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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Um apelo em favor da criança



Quando lidamos com uma criança em tenra idade, dificilmente imaginamos para ela um futuro que não seja pelo menos igual ao nosso. Jamais nos passa pela mente que esse menino que hoje acalentamos, abraçamos e protegemos possa tornar-se amanhã um marginal perigoso.
As notícias veiculadas pela mídia mostram-nos, contudo, que tais coisas são possíveis e soem acontecer em grande número no mundo em que vivemos.
Não é difícil entender esse fato. Mundo de provas e expiações, a Terra não é, por enquanto, morada de anjos. É uma escola, bendita como todas as escolas criadas por Deus, onde se matriculam criaturas necessitadas, pessoas difíceis, almas fracas e vacilantes, que necessitam por isso de forte estímulo para avançarem no caminho da evolução.
As páginas dos jornais retratam a vida de forma nua e crua.
Aqui, é o jovem imaturo que, movido por sentimentos insondáveis, matou pai e mãe, destruindo a paz do seu lar e a própria vida...
Ali, é o filho de um homem admirado em todo o mundo que, seduzido pelas ilusões do narcotráfico, trocou o lar pela penitenciária...
Acolá, é o garoto que, baleado pelos próprios comparsas, foi lançado no frescor da idade a uma cadeira de rodas, condenado à paraplegia...
Todos eles foram crianças um dia. Alguns tiveram vida abastada, moravam em mansões, ganhavam presentes caros. Outros nem tanto, mas a verdade é que o seu presente e o seu futuro, pelo menos na atual existência, tornaram-se bem amargos.

*

Encontrava-me assim pensando na vida, quando me veio às mãos uma mensagem bastante conhecida escrita por Meimei pelas mãos de Chico Xavier, na qual a amorável educadora interpreta os sentimentos da criança e apela para nós – nós que somos pais, avós, professores e, com certeza, as únicas pessoas que podem auxiliá-la:
“Dizes que sou o futuro.
Não me desampares no presente.
Dizes que sou a esperança da paz.
Não me induzas à guerra.
Dizes que sou a promessa do bem.
Não me confies ao mal.
Dizes que sou a luz dos teus olhos.
Não me abandones às trevas.
Não espero somente o teu pão.
Dá-me luz e entendimento.
Não desejo tão-só a festa de teu carinho.
Suplico-te amor com que me eduques.
Não te rogo apenas brinquedos.
Peço-te bons exemplos e boas palavras.
Não sou simples ornamento de teu caminho.
Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus.
Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão.
Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo...
Corrige-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra.”



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