No tocante ao
progresso, há quem diga que ele é comparável ao amanhecer, ou seja, ainda que
aparentemente lento, o progresso culmina por lograr êxito.
Evidentemente,
a ignorância, aliada ao poder da força e iludida pela falsa cultura, várias
vezes se levantou com o propósito de criar embaraços ao desenvolvimento dos
homens e dos povos. Exemplo disso foi a experiência vivida por Galileu Galilei.
Mas o progresso – como uma das leis que regem a vida em todo o Universo – acaba
chegando de forma inevitável, alterando a face e a constituição do que encontra
pela frente, desdobrando recursos e fomentando a beleza, a tranquilidade e o
conforto.
Desse modo é
que se verifica a marcha do progresso, que um dia erguerá o homem do solo das
imperfeições, em que ele ainda se detém, para a sua gloriosa destinação, que é
a perfeição.
Existem, como
ninguém ignora, dois tipos de progresso – o progresso moral e o intelectual.
A criatura
humana desenvolve-se por si mesma, de forma natural, mas é fato notório que nem
todos progridem simultaneamente, no mesmo ritmo e do mesmo modo. Quem tem
filhos já observou ou observará esse fato ocorrer no seio de sua própria
família.
Em face
disso, Deus faz com que os mais adiantados auxiliem o progresso dos outros, por
meio da interação, do contato social, e é por isso que constitui um dever de
todos ajudar o próximo, dever sintetizado por Jesus numa proposição conhecida:
“Ama ao próximo como a ti mesmo”.
O progresso
moral nem sempre acompanha o progresso intelectual. O normal é que os
indivíduos e os povos conquistem primeiro um maior progresso científico e só
depois, e lentamente, se moralizem.
O balanço das
novidades tecnológicas apresentado pela revista Veja oportunamente dá-nos exata
medida de como o progresso científico tem avançado. A rede mundial de
computadores com acesso cada vez mais rápido. Aparelhos eletrônicos que
funcionam sem nenhum contato físico. Automóveis que andam milhares de
quilômetros sem ninguém ao volante. Medicamentos que previnem a infecção pelo
vírus da Aids. Tablets eletrônicos, como o iPad e outros, que permitem que você
leia um livro ou uma revista de conteúdo virtual como se manuseia uma revista
ou um livro impressos.
Algum tempo
atrás passou a circular no mercado um aparelho curioso – um receptor móvel de
GPS, sigla utilizada para identificar o sistema de posicionamento global, do
inglês Global Positioning System – que não apenas indica o local exato –
cidade, rua e número em que a pessoa se encontra – mas lhe fornece as informações
necessárias, com todas as minúcias possíveis, para que o interessado chegue ao
seu destino, fato que torna claro como deve ser fácil aos protetores
espirituais localizar as pessoas que os chamam em suas preces e pedidos de
socorro.
O desenvolvimento
moral, contudo, encontra-se muito aquém dessa e de outras conquistas
tecnológicas que têm contribuído para o maior conforto dos que vivem na Terra,
visto que as injustiças, a corrupção, a violência, o tráfico das drogas, as
guerras, o terrorismo continuam a ocupar páginas e páginas de nossos principais
periódicos.
A razão disso
não é, porém, de difícil compreensão: o desenvolvimento intelectual não
implica, por si mesmo, a necessidade do bem. Uma pessoa dotada de grande
inteligência pode ser má. Eis por que encontramos em muitas nações tecnicamente
adiantadas tantas injustiças e as mazelas acima referidas. É que ainda lhes falta a moralização dos seus
integrantes.
Com o aumento
do discernimento entre o bem e o mal, e graças ao desenvolvimento do livre-arbítrio,
amplia-se nos seres humanos a noção da responsabilidade no pensar, no falar e
no agir, e é isso que determina o chamado salto vertical, ou progresso moral,
das criaturas humanas, único fator que pode assegurar aos homens a felicidade
na Terra, ao refrear as más paixões e fazer com que reinem entre todos a
concórdia, a paz e a fraternidade.
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