Patrícia indaga: Em que, na realidade, consiste o
livre-arbítrio?
O livre-arbítrio pode ser definido como a faculdade
que tem o indivíduo de determinar sua própria conduta, ou seja, a possibilidade
que ele tem de, entre duas ou mais opções, escolher uma delas e fazer que
prevaleça sobre as outras.
Apanágio da criatura humana, o livre-arbítrio se
amplia com o aprimoramento espiritual, quando o senso se responsabilidade mais
claramente se acentua.
Pensar que seja a vida guiada por um determinismo em
que todos os acontecimentos estejam fatalmente preestabelecidos é raciocinar de
maneira ingênua, simplória, porque, se assim fosse, o homem não seria um ser
pensante, capaz de tomar resoluções e de interferir no progresso. Seria apenas
uma máquina robotizada, irresponsável, à mercê dos acontecimentos.
O livre-arbítrio, a livre vontade que tem o Espírito
de agir, exerce-se principalmente no momento em que ele se prepara para uma
nova encarnação, quando pode escolher o gênero de existência e a natureza das
provas a serem enfrentadas.
Escolhendo tal família, certo meio social, o Espírito
sabe de antemão quais são as provas que o aguardam e compreende, igualmente, a
necessidade dessas provas para desenvolver suas qualidades, curar seus
defeitos, despir-se de seus preconceitos e vícios.
Sobre o assunto escreveu Allan Kardec:
“A questão do livre-arbítrio se pode resumir assim:
O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que
pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam
de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma
existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache
colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de
agir ou não agir.
Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no
estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como
encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos
nos temos voluntariamente submetido.
Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á
utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem.
Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a
modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento
pela higiene.” (O Livro dos Espíritos,
item 872.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário