salutares desejos. É necessário usar o ensejo de construção com o Cristo, adaptando-nos aos princípios divinos que nos regem a experiência.

De qualquer modo, é indispensável dar de nós mesmos, infinitamente, sem descanso e sem inquietação, convencidos de que o suprimento celestial nos provê do necessário.

O sacrifício pessoal é o grande milagre.

Em todo lugar onde um coração negou a si mesmo, aceitou a cruz e seguiu o Senhor, surge uma sementeira do Reino de Deus, como promessa e serviço de salvação do mundo.

Não tema. Creia no socorro de Jesus e multiplique os raios do amor na estrada em que a Providência nos situou.

O trabalho é o método.

O serviço ao próximo é o meio e a redenção divina é a finalidade.

Nunca nos faltarão recursos à vitória final.

 

Do livro Cartas do Coração, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

 

 

 

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domingo, 24 de novembro de 2024

 



A perfeita sublimação da alma requer o concurso do tempo

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

Como a Humanidade se transformará? Vai levar tempo? Que mecanismos serão necessários para isso?

As perguntas acima são recorrentes em nosso grupo. Trata-se de questões importantes, sobretudo quando se processam os acontecimentos que preparam o advento de um mundo renovado, em que sua principal função não terá vínculo com provas, expiações ou reparações.

É claro que esse dia está muito longe – melhor dito, bem mais longe do que supõem os mais pessimistas –, uma vez que a qualidade, superior ou inferior, de um planeta é o reflexo da qualidade das pessoas que nele habitam. Assim, um mundo renovado exigirá que nele reencarnem pessoas renovadas.

Allan Kardec e Gabriel Delanne trataram do tema que ora examinamos, respectivamente, em O Livro dos Médiuns e Entre Irmãos de Outras Terras. O primeiro foi publicado inicialmente em 1861; o segundo, em 1966. A diferença de 105 anos entre uma publicação e outra não alterou, porém, a ideia que animou os dois autores.

No tocante à transformação da Humanidade, diz Kardec que tal meta somente poderá ser alcançada com o melhoramento das massas, o que pode acontecer gradualmente e pouco a pouco somente pelo melhoramento dos indivíduos. (Cf. O Livro dos Médiuns, item 350.) [Negritamos]

Com efeito – diz o Codificador –, de que valerá crer na existência dos Espíritos, se essa crença não tornar melhor, mais benevolente e mais indulgente o indivíduo e se não o fizer mais humilde e mais paciente na adversidade? De que servirá a um indivíduo avarento ser espírita se permanecer avaro; ao orgulhoso, se continuar sempre cheio de si mesmo; ao invejoso, se estiver sempre nutrindo sentimentos de inveja? Todos os homens poderiam então crer nas manifestações e a Humanidade permaneceria estacionária. Esses não são, porém, os desígnios de Deus, e é para o fim visado pela Providência que devem tender todas as sociedades espíritas sérias, concorrendo de forma ativa para que, a partir do melhoramento dos indivíduos, a sociedade também se aprimore.

A ideia, como dissemos, foi reafirmada 105 anos por Gabriel Delanne (Espírito), numa entrevista que ele concedeu a André Luiz, o mesmo autor da conhecida Série Nosso Lar.

Vejamos algumas questões propostas por André e as respostas de Delanne:

 

André: Exprimindo-se desse modo, refere-se à necessidade da divulgação da Doutrina Espírita?

Delanne: Sim.

André: Mas, segundo o seu conceito, a divulgação terá de efetuar-se de pessoa a pessoa. Teremos entendido certo?

Delanne: Sim, de pessoa a pessoa, de consciência a consciência. A verdade a ninguém atinge através da compulsão. A verdade para a alma é semelhante à alfabetização para o cérebro. Um sábio por mais sábio não consegue aprender a ler por nós.

André: Não considerará, porém, que esse processo é moroso demais para a Humanidade?

Delanne: Uma obra-prima de arte exige, por vezes, existências e existências para o artista que persegue a condição do gênio. Como acreditar que o esclarecimento ou o aprimoramento do Espírito imortal se faça tão-só por afirmações labiais de alguns dias? (Entre Irmãos de Outras Terras, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.)

 

À vista do acima exposto, não nos é difícil compreender como a Humanidade se transformará, uma tarefa que, evidentemente, levará muito tempo. Como diz Abel Gomes, em mensagem psicografada por Chico Xavier, publicada no livro Falando à Terra, a “perfeita sublimação é obra dos séculos incessantes”.

Quanto aos mecanismos, de novo se impõe a importância da educação – educação da criança, do jovem, do idoso – e da aplicação em nossa vida daquilo que aprendemos, cientes de que, como lembrou Abel Gomes na mesma mensagem acima citada: “À maneira que nos desenvolvemos em sabedoria e amor, consideramos a perda dos minutos como sendo a mais lastimável e ruinosa de todas”.

 

 

 

 

 

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sábado, 23 de novembro de 2024

 



A respeito da colocação do pronome átono em relação ao verbo, já nos referimos à próclise (quando o pronome átono vem antes do verbo) e à ênclise (quando o pronome átono vem depois).

Faltou-nos falar algo sobre a mesóclise ou tmese, que é a intercalação de pronome átono em um verbo. Exemplos: amar-te-ei; dir-te-ei; vendê-lo-ia; contar-lhe-ia.

A mesóclise se impõe quando na frase não é possível usar a próclise nem a ênclise.

A próclise é incabível no início de uma oração. Ninguém, salvo na conversação informal, dirá: - Lhe dei o recado, conforme pediram, mas: Dei-lhe o recado, conforme pediram.

De acordo com o exemplo, não cabendo a próclise, usa-se a ênclise:

Mandaram-me um claro aviso (e não: Me mandaram um claro aviso)

Ajude-me nesta tarefa (e não: Me ajude nesta tarefa).

- Dê-me um copo d´água (e não: Me dê um copo d’água).

A ênclise não é possível quando a forma verbal estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

Recordando algo que vimos há muito tempo na escola, aqui estão exemplos do futuro do presente e do futuro do pretérito de três verbos bem conhecidos:

Dizer:

Futuro do presente: direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão

Futuro do pretérito: diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam.

Amar:

Futuro do presente: amarei, amarás, amará, amaremos, amareis, amarão.

Futuro do pretérito: amaria, amarias, amaria, amaríamos, amaríeis, amariam.

Sorrir:

Futuro do presente: sorrirei, sorrirás, sorrirá, sorriremos, sorrireis, sorrirão.

Futuro do pretérito: sorriria, sorririas, sorriria, sorriríamos, sorriríeis, sorririam.

 

*

 

A regra gramatical estabelece, então, que não cabendo a próclise nem a ênclise a solução é intercalar o pronome átono no verbo, ou seja, a mesóclise.

Exemplos:

- Mandar-te-ei amanhã a encomenda (em vez de: Mandarei-te amanhã a encomenda).

- Contar-lhe-ia tudo o que aconteceu (em vez de: Contaria-lhe tudo o que aconteceu).

- Dir-te-ei quem é o culpado (em vez de: Direi-te quem é o culpado).

 

 

Observação:

Para acessar o estudo publicado no sábado anterior, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/11/o-substantivo-feminino-frente-que-e.html

 

 

 

 

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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

 




Vida e Sexo

 

Emmanuel

 

Parte 1

 

Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Vida e Sexo, de autoria de Emmanuel, obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier e publicada pela FEB.

O estudo, que será baseado na 2ª edição do livro, publicada em 1971, será publicado sequencialmente sempre às sextas-feiras neste blog.

Eis o texto e as questões de hoje:

 

Texto-base para leitura e reflexão

 

1. Vida e Sexo – As proposições ao redor do sexo, apaixonadamente focalizadas na atualidade da Terra, foram objeto de criteriosas anotações do Mundo Espiritual, no século passado, na previsão dos choques de opinião, que a Humanidade de agora enfrenta. (PÁGS. 7 e 8)

2. Em torno do sexo, podemos sintetizar todas as digressões nas normas seguintes:

        Não proibição, mas educação.

        Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito a si mesmo e aos outros.

        Não indisciplina, mas controle.

        Não impulso livre, mas responsabilidade. (PÁG. 8)

3. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. (PÁG. 8)

4. Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um. (PÁG. 8)

5. Em torno do sexo – Diz “O Livro dos Espíritos”, item 201, que “são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres”. (PÁG. 9)

6. Atendendo à soma das qualidades adquiridas nas múltiplas encarnações, o Espírito revela-se, no Plano Físico, pelas tendências que registra nos recessos do ser, tipificando-se na condição de homem ou de mulher, conforme as tarefas que lhe cabe realizar.  (PÁG. 9)

7. O sexo se define, assim, por atributo não apenas respeitável, mas profundamente santo da Natureza, exigindo educação e controle. Através dele dimanam forças criativas, a que devemos, na Terra, o instituto da reencarnação, o templo do lar, as bênçãos da família, as alegrias revitalizadoras do afeto e o tesouro inapreciável dos estímulos espirituais. (PÁG. 10)

8. É um despropósito subtrair as manifestações do sexo aos seres humanos, a pretexto de elevação compulsória, porque as sugestões da erótica se entranham na estrutura da alma. De igual modo, seria absurdo deslocá-lo de sua posição venerável, a fim de arremessá-lo às aventuras menos dignas, com a desculpa de garantir-lhe a libertação. (PÁG. 10)

9. Sexo é espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo. Por isso, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse. (PÁG. 10)

10. Todos os compromissos na vida sexual estão subordinados à Lei de Causa e Efeito, e, segundo esse princípio, de tudo o que dermos a outrem, no mundo afetivo, assim nos será dado. (PÁG. 11)

11. Família – Ensina Kardec que há duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. As primeiras são duráveis e se perpetuam no mundo espiritual. As outras, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente, já na corrente existência. (PÁG. 13)

12. Nenhuma associação existente na Terra (excetuando evidentemente a Humanidade) é mais importante em sua função educadora e regenerativa do que a família. (PÁG. 13)

13. Por intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais amplos créditos da Vida Superior. Daí, as fontes de alegria que se lhes rebentam do ser com as tarefas da procriação, visto que os filhos são liames de amor que lhes granjeiam proteção mais extensa do Mundo Maior. (PÁG. 14) (Continua no próximo número.)

 

Questões para fixação do estudo

 

A. Em torno do sexo, Emmanuel estabelece, já no início deste livro, quatro pontos bastante claros. Quais são eles?

Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito a si mesmo e aos outros. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade.

Fora disso, diz Emmanuel, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. (Vida e Sexo, pág. 8.)

B. São os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres?

Sim. A informação já constava d´O Livro dos Espíritos, questão 201. Mas a propósito dela Emmanuel fornece-nos neste livro uma explicação importante, a saber: atendendo à soma das qualidades adquiridas nas múltiplas encarnações, o Espírito revela-se, no Plano Físico, pelas tendências que registra nos recessos do ser, tipificando-se na condição de homem ou de mulher, conforme as tarefas que lhe cabe realizar. (Obra citada, pág. 9.)

C. As famílias constituídas pelos laços espirituais são duráveis e se perpetuam no mundo espiritual?

Sim. Situação diferente pode ocorrer com as famílias unidas somente pelos laços corporais. Frágeis como a matéria, podem extinguir-se com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente já na corrente existência. Apesar disso, Emmanuel entende que nenhuma associação existente na Terra (excetuando-se evidentemente a Humanidade) é mais importante em sua função educadora e regenerativa do que a família. (Obra citada, pág. 13.)

 

 

 

 

 

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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

 



AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI

 

FOLHAS SECAS


 Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito

Quando eu piso em folhas secas

Caídas de uma mangueira,

Penso na minha escola

E nos poetas da minha Estação Primeira.

 

Não sei quantas vezes

Subi o morro cantando,

Sempre o sol me queimando

E assim vou-me acabando.

 

Quando o tempo avisar

Que eu não posso mais cantar,

Sei que vou sentir saudade,

Ao lado do meu violão,

Da minha mocidade.


 

Clicando no link correspondente você poderá ouvir a canção na voz do intérprete de sua preferência:

Beth Carvalho - https://www.youtube.com/watch?v=wCnycLLYlOg&ab_channel=AntonioVal%C3%A9rio

Elis Regina - https://www.youtube.com/watch?v=Ouoz2y23x9s&ab_channel=MartinhoCardoso

 

 

 

 

 

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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 



Revista Espírita de 1867

 

Allan Kardec

 

Parte 1

 

Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1867, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1867 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Como deve o espírita proceder diante de seus oponentes?

B. Na aparição de um Espírito, que é que vemos realmente?

C. A prece pode aliviar os sofrimentos daquele que se encontra no mundo espiritual?

 

Texto para leitura

 

1. Abrindo o número de janeiro de 1867, Kardec pede aos seus irmãos em crença que tenham coragem e perseverança, porque se aproximava o momento das grandes provas. É nas grandes provas, diz o Codificador, que se revelam as grandes almas. E é também aí que se revelam os corações verdadeiramente espíritas, pela coragem, resignação, devotamento, abnegação e caridade de que dão exemplo. (Págs. 1 e 2.)

2. Escrevendo sobre a expansão do movimento espírita na Europa, Kardec diz que quando uma coisa está certa, e é chegado o momento de sua eclosão, ela marcha a despeito de tudo. O Espiritismo ia assim avançando, à semelhança de um curso d’água que se infiltra na terra e abre uma passagem à direita se o barram à esquerda. Um fato notório observado por Kardec é que, no seu conjunto, a marcha do Espiritismo não havia sofrido até então nenhuma parada, embora ela se tivesse tornado menos rápida. (Págs. 2 e 3.)

3. Duas grandes correntes de ideias dividiam a sociedade da época: o Espiritismo e o materialismo. Minoritário, o materialismo havia tomado grande extensão nos últimos anos. Kardec os classifica, em artigo transcrito na Revista, em diversos grupos. (Págs. 4 a 7.)

4. Kardec entendia, então, que certas pessoas, enquanto viverem, jamais aceitarão, aberta ou tacitamente, o Espiritismo, como há os que jamais aceitarão certos regimes políticos. Mas isso não importa, porque o Espiritismo marcha com o futuro e, como não se apoia em dogmas, nada tem a temer. (Págs. 7 e 8.)

5. O espírita deve, diante de seus oponentes, esforçar-se em mostrar por seu próprio exemplo o que a doutrina espírita é. Não basta dizer-se espírita. Aquele que o é de coração prova-o por seus atos. Não pregando a doutrina senão o bem, o respeito às leis, a caridade, a tolerância e a benevolência com todos, e repudiando toda violência feita à consciência alheia, aquele que não se afasta da linha traçada não pode incorrer em censuras fundadas nem em perseguições legais. É que diante do bem a própria incredulidade trocista se inclina. E é dessa forma que o Espiritismo atravessará as tempestades que serão amontoadas em sua estrada e sairá triunfante de todas elas. (Págs. 8 e 9.)

6. Um fato importante observado por Kardec diz respeito às reuniões espíritas realizadas na intimidade das famílias, as quais se haviam multiplicado consideravelmente em Paris e nas principais cidades, em razão do aumento do número de médiuns e de adeptos. O ano recém-findo viu também realizadas certas previsões feitas pelos Espíritos, como a expansão da mediunidade curadora, que se revelou em plena luz e por meio de muitas pessoas. Em certos grupos manifestavam-se numerosos casos de sonambulismo espontâneo, de mediunidade falante, de segunda vista e de outras variedades medianímicas que forneceram úteis assuntos de estudo. Não havia, pois, motivos para pessimismo. (Págs. 9 e 10.)

7. Os pensamentos espíritas corriam o mundo – afirmou Kardec, mencionando frases e comentários extraídos da imprensa laica, como a revista Siècle de 2 de dezembro de 1866. Ele examina então a popularização pela imprensa da crença na reencarnação, um dos princípios fundamentais do Espiritismo, que constitui, por si só, a negação do materialismo e do panteísmo. (Págs. 10 a 12.)

8. Outro princípio espírita – o da manifestação dos Espíritos entre os homens – também ocupou o noticiário de janeiro. Curiosamente, o padre V..., cura da igreja de Saint-Vincent de Paul, no sermão pronunciado em novembro de 1866, fazendo o elogio do patrono da paróquia, disse: “O Espírito de São Vicente de Paulo está aqui, eu o afirmo, meus irmãos: está em meio a nós; plaina sobre esta assembleia; vê-nos e nos ouve; eu o sinto perto de mim, que me inspira”. (Pág. 12.)

9. Kardec comenta essa declaração e esclarece que o fato era plenamente possível, porque o Espírito possui um corpo incorruptível, que o reveste após a morte corporal e pode, portanto, fazer-se visível. A esse corpo o Espiritismo dá o nome de perispírito, que é um dos elementos constitutivos do ser humano. Trata-se do mesmo corpo espiritual a que Paulo de Tarso alude numa de suas cartas aos coríntios. É com esse corpo que os Espíritos podem manifestar-se em nosso meio. Sobre o assunto Kardec menciona trecho de um livro sobre o magnetismo publicado em 1842 pelo Sr. Charpignon, em que o autor se reporta explicitamente ao perispírito. (Págs. 12 e 13.)

10. Sob o título Os romances espíritas, a Revista relaciona diversas obras – romances e peças – publicadas na França em que o tema central eram os fenômenos ou as ideias espíritas. Eis os romances citados no artigo: Spirite, de Théophile Gautier (romance já referido anteriormente e que recebeu no Brasil o título de O Ignorado Amor); La double vue (A dupla vista), de Elie Berthet; La seconde vie, de X. B. Saintine; Séraphita, de Balzac; Consuelo, Drag e Comfesse de Rudolfstade, de George Sand; Histoires de l’ autre monde, racontées par des Esprits, do Sr. de Germonville; Nouveaux Mystères de Paris, de Aurélien Scholl; e L’Assassinat du Pont-Rouge (O Assassinato da Ponte-Vermelha), de Charles Barbara. (Págs. 14 a 21.)

11. Quem lê o romance do Sr. Charles Barbara imagina que ele tenha sido espírita fervoroso. Entretanto não o era. Barbara morreu numa casa de saúde, ao atirar-se pela janela num acesso de febre cerebral. Fora um suicídio, atenuado pelas circunstâncias, assunto a que o próprio Barbara se referiu em uma comunicação dada na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas pouco tempo depois de seu falecimento. (Pág. 21.)

12. Na comunicação, transmitida a 19/10/1866 por meio do Sr. Morin, Barbara disse que ainda se encontrava perturbado, especialmente pelo fato de ter buscado no suicídio o fim de seus sofrimentos na Terra. E confessou que não conhecia o Espiritismo quando escreveu o romance. Ele, aliás, quando encarnado, ria das teses espíritas, o que agora lamentava, arrependido. “Não duvideis, senhores – explicou Charles Barbara –: muitos escritores são, muitas vezes, instrumentos inconscientes para a propagação das ideias que as forças invisíveis julgam úteis ao progresso da humanidade. Não vos admireis, pois, de os ver escrever sobre o Espiritismo sem nele crer: para eles é um assunto como qualquer outro, que se presta ao efeito, e não suspeitam que a ele sejam levados mau grado seu.” Concluindo, Charles Barbara pediu: “Orai por mim, senhores, porque a prece é um bálsamo inefável. A prece é a caridade que se deve fazer aos infelizes do outro mundo, dos quais sou um”. (Págs. 21 a 23.)

13. A Revista transcreve dois artigos publicados pelos periódicos France, de 14/9/1866, e Evénement, de 26/8/1866, em que são tecidas considerações depreciativas acerca dos espiritistas. O primeiro chegou até a fazer um retrato físico do espírita-padrão, que teria a pele pálida e os olhos perdidos num vago oceânico, além de cabelos curtos, se mulher, e longos, se homens. O segundo destaca os erros ortográficos cometidos pelo Espírito de Lamennais e a ignorância de Cervantes. Kardec diz que não devemos perder tempo com críticas desse quilate. “Seria – diz o Codificador – trabalho inútil refutar coisas que se refutam por si mesmas.” (Págs. 23 a 26.)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Como deve o espírita proceder diante de seus oponentes?

Deve esforçar-se em mostrar por seu próprio exemplo o que a doutrina espírita é. Não basta dizer-se espírita. Aquele que o é de coração prova-o por seus atos. Não pregando a doutrina senão o bem, o respeito às leis, a caridade, a tolerância e a benevolência com todos, e repudiando toda violência feita à consciência alheia, aquele que não se afasta da linha traçada não pode incorrer em censuras fundadas nem em perseguições legais. É que diante do bem a própria incredulidade trocista se inclina. E é dessa forma que o Espiritismo atravessará as tempestades que serão amontoadas em sua estrada e sairá triunfante de todas elas. (Revista Espírita de 1867, pp. 7 a 9.)

B. Na aparição de um Espírito, que é que vemos realmente?

Vemos o seu corpo espiritual, a que Paulo de Tarso alude numa de suas cartas aos Coríntios. É com esse corpo que os Espíritos podem manifestar-se em nosso meio. Diz Kardec que o Espírito possui um corpo incorruptível, que o reveste após a morte corporal e pode, portanto, fazer-se visível. A esse corpo o Espiritismo dá o nome de perispírito, que é um dos elementos constitutivos do ser humano. (Obra citada, pp. 12 e 13.) 

C. A prece pode aliviar os sofrimentos daquele que se encontra no mundo espiritual?

Sim. Segundo os Espíritos, a prece é um bálsamo inefável; é a caridade que se deve fazer aos infelizes do outro mundo. (Obra citada, pp. 22 e 23.) 

 

 

 

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