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quinta-feira, 9 de março de 2017

Iniciação ao estudo da doutrina espírita




Penas e gozos futuros:
duração das penas

Este é o módulo 18 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. Existem realmente o céu e o inferno?
2. Que podemos entender por inferno?
3. Como podemos sintetizar em poucas palavras a chamada lei de causa e efeito?
4. Quando alguém prejudica outra pessoa, basta-lhe o arrependimento para merecer o perdão do Senhor?
5. Três princípios resumem o código penal da vida futura, conforme os ensinamentos espíritas. Quais são eles?

Texto para leitura

O céu e o inferno
1. O conceito de céu e de inferno sofreu grande transformação com o advento da Doutrina Espírita. Não se traduz mais por regiões circunscritas de beatífica felicidade ou de sofrimentos atrozes e eternos, respectivamente. Aprendemos que céu e inferno, em essência, são um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.
2. O dogma da eternidade absoluta das penas é – como é fácil entender – incompatível com o progresso dos Espíritos, ao qual ele opõe uma barreira insuperável. Conforme o ensino espírita, o homem é filho de suas próprias obras, seja na existência corporal, seja na vida post mortem, nada devendo ao favor do Pai, que o recompensa pelos esforços que faz e o pune por sua negligência, pelo tempo em que nisso persistir.
3. Inferno pode-se traduzir por uma vida de provações extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor. Portanto, a felicidade ou infelicidade após a desencarnação é inerente ao grau de aperfeiçoamento moral de cada Espírito e, também, à categoria do mundo que habita.

A lei de causa e efeito
4. As penas ou sofrimentos que cada um experimenta são dores morais e estão em relação com os atos praticados. Não existem recompensa e sofrimento gratuitos, obtidos sem mérito, mas sim a aplicação da lei de causa e efeito.
5. A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na existência corporal. A completa felicidade prende-se à perfeição, isto é, à purificação completa do Espírito. Toda imperfeição é, por sua vez, causa de sofrimento e de privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.
6. Deus faculta a todos os Espíritos os meios de aprimoramento moral e intelectual, oferecendo-lhes em cada encarnação a possibilidade de uma programação reencarnatória coerente, na qual a criatura humana terá chances de progredir e de expiar as faltas cometidas em existências anteriores.
7. A expiação pressupõe resgate, quitação, ajuste de erros, e varia segundo a natureza e o grau da falta, podendo a mesma falta determinar expiações diversas, na conformidade das circunstâncias atenuantes ou agravantes em que for cometida.
8. O arrependimento é o primeiro passo para a regeneração, mas não basta por si mesmo. É preciso ainda a expiação e a reparação.
9. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
10. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação. Somente a reparação, porém, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Se as coisas não fossem assim, o perdão concedido seria uma graça, não uma anulação.
11. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se fez o mal. Quem não repara seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência posterior em contato com as mesmas pessoas a quem prejudicou em vidas pretéritas, em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito.

O código penal da vida futura
12. Toda conquista na evolução é o resultado natural de muito trabalho, porque o progresso tem preço. Tarefa adiada é luta maior e toda atitude negativa, hoje, diante do mal, será juro de mora ao mal de amanhã.
13. Concluindo, em que pese a diversidade de gêneros e graus de sofrimento dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura, elaborado por Allan Kardec com base nos ensinamentos dos Espíritos Superiores, pode resumir-se nestes três princípios:
1º – O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º – Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas suas consequências naturais e inevitáveis. Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que seja necessária uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º – Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar sua futura felicidade.
14. A cada um segundo as suas obras, seja no céu ou na Terra – tal é a lei que rege a Justiça Divina e que Jesus sintetizou com perfeição em duas lições inesquecíveis: “A cada um segundo o seu merecimento” e “Quem matar com a espada perecerá pela espada”.

Respostas às questões propostas

1. Existem realmente o céu e o inferno?
Não. O conceito de céu e de inferno sofreu grande transformação com o advento da Doutrina Espírita. Não se traduz mais por regiões circunscritas de beatífica felicidade ou de sofrimentos atrozes e eternos, respectivamente. Céu e inferno, em essência, são um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.
2. Que podemos entender por inferno?
Inferno pode-se traduzir por uma vida de provações extremamente dolorosa, com a incerteza de haver outra melhor. A infelicidade após a desencarnação é inerente ao grau de aperfeiçoamento moral de cada Espírito e, também, à categoria do mundo que habita.
3. Como podemos sintetizar em poucas palavras a chamada lei de causa e efeito?
A cada um segundo as suas obras, seja no céu ou na Terra – tal é a lei que rege a Justiça Divina que Jesus sintetizou com perfeição em duas lições inesquecíveis: “A cada um segundo o seu merecimento” e “Quem matar com a espada perecerá pela espada”. As penas ou sofrimentos que cada um experimenta são dores morais e estão em relação com os atos praticados. Não existem recompensa e sofrimento gratuitos.
4. Quando alguém prejudica outra pessoa, basta-lhe o arrependimento para merecer o perdão do Senhor?
Não. O arrependimento é o primeiro passo para a regeneração, mas não basta por si mesmo. É preciso ainda a expiação e a reparação. Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências.
5. Três princípios resumem o código penal da vida futura, conforme os ensinamentos espíritas. Quais são eles?
Ei-los: 1º – O sofrimento é inerente à imperfeição. 2º – Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas suas consequências naturais e inevitáveis. Assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que seja necessária uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. 3º – Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar sua futura felicidade.


Nota:
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