O confrade
Wellington Balbo, assíduo colaborador da revista “O Consolador”, examinou em um
de seus artigos publicados na citada revista um tema interessante suscitado por
uma pergunta que sua filha lhe fez: – Pai, se Kardec vivesse nos tempos de
hoje, ele teria Facebook ou Orkut?
Claro que
ninguém pode responder a tal pergunta, e isso se deu com nosso amigo, que assim
respondeu à filha: – Não posso afirmar, filha; afinal, ele não vive nos dias de
hoje. Porém, acredito que o Codificador
utilizaria as mídias sociais para divulgar o Espiritismo.
O confrade
foi muito feliz em sua resposta, pois é evidente que Allan Kardec, se estivesse
entre nós, valer-se-ia de todas as formas lícitas para divulgar a doutrina
espírita.
Veja o leitor
este texto do Codificador do Espiritismo publicado na edição de setembro de
1858 da Revista Espírita:
“Dizendo que o Espiritismo se propagou sem o apoio da imprensa,
entendemos falar da imprensa em geral, que se dirige a todo o mundo, daquela
cuja voz fere milhões de ouvidos cada dia, que penetra nos refúgios mais
obscuros; daquela com a qual o anacoreta, no fundo do seu deserto, pode estar
ao corrente do que se passa, tanto quanto o citadino; enfim, daquela que semeia
as ideias a mãos cheias.
Qual o jornal espírita que pode se gabar de assim fazer ressoar os
ecos do mundo? Ele fala às pessoas convencidas; não chama a atenção dos
indiferentes. Estamos, pois, com a verdade dizendo que o Espiritismo esteve
entregue às suas próprias forças; se por ele mesmo se fez assim tão grande, que
será quando puder dispor da poderosa alavanca da publicidade! À espera desse
momento, planta por toda parte estacas; por toda a parte seus ramos encontrarão
ponto de apoio; por toda parte, enfim, encontrará vozes cuja autoridade imporá
silêncio aos seus detratores.”
O texto acima
integra o artigo intitulado “Propagação do Espiritismo” e, apesar de haverem
passado desde então 155 anos, expressa a mais pura realidade, porque os
periódicos espíritas falam apenas aos espíritas ou simpatizantes do
Espiritismo. Trata-se de uma limitação decorrente de sua circulação: os
não-espíritas simplesmente não têm acesso aos nossos periódicos.
Diferentemente
ocorre com os grandes jornais, as emissoras de rádio e as redes de televisão,
que atingem grande parte da população, se não a população inteira. Mas sua
utilização por parte das instituições espíritas tem um custo bastante elevado
que, salvo raríssimas exceções, está fora de suas possibilidades.
Quanto às
redes sociais, sabe-se que são elas, hoje, as únicas que podem penetrar nos
refúgios mais obscuros – a que se referiu Kardec – e chegar tanto a quem mora
na cidade como aos que moram no campo ou no deserto. E tudo isso a custo ínfimo
ou zero.
Confrades
nossos que já se valem das redes sociais – YouTube, Facebook, Orkut e meios
similares – para divulgarem as ideias espíritas, podem dar o testemunho de que
é possível, sim, ampliar a divulgação da doutrina espírita sem necessidade de
grandes recursos financeiros, uma medida que Kardec, sem dúvida nenhuma, também
adotaria.
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