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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Além do céu azul


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

Na época da primavera, parece que o céu se torna mais vivo; pode ser a estação das flores que resplandece também no alto. Foi sob esse céu, no meio da tarde, que o menino descansou a cabeça no colo da mãe e, de sua varanda, se pôs a observar o azul.
- Olha, mãe, as nuvens... que algodão fofo. - o filho falou com entusiasmo.
- Sim, meu filho, realmente parecem algodão branco e fofinho. E veja as belas figuras no céu! - incentivou a mãe.
- Aquele ursinho ao lado da rosa dos ventos... ah, já estão se transformando de novo... - disse o menino.
- O vento está forte, pois de repente as figuras tomam outras formas. É preciso olhar com atenção. - completou a mãe.
O menino parou o olhar e ficou imaginando o que poderia haver além do céu azul.
- Mamãe, será que existe uma fábrica de figuras lá em cima? - perguntou o garotinho.
- Figuras de algodão? - a mãe buscou esclarecimento.
- Sim, mamãe, pois tantas são criadas numa só tarde.
- Meu filho, as nuvens se modificam devido ao sopro do vento e, assim, formam imagens tão variadas. - explicou a mãe.
- Mas são todas muito lindas. Deve existir alguém para criá-las. Eu sei disso. - completou com confiança.
Em meio a tantas indagações, o garotinho, com um enorme brilho no olhar, pareceu desvendar o enigma.
- Eu sabia, mamãe. Há sim um criador para todas elas... para as mais fofinhas, para as maiores, para as menores, para as mais brancas e para as nem tanto assim. Eu sabia. Lembrei.
- Pois então, conte-me o que sabe. - interessou-se a mãe.
Ainda deitado no colo da mãe e olhando maravilhado para o céu, ele explicou:
- Para além desse céu azul - apontando e falando pausadamente - há um criador de todas as figuras... e elas se transformam rápido porque necessitam se desenvolver em melhores e mais bonitas... e como a criação é sempre constante, pois ainda existe muuuuito - enfatiza abrindo os braços - céu para ser preenchido, o criador de todas elas cria, e cria, e cria para dar amparo e oportunidade a todas.
 A mãe observou, espantada, o pequeno que falava com tanta segurança.
- E ainda, mamãe, muitos lugares não só daqui da Terra são ocupados por essas figuras fofinhas, mas muitos outros em volta, acima e em outras direções. - completou o menino.
- Quem te falou isso, filho? - perguntou a mãe já um pouco intrigada.
- Meu amigo, mãe.
- Que amigo? - mais intrigada ainda.
- Meu amigo de branco, que há muito me conta como são os outros mundos e traz um monte de conselho bom e alegre.
- Filho, quem é esse amigo? -  a mãe já estava preocupada.
- Ele está sempre comigo... e não só ele. - o menino explicava, porém com um pouquinho de medo dos olhos assustados da mãe. Continuou. - Os seus amigos também me contam sobre os outros lugares, mamãe. - o menino observava o olhar materno. - Ele disse que é um anjo e como sempre está de branco e é meio fofinho, sei que ele é do céu como as nuvens de algodão.
O sol já baixava quando os dois se levantaram e entraram para o jantar.  


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