Um leitor pergunta-nos: Qual a
diferença entre Alma e Espírito?
Essa questão foi tratada por
Kardec em três diferentes momentos na obra fundamental do Espiritismo – O Livro dos Espíritos.
Inicialmente, definindo o termo
Alma, ele escreveu:
“Julgamos mais lógico tomá-lo na
sua acepção vulgar e por isso chamamos Alma ao ser imaterial e individual que
em nós reside e sobrevive ao corpo. Mesmo quando esse ser não existisse, não
passasse de produto da imaginação, ainda assim fora preciso um termo para
designá-lo.” (O Livro dos Espíritos,
Introdução, II.)
Mais à frente, na mesma
Introdução, ele complementou a definição:
“A Alma é um Espírito encarnado,
sendo o corpo apenas o seu envoltório.
Há no homem três coisas: 1º, o
corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço que prende
a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.” (L.E., Introd., VI.)
No terceiro momento, quando
redigiu as questões 134 e 135 da mesma obra, ele publicou as informações
seguintes:
134. Que é a alma? “Um Espírito encarnado.”
a) Que era a alma antes de
se unir ao corpo? “Espírito.”
b) As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma
coisa? “Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao
corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os
quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e
esclarecerem.”
135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo? “Há o
laço que liga a alma ao corpo.”
a) De que natureza é esse laço? “Semimaterial, isto é,
de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim
para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é que
o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.” (O Livro dos Espíritos, questões 134 e 135.)
À vista do exposto, parece claro
que Alma e Espírito são denominações de um mesmo elemento. Quando o ser se
encontra encarnado, dir-se-á alma. Quando desencarnado, dir-se-á Espírito.
Referindo-nos a alguém que se encontra em nosso meio, diremos então:
- Meu amigo João é uma alma boa.
Quando João tiver feito a
passagem para a vida espiritual, a frase será diferente:
- Meu amigo João é um bom
Espírito.
Ocorre que, anos depois, o
codificador do Espiritismo reavaliou o assunto e deu aos dois termos – Alma e
Espírito – um significado diferente, que nos parece também mais apropriado.
Segundo o novo entendimento do
codificador, expresso em um texto publicado na Revista Espírita de 1864 (tradução de Júlio Abreu Filho, Edicel,
págs. 138 e 139), a Alma é o princípio inteligente, imperceptível e indefinido
como o pensamento e que não é possível conceber isolado da matéria de maneira
absoluta.
É o corpo espiritual – ou
perispírito – que faz dela um ser definido, limitado e circunscrito à sua
individualidade espiritual.
A união da Alma, do perispírito
e do corpo material constitui o HOMEM.
A Alma e o perispírito, quando
separados do corpo físico, constituem o ESPÍRITO.
Em síntese:
• a Alma é o ser simples, primitivo
• o Espírito é o ser duplo
• o homem é o ser triplo.
Nas manifestações espíritas não
é, pois, a alma que se apresenta isoladamente. Ela está sempre revestida do seu
envoltório fluídico. Trata-se, pois, de um Espírito. Nas aparições de
Espíritos, não se vê a alma, mas sim o corpo espiritual que a reveste, do mesmo
modo que, quando se vê um ser encarnado, vemos seu corpo, mas não a alma que o
faz agir.
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