CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Algo que
muito sensibiliza é quando se percebe no olhar a sinceridade das palavras.
Quando o real sentimento é vivido com a clareza que somente a luz da verdade
pode iluminar.
Isso foi tão
claro no olhar de alguns garotos, dia desses, num vídeo ao qual assisti. O
adulto que gravava pediu-lhes algumas informações sobre o que desejavam para o
futuro, depois apresentou-lhes uma garota e pediu-lhes que fizessem um carinho
nela e caretas para ela. Todos, tanto os meninos como a menina, aproveitaram
com a leveza da simplicidade e riam do momento descontraído.
Até que o
adulto, responsável pela gravação e com um propósito, pediu-lhes que dessem um
tapa na jovem menina ou fizessem algum ato de violência contra ela.
Nesse
momento, o olhar de cada um dos garotos foi a transparência total da inadmissão
e reprovação de algo tão covarde, estúpido, indigno e tanto mais inferior por
tamanha pequenez e infelicidade. E todos, terminantemente, negaram fazê-lo e a
indignação estampou-se no olhar de cada um, pois demonstraram não acreditar no
que lhes fora pedido.
Imensa emoção
invadira os meninos, a menina e todos os espectadores do momento e também os
que veriam nos quatro cantos do globo pela internet, como foi o meu caso. E o
mais grandioso é que eram, na verdade, ainda crianças, mas já com toda repulsa
contra a violência; de fato, é a nova leva de espíritos com o desígnio de mais
amor, progresso para o Planeta.
Aqueles
olhinhos tão emocionados ensinaram demais e todo olhar verdadeiro sempre
ensinará. Quando as palavras são diferentes da energia da alma há pouco brilho
no olhar, janela da imortalidade.
E cada um
deles, além de se negar a fazer, explicou o porquê da repugnância por um ato
violento e tão despropositado causando somente retardo no caminho, perturbação,
sofrimento e tristeza.
Graças a
Deus, as ações incoerentes e maldosas nos indignam e nos surpreendem cada vez
mais, enquanto as benfazejas e amorosas aumentam e tornam-se mais naturais no
comportamento de um maior núcleo familiar e grupo social, embora muito há para
se fazer. O olhar prefere o bem ao desarranjo que atrai a tristeza.
Esses meninos
tanto ensinaram os muitos adultos que, infelizmente, pensam ainda ser a lei da
força e covardia algum nível de poder... só se for o poder de ignorância, de
fraqueza moral exacerbada, de anulação de bons valores, de reprovação e
adiamento perante o progresso. No entanto, sempre é tempo de retomar caminhos
melhores rumo à luz da felicidade.
Não se sente
a paz onde a violência atua. E essa violência não se limita à agressão física,
pois esta é a mais deprimente e covarde de todas, mas também a violência do
preconceito; da discriminação; da repressão sobre a liberdade de outrem,
aprisionamento físico e emocional; da humilhação gratuita; do mau tratamento;
da maldade nas palavras; do desrespeito.
Entretanto,
quando se permite o amor, a luz passa a iluminar os olhos e dilatar a alma; a
paciência se põe a ouvir e a tolerância compreende os pensamentos diferentes,
pois não é possível a concordância com todas as ideias, mas o respeito de que
elas existem. E quando se observa e vivencia os dias com olhos amorosos, de
fato, o progresso avança, já que a energia é benéfica e construtora, e ainda,
somos, naturalmente, os primeiros beneficiários da ação.
Que o
infinito do céu, em sua grandeza, desperte os corações, pois as atitudes
infelizes são embasadas pela pequenez da alma.
A eternidade
é o ponto de chegada e o amor é a garantia para esse percurso. Para a depuração
há que se conquistar méritos de bondade, tolerância, compreensão, paciência e
muita reforma íntima; no entanto, para a estupidez da violência, a intolerância
é obrigatória, o que não sobra espaço para a conscientização de tamanho
equívoco e covardia.
Bem agora
sinto o vento livre tocar meu rosto; sensação maravilhosa é a ternura da
bondade e do amor para toda alma, espírito eterno; para toda criatura; para
todos os infindáveis seres do universo.
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