Continuamos a publicar o roteiro e o texto que serviram de
base aos estudos que vimos fazendo semanalmente no Centro Espírita Nosso Lar (Londrina,
PR), relativamente ao livro Ação e Reação,
de André Luiz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
A seguir, o texto desta semana:
Questões
para debate
A. Como interpretar a atitude dos casais que evitam os filhos, valendo-se
sistematicamente do uso de anticoncepcionais?
B. O aborto injustificado pode ser considerado um crime?
C. A abnegação é uma virtude a ser conquistada?
Texto para leitura
102. Anticoncepcionais
e aborto – Hilário quis saber de Silas como devemos interpretar a atitude
dos casais que evitam os filhos, valendo-se sistematicamente do uso de
anticoncepcionais. O Assistente ponderou: "Se não descambam para a
delinquência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos
que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista. Infelizmente
para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão
fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço
inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência, procurando inutilmente
enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a
conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando acolhimento a novos
filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação, emaranham-se
nas futilidades e preconceitos das experiências de subnível, para acordarem,
depois do túmulo, sentindo frio no coração..." Quanto ao aborto, não
apenas constitui falta grave, mas doloroso crime. "Arrancar uma criança ao
materno seio é infanticídio confesso", asseverou Silas. "A mulher que
o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis
irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma,
predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o
vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos
esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder
perante a Justiça Divina, pelo crime praticado." Nessa ocasião, acentuou
Silas, ela se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante
recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por longo
tempo a degenerescência das forças genitais. "A mulher que corrompeu
voluntariamente o seu centro genésico – acrescentou o Assistente – receberá de
futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de
criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis
do perispírito, através do sacrifício nobilitante com que se devotará aos
filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com
nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando
ao preço de sofrimento e trabalho justos..." (Ação e Reação, cap. 15, pp. 210 e 211.)
103. O
caso Adelino – Na véspera do acontecimento adiante narrado, André conheceu
Adelino Correia, o irmão da fraternidade pura, em atividade num templo
espírita-cristão. "Ouvimo-lo em preciosos comentários do Evangelho, sob o
influxo de iluminados instrutores, dos quais assimilava as correntes mentais
com a docilidade confiante de um homem profundamente habituado à oração",
relatou André Luiz. Adelino falara com mestria, arrancando a todos lágrimas
pela emotividade com que tangia as fibras mais íntimas de seus ouvintes.
Trajado singelamente, denotava a condição do trabalhador em experiências
difíceis. O estágio de prova a que parecia enredar-se era, contudo, mais amplo.
O companheiro revelava longa faixa de eczema na pele à mostra. Certa porção da
cabeça, os ouvidos e muitos pontos da face exibiam placas vermelhas, sobre as
quais se formavam diminutas vesículas de sangue, ao passo que as demais regiões
da epiderme surgiam gretadas, evidenciando uma afecção cutânea largamente
cronicificada. Além disso, acanhado e tristonho, Adelino indicava tormentos
ocultos a lhe dominarem a mente, embora seus olhos, maravilhosamente lúcidos,
evidenciassem a marca da humildade. Doce velhinha desencarnada pediu a Silas
socorro em benefício da saúde de Adelino, que ela dizia encontrar-se mais
incomodado, ultimamente, pela dor das feridas não cicatrizadas. Alguns
instantes depois, apareceu simpático rapaz, também desencarnado, que saudou o
Assistente e seus dois amigos. (Obra
citada, cap. 16, pp. 213 e 214.)
104. Os efeitos
da abnegação no bem – O moço explicou, de olhos úmidos: "Meu caro
Assistente, sei que o nosso Adelino vem atravessando certa crise financeira...
Pelo muito que auxilia os outros, descura-se das suas próprias necessidades.
Pelo amparo que ele oferece constantemente à minha pobre mãe encarnada,
insisto no apoio de sua amizade para que seja favorecido. Ainda na semana
passada, ouvindo as súplicas de minha genitora viúva, em grande penúria para
atender ao tratamento de dois dos meus manos enfermos, procurei-o, em lágrimas,
transmitindo-lhe apelos mentais para que nos protegesse e, sem qualquer vacilação,
acreditando obedecer aos seus impulsos, visitou-nos a casa, entregando à minha
sofredora mãezinha a importância de que necessitava... O' meu Assistente,
rogo-lhe por amor a Jesus!... Não deixe em dificuldade quem tanto nos
auxilia!..." Silas acolheu a petição com risonha benevolência e disse:
"Descansemos. Adelino permanece na rede de simpatia fraternal que teceu
para o asilo de si mesmo. Incumbem-se muitos amigos de supri-lo com os recursos
indispensáveis ao fiel desempenho da tarefa a que se dedicou. As
circunstâncias na luta material harmonizar-se-ão em favor dele, atendendo-lhe
aos méritos conquistados". Parecia que todos os tarefeiros em trânsito
naquela casa eram devedores de Adelino, o que Silas confirmou: "Sim, os
créditos de Adelino são realmente enormes, não obstante os débitos a que ainda
está preso... Cultiva, no entanto, a ventura de substancializar a fé e o
conhecimento superior que os Mensageiros de Jesus lhe confiam em obras de
genuíno amor fraternal, a lhe granjearem larga soma de reconhecimento".
Adelino despertava em todos enorme simpatia, graças à sua irradiante bondade.
"A abnegação, em toda parte, é sempre uma estrela sublime. Basta
mostrar-se para que todos gravitemos em torno de sua luz", pensou André
Luiz. Findo o serviço da noite, Adelino retornou ao seu lar, onde a genitora,
que já passara dos sessenta anos, o aguardava. Era Leontina, carinhosa mãe e
amiga de Adelino, que, embora fosse casado, não contava com a presença da
esposa. (Obra citada, cap. 16, pp. 215 e
216.)
Glossário:
- Metrite: inflamação do útero.
- Vaginismo: contração espasmódica do músculo
constritor da vagina.
- Metralgia: dor no útero.
- Enfarte
uterino: inchação, ingurgitamento, obstrução, no útero.
- Vesícula: pequena bexiga ou cavidade.
- Gretada:
diz-se da pele com pequenas rachaduras.
Respostas às questões propostas
A. Como
interpretar a atitude dos casais que evitam os filhos, valendo-se
sistematicamente do uso de anticoncepcionais?
Hilário
dirigiu a pergunta acima a Silas, e este ponderou: "Se não descambam para
a delinquência do aborto, na maioria das vezes são trabalhadores desprevenidos
que preferem poupar o suor, na fome de reconforto imediatista. Infelizmente
para eles, porém, apenas adiam realizações sublimes, às quais deverão
fatalmente voltar, porque há tarefas e lutas em família que representam o preço
inevitável de nossa regeneração. Desfrutam a existência, procurando inutilmente
enganar a si mesmos, no entanto, o tempo espera-os, inexorável, dando-lhes a
conhecer que a redenção nos pede esforço máximo. Recusando acolhimento a novos
filhinhos, quase sempre programados para eles antes da reencarnação,
emaranham-se nas futilidades e preconceitos das experiências de subnível, para
acordarem, depois do túmulo, sentindo frio no coração." (Ação e Reação,
cap. 15, pp. 210 e 211.)
B. O
aborto injustificado pode ser considerado um crime?
Sim. O aborto
não apenas constitui falta grave, mas doloroso crime. "Arrancar uma
criança ao materno seio é infanticídio confesso", disse Silas. "A
mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida,
por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de
sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a
metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa,
flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para
responder perante a Justiça Divina, pelo crime praticado." Nessa ocasião,
ela se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante
recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por longo
tempo a degenerescência das forças genitais. "A mulher que corrompeu voluntariamente
o seu centro genésico – acrescentou o Assistente – receberá de futuro almas
que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas,
no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito,
através do sacrifício nobilitante com que se devotará aos filhos torturados e
infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar
a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando ao preço de sofrimento e
trabalho justos." (Obra citada, cap. 15, pp. 210 e 211.)
C. A
abnegação é uma virtude a ser conquistada?
Sim. "A
abnegação, em toda parte, é sempre uma estrela sublime. Basta mostrar-se para
que todos gravitemos em torno de sua luz." Esse pensamento veio à mente de
André Luiz ao testemunhar a dedicação de Adelino à tarefa do bem. (Obra
citada, cap. 16, pp. 215 e 216.)
N.R. - Para acessar e ler o texto da semana passada, clique
em http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2014/12/o-sexo-deve-ser-tratado-com-o-maior.html
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