Por que pessoas morrem, às vezes, tão cedo?
O falecimento
inesperado do ator Domingos Montagner, ocorrido no início desta semana, fez-nos
lembrar um texto que escrevemos em resposta a uma leitora que, sentindo muito o
falecimento de uma pessoa querida, enviou-nos mensagem em que descreve a
saudade que sente da amiga que partiu e apresenta-nos uma série de perguntas.
Eis as perguntas por
ela formuladas, seguidas do que é possível responder com fundamento nos
ensinamentos espíritas:
1) Consigo conversar com minha amiga de forma que ela
ouça ou me entenda? Existe tempo limite ou período para que aconteça isso? Eu
consigo ser ouvida toda vez que falo com ela? É permitido dizer-lhe coisas ou
recomenda-se que eu não me comunique e nem exponha meus pensamentos ou
sentimentos?
“A morte não
interrompe nossas ligações com as pessoas queridas. Ouvir-nos e entender-nos
estão mais em função do equilíbrio que o desencarnado apresente. Os pensamentos
e as ideias que transmitimos devem contribuir para a harmonização daqueles que
partiram, visto que eles necessitam de algum tempo para se readaptarem às novas
condições do mundo em que passaram a viver pós-morte corpórea. Podemos
conversar com os entes queridos nos momentos de prece, de meditação e durante o
sono corpóreo.”
2) Ela lê meus pensamentos?
“Sim. Ela os pode
ler, perfeitamente. Isso dependerá apenas da condição em que se encontre, tal
como dito na resposta anterior.”
3) Poderei continuar tendo a companhia dela para o resto
de minha vida? Ela poderá me esquecer? Em que circunstâncias irei
reencontrá-la? Pode acontecer de ela reencarnar antes de eu morrer? Posso nunca
mais encontrá-la? Deus permite que ligações entre Espíritos permaneçam em vida
e após a morte?
“Os sentimentos
nutridos pelos seres que se amam, quando ultrapassam os interesses materiais,
perduram e se fortalecem ao longo da vida. É com base nisso que se formam as
chamadas famílias espirituais. Diz Kardec, reportando-se às famílias
espirituais, que aqueles que continuam no mundo espiritual enquanto outros
reencarnam continuam a manter contato e, às vezes, tornam-se protetores uns dos
outros, quando o sentimento do amor é que os move.”
4) Eu a terei nos momentos futuros da minha vida que
sejam marcantes para mim (casamento, nascimento dos filhos, reencontro com os
parentes dela)?
“Nossos amigos
espirituais preocupam-se conosco, visitam-nos e até nos ajudam em muitos
momentos da vida. Desse modo, a presença espiritual de sua amiga nos eventos
citados é algo perfeitamente possível.”
5) Como eu poderia fazer para ter contato com ela de
alguma forma? Posso chamá-la ou evocá-la nos momentos em que quero a companhia
dela?
“Não é preciso
contar com a ajuda de um médium para tais contatos. Podemos encontrar nossos
amigos desencarnados toda vez que nosso corpo adormece. É evidente que há casos
em que esses contatos podem tornar-se inconvenientes e aí, sempre com vistas ao
bem, pode haver alguma interferência de nossos protetores. Caso contrário, é
algo que pode ocorrer e certamente ocorre com todos aqueles que se amam.”
6) Como posso saber como ela está? Será que ela já está
realmente bem? Ela pode estar em luz e me visitar e me fazer companhia mesmo
assim?
“A partir dos
contatos com ela, na esfera do sonho ou nos momentos de meditação, é possível
sentir como ela se encontra, fato que lhe virá na forma de intuição.”
7) Ela pode se tornar um anjo da guarda meu e me
auxiliar nos momentos difíceis?
“Sim, isso é
perfeitamente possível, mas dependerá do programa que cada um deve cumprir ao
longo das futuras existências.”
8) Por que ela morreu tão cedo se tinha tanta coisa para
completar ainda?
“A duração da
existência corpórea, salvo os casos de suicídio direto e indireto, faz parte da
programação reencarnatória e das necessidades de cada pessoa. Todos nós temos
tarefas importantes a cumprir no mundo espiritual, que é, conforme aprendemos
no Espiritismo, o mundo real que preexiste e sobrevive a este. O espírita deve
entender que a vida prossegue exuberante tanto na Terra como em outros mundos
e, ainda, nas chamadas cidades espirituais.”
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