Os números que retratam o recrudescimento da
violência no Brasil parecem indesmentíveis. E, fato curioso, os percentuais
pertinentes à criminalidade se apresentam maiores, conforme as estatísticas
oficiais, nos lugares em que teoricamente a pobreza e a carência material são
menores.
Toda vez que esses dados vêm a público, o
governo federal acena com um novo plano de segurança que, segundo a propaganda
oficial, deverá reverter a situação, esperando com isso acalmar a população
brasileira, que se encontra cansada de tanta violência, de tanta corrupção e de
tantos desmandos em um país que costuma, com indisfarçado orgulho, dizer-se
cristão.
Em verdade, como escreveu certa vez nossa
confreira Jane Martins Vilela em artigo publicado no jornal O Imortal, violência sempre houve no mundo.
Já esquecemos, porventura, as duas Guerras
Mundiais, a guerra do Vietnã, a guerra da Coreia e os conflitos da Bósnia e do
Kosovo?
Se tomarmos esses conflitos como ponto de
referência, veremos que a Terra não está pior do que cem anos atrás, quando
teve início a Grande Guerra de 1914.
O mundo está, sim, embora de forma lenta,
cada vez melhor, visto que o número dos que matam, dos que avançam sobre os
cofres públicos, dos que não respeitam os direitos do próximo é infinitamente
menor que o número dos que anseiam pela paz, dos que vivem às vezes
miseravelmente com parcos salários e, mesmo assim, respeitam o semelhante.
Como entendia J. Herculano Pires, a Terra não
experimenta uma crise de involução,
mas de revolução, crise por sinal prevista por Jesus no sermão profético,
segundo o qual, antes da vitória final do Evangelho, que será um dia ensinado e
praticado em todos os lugares, haveria guerras, tremores de terra e muita iniquidade,
não significando com isso o fim do mundo, mas somente o começo de uma nova era.
O estado caótico em que ainda nos
encontramos, apesar do progresso registrado nos últimos tempos, mostra apenas
que a Terra é um planeta ainda muito atrasado e longe está desse estágio
chamado Mundo de Regeneração, cujo advento para as próximas décadas só é
propagado pelas pessoas desinformadas que não veem televisão nem leem os
jornais.
Há, portanto, um longo caminho a percorrer,
mas a meta será um dia alcançada, dependendo tão somente dos nossos esforços.
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