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sábado, 27 de setembro de 2014

Laicismo vs ateísmo estatal


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Boa-tarde, leitora amiga e paciente leitor. Falar-lhes-ei hoje sobre um assunto nada burlesco: a diferença entre o Estado laico e o Governo ateu.
Houve um tempo, aqui na Terra, que o Estado era a Igreja. Tudo o que infringia as normas sacras era considerado sacrílego. O Papa era a lei suprema; e ai de quem contrariasse os dogmas da religião católica apostólica universal. Anátema!
Alguns atrevidinhos e algumas ousadinhas, tais como Galileu Galilei, João Huss e Joana d'Arc, meteram-se a contrariar as ordenações, dogmas e leis vigentes na santa Igreja. Resultado, o primeiro foi submetido à prisão perpétua domiciliar; os outros dois foram reduzidos a cinzas nas fogueiras da inquisição.
Antes disso, quando o Governo era de César e os cristãos eram os inimigos do Estado, dizem que Joana de Cusa foi levada a "julgamento", por professar a fé em Jesus Cristo, juntamente com seu jovem filho, ainda adolescente. Havia uma condição para que ambos não fossem queimados vivos, após serem amarrados a um poste: Joana renegar Jesus. Assim, quando o carrasco lhes deu uma última oportunidade para trair sua crença e confirmar a lealdade a César, o filho dela suplicou-lhe chorando:
 — Renega, mãe, esse Jesus que nos desampara e nos deixa morrer queimados. Sou jovem, quero viver...
Ao que ela respondeu:
— Cala-te, meu filho, você não sabe o que está dizendo. Vamos cantar, para que nossas almas não sintam o calor do fogo e se iluminem com o amor do Cristo de Deus.
E começaram a cantar...
Diante disso, o carrasco ainda lhe perguntou:
— Esse seu Jesus só lhes ensina a morrer queimados por amor a Ele?
E Joana responde-lhe:
— Não somente a morrer por amor a Ele, mas também a vos perdoar e amar.
Dizem que foram recebidos, com a glória de heróis, diretamente por Jesus Cristo, na vida real, que é a do Espírito imortal, como está comprovado pelo Espiritismo, o Consolador cristão prometido por Jesus que respeita todas as crenças, mas esclarece os descrentes sem lhes violentar as consciências.
Veja quem tem olhos para ver, creia quem tem juízo... Não sem razão, Ele nos afirmou: "E conhecerás a verdade, e a verdade vos libertará".
O tempo passou, a Igreja tornou-se a religião do Estado. Conquistou o poder temporal na Terra e, de perseguida, passou a perseguidora. Seu poder era tal que coroava ou depunha reis e rainhas.
Mas isso também mudou. Fez-se a separação entre a Igreja e o Estado. Foi um divórcio dolorido, mas com juras de amor e de respeito mútuo...
O fato de o Estado tornar-se laico, entretanto, enquanto o ateísmo não se impôs na Terra, permitia uma convivência pacífica com todas as religiões, quando a ditadura estatal intolerante não se interpunha, pela força, aos direitos de crença.
Atualmente, porém, no Brasil, a Ética e a Moral foram postas de cabeça para baixo; e a mentira, o roubo, a caça impiedosa às pessoas que atravessam o caminho dos poderosos passou a ser a norma governamental.
Hoje em dia, o cidadão é quase obrigado a se tornar hipócrita, sensual, depravado e mentiroso, porque, se deseja ser respeitado e aprovado pelo sistema, essas são suas principais credenciais aceitas. E ai de quem não fizer parte do grupo do poder. É defenestrado do seu posto, por meio de armadilhas quase insuperáveis.
Dependendo do interesse do Estado, o culpado pode virar inocente e este ser transformado em criminoso.
Estado laico significava a não imposição religiosa, neutralidade dos governantes em relação às crenças dos governados, mas também a valorização do comportamento ético, o respeito às crenças alheias em Deus e na vida espiritual, fosse qual fosse a religião adotada pelas pessoas.
Até mesmo respeitava-se o direito de não se ter crença alguma...
Estado materialista, ateu, é aquele que não mais respeita as tradições morais e as religiões de seu povo, por julgar que tudo se acaba com a morte do corpo material.
Essa é a grande diferença entre um Governo laico e um Governo ateu. O laico não precisa ser necessariamente ateu, simplesmente não interfere nas questões religiosas. O ateu aproveita-se da laicidade para impor suas teorias materialistas e ridicularizar quem tem sua fé em Deus.
O Estado laico respeita as crenças do povo governado, não permite a imposição de ideias profanas e a violação dos costumes ético-morais da sociedade. O Estado ateu faz a apologia de tudo o que considera válido em função de uma vida materialista: a sensualidade exacerbada, com fornecimento gratuito de preservativos; o casamento gay, a distribuição de cartilhas a crianças, na escola, com histórias de inversões de condutas sexuais, a apologia ao consumo de certas drogas consideradas inofensivas, as novelas com a exaltação dos personagens de atitudes violentas ou depravadores dos costumes cristãos, etc. etc. etc. O anormal virou normal e vice-versa...
Até mesmo o envio de fortunas roubadas do povo a paraísos fiscais, o crime e o assalto a bancos sob o pretexto de angariar recursos para campanhas políticas são perdoados no Estado ateu, que não tem quaisquer escrúpulos para atingir seu programa pessoal e o de seus amigos, familiares, gatos, cachorros, papagaios...
Agora que estamos nos aproximando das eleições, no Brasil, é tempo de refletir: é isso que desejamos para nosso país, para nossa família, para nós?
Depois... ainda nos resta uma esperança: tirar Dom Pedro II do exílio e restaurar a Monarquia brasileira, o mais democrático, cristão e ético Governo que já tivemos, pois a República caminha para um estado em que nossa visão futurista será uma triste realidade.

Acesse, quando puder, o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com



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