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domingo, 18 de setembro de 2016

Reflexões à luz do Espiritismo



Por que pessoas morrem, às vezes, tão cedo?

O falecimento inesperado do ator Domingos Montagner, ocorrido no início desta semana, fez-nos lembrar um texto que escrevemos em resposta a uma leitora que, sentindo muito o falecimento de uma pessoa querida, enviou-nos mensagem em que descreve a saudade que sente da amiga que partiu e apresenta-nos uma série de perguntas.
Eis as perguntas por ela formuladas, seguidas do que é possível responder com fundamento nos ensinamentos espíritas:
1) Consigo conversar com minha amiga de forma que ela ouça ou me entenda? Existe tempo limite ou período para que aconteça isso? Eu consigo ser ouvida toda vez que falo com ela? É permitido dizer-lhe coisas ou recomenda-se que eu não me comunique e nem exponha meus pensamentos ou sentimentos?
“A morte não interrompe nossas ligações com as pessoas queridas. Ouvir-nos e entender-nos estão mais em função do equilíbrio que o desencarnado apresente. Os pensamentos e as ideias que transmitimos devem contribuir para a harmonização daqueles que partiram, visto que eles necessitam de algum tempo para se readaptarem às novas condições do mundo em que passaram a viver pós-morte corpórea. Podemos conversar com os entes queridos nos momentos de prece, de meditação e durante o sono corpóreo.”
2) Ela lê meus pensamentos?
“Sim. Ela os pode ler, perfeitamente. Isso dependerá apenas da condição em que se encontre, tal como dito na resposta anterior.”
3) Poderei continuar tendo a companhia dela para o resto de minha vida? Ela poderá me esquecer? Em que circunstâncias irei reencontrá-la? Pode acontecer de ela reencarnar antes de eu morrer? Posso nunca mais encontrá-la? Deus permite que ligações entre Espíritos permaneçam em vida e após a morte?
“Os sentimentos nutridos pelos seres que se amam, quando ultrapassam os interesses materiais, perduram e se fortalecem ao longo da vida. É com base nisso que se formam as chamadas famílias espirituais. Diz Kardec, reportando-se às famílias espirituais, que aqueles que continuam no mundo espiritual enquanto outros reencarnam continuam a manter contato e, às vezes, tornam-se protetores uns dos outros, quando o sentimento do amor é que os move.”
4) Eu a terei nos momentos futuros da minha vida que sejam marcantes para mim (casamento, nascimento dos filhos, reencontro com os parentes dela)?
“Nossos amigos espirituais preocupam-se conosco, visitam-nos e até nos ajudam em muitos momentos da vida. Desse modo, a presença espiritual de sua amiga nos eventos citados é algo perfeitamente possível.”
5) Como eu poderia fazer para ter contato com ela de alguma forma? Posso chamá-la ou evocá-la nos momentos em que quero a companhia dela?
“Não é preciso contar com a ajuda de um médium para tais contatos. Podemos encontrar nossos amigos desencarnados toda vez que nosso corpo adormece. É evidente que há casos em que esses contatos podem tornar-se inconvenientes e aí, sempre com vistas ao bem, pode haver alguma interferência de nossos protetores. Caso contrário, é algo que pode ocorrer e certamente ocorre com todos aqueles que se amam.”
6) Como posso saber como ela está? Será que ela já está realmente bem? Ela pode estar em luz e me visitar e me fazer companhia mesmo assim?
“A partir dos contatos com ela, na esfera do sonho ou nos momentos de meditação, é possível sentir como ela se encontra, fato que lhe virá na forma de intuição.”
7) Ela pode se tornar um anjo da guarda meu e me auxiliar nos momentos difíceis?
“Sim, isso é perfeitamente possível, mas dependerá do programa que cada um deve cumprir ao longo das futuras existências.”
8) Por que ela morreu tão cedo se tinha tanta coisa para completar ainda?
“A duração da existência corpórea, salvo os casos de suicídio direto e indireto, faz parte da programação reencarnatória e das necessidades de cada pessoa. Todos nós temos tarefas importantes a cumprir no mundo espiritual, que é, conforme aprendemos no Espiritismo, o mundo real que preexiste e sobrevive a este. O espírita deve entender que a vida prossegue exuberante tanto na Terra como em outros mundos e, ainda, nas chamadas cidades espirituais.”


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