Uma leitora enviou-nos a seguinte pergunta: “Quando
João Evangelista foi preso e sumiu da prisão, o que aconteceu? Teriam os
Espíritos desmaterializado o corpo do apóstolo de Jesus?”
O fato do desaparecimento de João é narrado em Atos
dos Apóstolos, cap. 5, versículos 14
a 23, e não se refere apenas a João, pois a narrativa
bíblica menciona a prisão de “apóstolos” e não de um único apóstolo.
Segundo o texto, cuja autoria é atribuída a Lucas, o
sumo sacerdote e os que estavam com ele, pertencentes à seita dos saduceus,
encheram-se de inveja dos seguidores do Cristo, por causa das curas que eles
estavam fazendo. Em face disso, “lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na
prisão pública”. De noite, porém, “um anjo do Senhor abriu as portas da prisão
e, tirando-os para fora, disse: Ide e apresentai-vos no templo, e dizei ao povo
todas as palavras desta vida”.
No dia seguinte, quando os servidores enviados pelo
sumo sacerdote foram à prisão, não os acharam lá, comunicando o fato aos seus
superiores nos seguintes termos: “Achamos realmente o cárcere fechado, com toda
a segurança, e os guardas, que estavam fora, diante das portas; mas, quando
abrimos, ninguém achamos dentro”.
Comentando o assunto, Emmanuel, no prefácio do livro
“Mecanismos da Mediunidade”, de André Luiz, diz que a partir dos curiosos
fenômenos ocorridos no dia de Pentecostes os eventos mediúnicos tornaram-se
habituais entre os apóstolos do Senhor e que foram Espíritos materializados que os libertaram da
prisão injusta. Não houve, pois, nem poderia haver desmaterialização do corpo
de João.
Quando se diz que um Espírito está materializado,
estamos dizendo que ele tem seu corpo espiritual, ou perispírito, não apenas
visível, mas também tangível, podendo, pois, abrir portas e pegar objetos, como
fazem normalmente as pessoas.
Não existe, contudo, desmaterialização de pessoas.
O assunto é tratado em minúcias em duas importantes
obras espíritas: “Fenômenos de Transporte”, de Ernesto Bozzano, e “Nos Domínios
da Mediunidade”, de André Luiz.
Conforme lemos na obra de Bozzano, para os transportes
pequenos fazem-se a desmaterialização e
a materialização dos objetos; para os transportes grandes, a desmaterialização
é feita em parte das portas ou das paredes. Embora Bozzano não o tenha dito,
pensamos que esta segunda modalidade é adotada também nos casos de transporte
de seres vivos, porque não é possível admitir que um coelho ou um homem possa
ser desmaterializado sem morrer.
André Luiz examinou a questão em seu livro “Nos
Domínios da Mediunidade”, cap. 28, pp. 268 a 271, em que mostra como um Espírito
conseguiu introduzir algumas flores numa sala fechada. Aulus explicou que as
flores transpuseram o tapume de alvenaria, penetrando o recinto, graças ao
concurso de técnicos competentes para desmaterializar os elementos físicos e
reconstituí-los de imediato.
Olá, boa noite, querido Astolfo.
ResponderExcluirMe perdoe, mas creio que haja pelo menos uma menção de teletransporte de organismos vivos na obra de Bozzano. Se não me engano seriam insetos ou vermes (minhocas?) trazidos junto a raiz de uma planta (outro ser vivo). Também há um interessante relato do médico Paulo Fructuoso, que participa e estuda o fenômeno há mais de trinta anos, sobre a propriedade referida (que não sei se aplica-se bem ao caso aqui) dos próprios médiuns de efeitos físicos que acabam, durante as sessões, tomando formas diminutas, se restabelecendo ao término das mesmas.
Seja como for, todos os fatos são muito interessantes.
Abraços fraternos. Parabéns pelo blog!
Vinicius