Uma das
perguntas mais frequentes recebidas por nossa revista(1) diz
respeito à possibilidade, que muitos querem, de se obter no Centro Espírita
mensagem de um familiar recentemente desencarnado. Essa possibilidade existe? É
ela concreta? Ou depende de alguma condição?
É muito
difícil explicar para alguém não afeito à doutrina espírita o que nesses casos
ocorre. Se os mortos podem comunicar-se, como ensina o Espiritismo, por que
não nossos entes queridos?
Em algumas
situações, certamente na maioria delas, o que move as pessoas é o desejo de
contactar o irmão ou amigo que partiu e saber como ele se encontra, como vive,
se está feliz ou não. Mas há casos em que o motivo é simplesmente a curiosidade,
a busca pela novidade, e poucos compreendem por que os Espíritos não aproveitam
a oportunidade para mostrar ao mundo que ninguém morre e que a vida prossegue
realmente além do túmulo.
O desejo dos
que são movidos pelo sentimento de amor é compreensível e, a deduzir das cartas
que recebemos, muito mais comum do que pensamos.
Temos, em
casos assim, dito aos que nos escrevem que podemos estabelecer contato com
nossos mortos queridos, independentemente da ajuda dos médiuns, por meio da
prece e na esfera do sono, porquanto aqueles que nos amam continuam a amar-nos,
estando ou não encarnados.
No tocante ao
contato direto por meio de um médium, é sempre bom recordar o que Chico Xavier,
tratando do assunto, afirmou oportunamente: “O telefone com o Além toca de lá
para cá”, ou seja, os desencarnados nos buscam quando podem e quando há razões
fortes para isso.
Existem,
todavia, determinadas condições indispensáveis a que seja possível uma
comunicação com os Espíritos.
De acordo com
o que aprendemos na doutrina espírita, é necessário, para que um Espírito se
comunique, além da permissão de Deus ou de seus prepostos: 1°, que lhe convenha
fazê-lo; 2°, que sua posição ou suas ocupações lho permitam; 3°, que encontre
no médium um instrumento apropriado à sua natureza.
Faltando uma
das condições citadas, a comunicação mediúnica fica inviabilizada, fato que
muitas pessoas têm dificuldade de compreender.
Com Léon
Denis, um dos maiores vultos das letras espíritas, deu-se algo semelhante.
Denis desejava obter uma comunicação de sua mãe, mas isso jamais ocorreu no
grupo espírita de que ele era o dirigente. Um dia, viajando pelo interior da
França, o contato com ela foi possível e veio, afinal, para o filho a mensagem
esperada.
Por que isso
não acontecera antes?
É que, explicou-lhe
a mãe, não havia no grupo espírita que ele dirigia um médium que com ela
sintonizasse.
(1)
A revista “O Consolador”, que completará no início de abril 7 anos de
existência.
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