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domingo, 22 de setembro de 2013

Allan Kardec e as redes sociais

O confrade Wellington Balbo, assíduo colaborador da revista “O Consolador”, examinou em um de seus artigos publicados na citada revista um tema interessante suscitado por uma pergunta que sua filha lhe fez: – Pai, se Kardec vivesse nos tempos de hoje, ele teria Facebook ou Orkut?
Claro que ninguém pode responder a tal pergunta, e isso se deu com nosso amigo, que assim respondeu à filha: – Não posso afirmar, filha; afinal, ele não vive nos dias de hoje. Porém,  acredito que o Codificador utilizaria as mídias sociais para divulgar o Espiritismo.
O confrade foi muito feliz em sua resposta, pois é evidente que Allan Kardec, se estivesse entre nós, valer-se-ia de todas as formas lícitas para divulgar a doutrina espírita.
Veja o leitor este texto do Codificador do Espiritismo publicado na edição de setembro de 1858 da Revista Espírita:
“Dizendo que o Espiritismo se propagou sem o apoio da imprensa, entendemos falar da imprensa em geral, que se dirige a todo o mundo, daquela cuja voz fere milhões de ouvidos cada dia, que penetra nos refúgios mais obscuros; daquela com a qual o anacoreta, no fundo do seu deserto, pode estar ao corrente do que se passa, tanto quanto o citadino; enfim, daquela que semeia as ideias a mãos cheias.
Qual o jornal espírita que pode se gabar de assim fazer ressoar os ecos do mundo? Ele fala às pessoas convencidas; não chama a atenção dos indiferentes. Estamos, pois, com a verdade dizendo que o Espiritismo esteve entregue às suas próprias forças; se por ele mesmo se fez assim tão grande, que será quando puder dispor da poderosa alavanca da publicidade! À espera desse momento, planta por toda parte estacas; por toda a parte seus ramos encontrarão ponto de apoio; por toda parte, enfim, encontrará vozes cuja autoridade imporá silêncio aos seus detratores.”
O texto acima integra o artigo intitulado “Propagação do Espiritismo” e, apesar de haverem passado desde então 155 anos, expressa a mais pura realidade, porque os periódicos espíritas falam apenas aos espíritas ou simpatizantes do Espiritismo. Trata-se de uma limitação decorrente de sua circulação: os não-espíritas simplesmente não têm acesso aos nossos periódicos.
Diferentemente ocorre com os grandes jornais, as emissoras de rádio e as redes de televisão, que atingem grande parte da população, se não a população inteira. Mas sua utilização por parte das instituições espíritas tem um custo bastante elevado que, salvo raríssimas exceções, está fora de suas possibilidades.
Quanto às redes sociais, sabe-se que são elas, hoje, as únicas que podem penetrar nos refúgios mais obscuros – a que se referiu Kardec – e chegar tanto a quem mora na cidade como aos que moram no campo ou no deserto. E tudo isso a custo ínfimo ou zero.
Confrades nossos que já se valem das redes sociais – YouTube, Facebook, Orkut e meios similares – para divulgarem as ideias espíritas, podem dar o testemunho de que é possível, sim, ampliar a divulgação da doutrina espírita sem necessidade de grandes recursos financeiros, uma medida que Kardec, sem dúvida nenhuma, também adotaria.





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