CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Crianças. São belas... são misteriosas... são
surpreendentes... são espíritos, isso diz tudo.
Um largo sorriso se abriu no rosto daquele homem
extremamente sério, com tanta responsabilidade profissional. Viu seu filho que
o esperava, no fim da tarde, no pátio do colégio.
Este momento quando os olhos comuns se encontram
com o olhar da criança, não há o que fazer, aquele olhar se rende,
inteiramente, aos olhos brilhosos, cheios de luz, de esperança, de vida longa.
Vieram, pai e filho, conversando durante o
itinerário para casa. O filho contava as peripécias infantis com tanta graça,
tanto entusiasmo. Universo simples e repleto dos coloridos desenhos das
historinhas vivenciadas.
O vocabulário era reduzido, mas os gestos da
alegria de viver, tão magníficos. O pai até esquecera que gerenciava uma grande
companhia. Voltou, naquele momento, a se encantar pela vida. Esse fenômeno
ocorria quando os olhos paternos encontravam os filiais.
Aquelas palavras tinham a liberdade pela qual o
espírito almeja. Sensação de ser de todos, mas sem ser ninguém; compromisso de
viver com responsabilidade de cumprir a meta do crescimento acompanhada da
felicidade.
Quando se dá a mão a uma criança, recebe-se a
energia da vida nova; recomeço de tudo. Seus olhos inundam a vontade de os outros
mais quererem conhecer; espontaneidade traz a relembrança de que a pureza da
vida fundamenta toda a sua razão.
Criança, ser tão belo e cativante. Sua presença
anima o fraco; restaura o desequilibrado; instaura novos sonhos para comporem a
realidade; relembra aos adultos que o arco-íris ainda está no céu e possui sete
cores; mostra, muitas vezes, que o pouco é o bastante, que o abraço carinhoso
afaga o espírito; ela ainda ensina, com sua singeleza, que as coisas essenciais
da vida são simples, estão próximas e são possíveis.
Assim é a criança.
E o pai, quando perto do filho, encantava-se com
as estrelas, com os animais, com a natureza, com o sorriso do amanhecer e com o
aconchego da vida. E até se lembrava de agradecer a Deus:
– Obrigado, Senhor!
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