Liberdade de pensamento
e de consciência
Este é o módulo 32 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. A liberdade de pensar é sempre ilimitada?
2. Na vigência da Inquisição católica, a liberdade
de pensar era respeitada?
3. Como a Justiça Divina age nos casos em que
alguém impõe coerção à liberdade de outrem?
4. Até que ponto vai a liberdade do homem?
5. Quando é que um povo é verdadeiramente livre e
digno de usufruir da liberdade?
Texto para leitura
A liberdade de pensar é ilimitada
1. A liberdade de pensamento, como a de agir,
constituem atributos essenciais do Espírito, outorgados por Deus ao criá-lo.
2. A liberdade de pensar é sempre ilimitada,
porquanto ninguém pode domar o pensamento alheio, aprisionando-o. Assim ensinam
os Espíritos ao responderem à questão 833 de O Livro dos Espíritos, esclarecendo que “no pensamento goza o homem
de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o
voo, porém não aniquilá-lo”.
3. Quando muito, por causa da inferioridade e
imperfeição de nossa civilização, tenta-se conter a manifestação exterior do
pensamento, ou seja, a liberdade de expressão, porque, se existe algo que
escapa a qualquer opressão, é a liberdade de pensar. É por ela que o homem pode
gozar de liberdade absoluta. Ninguém consegue aprisionar o pensamento de
outrem, apenas entravar-lhe a liberdade de exprimi-lo.
4. Com o progresso social, a liberdade, em todas
as suas modalidades, tem evoluído, especialmente a liberdade de pensar,
porquanto atualmente já não vivemos na época do “crê ou morre”, como ocorria
nos tempos da Inquisição católica.
5. De século para século, menos dificuldades tem
encontrado o homem para pensar sem peias e a cada geração que surge mais amplas
se tornam as garantias individuais no que tange à inviolabilidade do foro
íntimo. São bem distintas, assim, a liberdade de pensar e a de agir, pois
enquanto a primeira se exerce com total amplitude, sem barreiras, a última
ainda padece de extensas e profundas limitações.
A coerção imposta à liberdade de outrem é sinal de atraso
6. A liberdade de pensar, conquanto ilimitada,
depende, porém, do grau evolutivo de cada Espírito, de sua capacidade de
irradiação e discernimento. É que, à medida que o Espírito progride,
desenvolve-se seu senso de responsabilidade sobre seus atos e pensamentos.
7. Toda oposição exercida sobre a liberdade de uma
pessoa constitui sinal de atraso espiritual. Constranger os homens a proceder
em desacordo com seu modo de pensar é fazê-los hipócritas. A liberdade de
consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.
8. A lei natural confere a toda criatura humana a
liberdade de pensar, falar e agir, desde que, exercendo esse direito, se
respeitem os direitos do próximo. Se o uso da liberdade engendra sofrimento e
coerção para outrem, quem assim age incide em crime passível de punição, seja
por parte das leis humanas, seja por parte da Justiça Divina, e esta jamais
falha.
9. Em virtude do mecanismo da justiça divina o
limite da liberdade individual se encontra inscrito na consciência de cada
pessoa, o que gera para ela mesma o cárcere de sombra e dor, em que expungirá
mais tarde, mediante o impositivo da reencarnação, as faltas porventura
cometidas.
10. O limite de nossa liberdade está, portanto,
determinado onde começa a liberdade do próximo. Em todas as relações sociais e
em nossas relações com nossos semelhantes, é preciso nos lembremos
constantemente disto: Os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala da evolução pela qual
todos subimos. Nada devemos, por conseguinte, exigir ou esperar deles, que não
esteja em relação com seu grau de adiantamento.
Sem disciplina moral, a liberdade é um logro
11. O Espírito só estará verdadeiramente preparado
para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se
tornem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução.
12. No dia em que ele se compenetrar da lei e
fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem
domina e governa a si mesmo. Daí em diante não mais precisará do
constrangimento e da autoridade sociais para corrigir-se.
13. Ocorre com a coletividade o que se dá com o
indivíduo. Um povo só é verdadeiramente livre, digno de usufruir da liberdade,
se aprendeu a obedecer à lei interna, lei moral, eterna e universal, que não
emana nem do poder de uma casta, nem da vontade das multidões, mas de um poder
mais alto.
14. Sem a disciplina moral que cada qual deve
impor a si mesmo, as liberdades não passam de um logro; tem-se a aparência, mas
não os costumes de um povo livre. Estabelece o código divino, com absoluta
clareza: Tudo o que se eleva para a luz eleva-se para a liberdade.
Respostas às questões propostas
1. A liberdade de pensar é sempre ilimitada?
Sim. A liberdade de pensar é sempre ilimitada,
porquanto ninguém pode domar o pensamento alheio, aprisionando-o.
2. Na vigência da Inquisição católica, a liberdade de pensar era
respeitada?
Não. Nos tempos em que Inquisição exercia seu
poder, vivia-se o regime do “crê ou morre”, num total desrespeito à dignidade
humana.
3. Como a Justiça Divina age nos casos em que alguém impõe coerção à
liberdade de outrem?
Quem assim age incide em crime passível de punição
e gera para si mesmo o cárcere de sombra e dor, em que expungirá mais tarde,
mediante o impositivo da reencarnação, as faltas porventura cometidas.
4. Até que ponto vai a liberdade do homem?
O limite da liberdade do homem vai até onde começa
a liberdade do próximo.
5. Quando é que um povo é verdadeiramente livre e digno de usufruir da
liberdade?
Um povo só é verdadeiramente livre, digno de
usufruir da liberdade, se aprendeu a obedecer à lei interna, lei moral, eterna
e universal, que não emana nem do poder de uma casta, nem da vontade das
multidões, mas de um poder mais alto.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 29 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/05/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_25.html
Módulo 30 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 31 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_8.html
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