A propósito
do tema morte, há quem ainda persista na ideia de que ninguém jamais voltou
para dizer se a vida realmente continua.
Fato curioso
é que os cristãos creem na continuidade da vida pós-morte e demonstram essa
crença quando invocam os chamados santos, que, em verdade, são pessoas como nós
que um dia passaram por aqui e retornaram ao mundo espiritual, uma vez mortos
seus corpos.
Crer na
assistência dos santos não teria nenhum sentido para os que admitem que a vida
cessa com a morte corporal ou que os mortos não possam vir em nosso auxílio.
Os fatos,
contudo, têm-nos mostrado que a alma sobrevive à morte corpórea e que, havendo
permissão superior, pode, sim, comunicar-se com os chamados vivos.
Os que
conseguem essa permissão trazem-nos notícias do mundo espiritual, falam do
trabalho que realizam e das preocupações que os movem, além de informar-nos que
são muitas as ocupações e missões que desempenham, tendo por objetivo a
harmonia do Universo. Dizem-nos eles que sua ocupação é contínua, mas nada tem
de penosa, uma vez que não estão sujeitos à fadiga nem às necessidades próprias
da vida terrena.
Engana-se, pois,
quem imagina que os seres desencarnados se encontram descansando, sem
obrigações e deveres a cumprir. Desencarnados ou não, são eles incumbidos de
auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de um
círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, cabendo-lhes
ainda velar pela execução de determinados acontecimentos.
Alguns
desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente
locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por
aqueles de quem se constituíram guias e protetores, dando-lhes conselhos ou
inspirando-lhes bons pensamentos.
Existem
tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto
no mundo físico como no moral, e o Espírito se adianta conforme a maneira pela
qual desempenha sua tarefa.
No tocante ao
mundo dos encarnados, os Espíritos ocupam-se com as coisas que nos dizem
respeito de conformidade com o grau de evolução em que se acham. Os superiores
só se ocupam com o que seja útil ao nosso progresso. Os inferiores ligam-se
mais às coisas materiais e delas se ocupam.
A felicidade
dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, na ociosidade contemplativa,
que seria uma eterna e fastidiosa inutilidade. Suas atribuições são
proporcionadas ao seu grau evolutivo, às luzes que possuem, à sua capacidade,
experiência e ao grau de confiança que inspiram ao Supremo Criador.
Há, no
entanto, ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, outras
de importância relativa, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo
afirmar-se que cada um tem a sua, de modo que todos têm deveres a preencher a
bem do semelhante e que é, portanto, equivocada a conhecida frase “Morreu,
descansou”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário