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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas




A Reencarnação

Gabriel Delanne

Parte 9

Continuamos o estudo do clássico A Reencarnação, de Gabriel Delanne, de acordo com a tradução feita por Carlos Imbassahy publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Os Espíritos materializados podem andar, falar, escrever?
B. Onde e como o perispírito adquiriu suas propriedades?
C. Segundo Pitres, Bourru, Janet e outros, as aquisições que fazemos deixam um traço indelével em nós. Nem sempre, porém, vêm à nossa consciência, de imediato, todas as coisas que estudamos. Isso significa que esse conhecimento se perdeu?
D. Existe a hereditariedade psicológica?

Texto para leitura

154. Vimos, das pesquisas feitas pelos sábios mais notáveis do mundo inteiro, que existe no homem um princípio transcendental, desconhecido dos quadros da Fisiologia oficial, porque se nos revela com faculdades que o tornam muitas vezes independente das condições de tempo e espaço que regem o mundo material. (PÁG. 281)
155. É absolutamente certo que o pensamento de um indivíduo pode exteriorizar-se e agir a distância sobre outro ser vivo, independentemente de qualquer ação sensorial. A isso chamamos Telepatia. (PÁGS. 281 e 282)
156. O conjunto das provas nos permite dizer que o Espírito não é um produto do corpo, pois que sobrevive à morte física, e possui sempre o mesmo organismo fluídico, que o acompanha durante a vida e o individualiza depois que se separa do corpo material. (PÁG. 283)
157. Durante a vida, o conhecimento do perispírito faz-nos compreender: 1º - a conservação do tipo individual, apesar da renovação incessante de todas as moléculas carnais; 2º - a reparação das partes lesadas; 3º - a continuidade das funções vitais, num meio continuamente em renovação. (PÁG. 283)
158. Nas sessões de materialização se forma um ser estranho aos assistentes e que é objetivo, porque todos o descrevem da mesma maneira, porque é possível fotografá-lo, porque deixa impressões digitais, porque age fisicamente e porque pode falar e escrever. (PÁGS. 283 e 284)
159. O ser materializado possui todas as propriedades fisiológicas de um ser humano comum e faculdades psicológicas. (PÁG. 284)
160. Uma vez que o perispírito possui a faculdade de materializar-se, supomos que no instante do nascimento é ele que forma seu invólucro corporal, que não passa de uma materialização estável e permanente. (PÁG. 284)
161. O corpo espiritual conserva o estatuto das leis biológicas que regem a matéria organizada, e contém todos os arquivos da vida mental. (PÁG. 284)
162. Verificamos que as faculdades transcendentais, como a telepatia, a clarividência e mesmo a ideoplastia, existem também nos animais. (PÁG. 285)
163. O perispírito adquiriu suas propriedades funcionais no curso de suas evoluções terrestres, passando, sucessivamente, por toda a fieira da série animal, numa gradação sucessiva e numa evolução contínua. (PÁG. 286)
164. Em todos os seres vivos há as mesmas contribuições orgânicas, as mesmas funções vitais, o mesmo princípio pensante, o mesmo invólucro perispiritual. (PÁG. 287)
165. As experiências de Pitres, Bourru e Burot, Janet e outros provaram que tudo que recebemos deixa um traço indelével, mas as aquisições intelectuais não se apresentam simultaneamente à consciência: a regra é que seu maior número seja esquecido. Esse esquecimento não significa, porém, destruição. (PÁG. 288)
166. A subconsciência registra sempre os estados mentais e os associa indissoluvelmente aos estados fisiológicos contemporâneos, de sorte que, ressuscitando-se os primeiros, fazem-se renascer os segundos, e vice-versa. Essa regressão da memória pode dar-se espontaneamente ou ser provocada por diferentes processos. Os espiritistas, praticando as experiências magnéticas, descobriram esse poder de renovação das lembranças terrestres, durante a vida, e prosseguiram na regressão até os estados anteriores ao nascimento atual. (PÁGS. 288 e 289)
167. As personalidades distintas que se observam em cada encarnação não prejudicam o princípio da identidade, pois verificamos que um mesmo indivíduo, no curso da vida, pode apresentar oposições prodigiosas de caráter, como Luís V., ora calmo e honesto, ora ladrão e turbulento. (PÁG. 290)
168. Desde que o perispírito possui o poder de organizar a matéria, é a ele que atribuímos essa função para explicar a formação do embrião e do feto. (PÁG. 291)
169. Os caracteres secundários, pertencentes aos pais, podem ser atribuídos a uma ação magnética do pai e da mãe, que modifica mais ou menos profundamente o tipo perispiritual do ser que se encarna, para lhe dar semelhança com seus genitores. (PÁG. 291)
170. Essa hereditariedade física existe, mas não é geral nem absoluta: o mesmo não acontece quando se trata da hereditariedade psicológica, que não existe nunca. (PÁG. 292)
171. Cada ser, voltando à Terra, traz consigo a bagagem do passado. (PÁG. 292)

Respostas às questões preliminares

A. Os Espíritos materializados podem andar, falar, escrever?
Sim. Quando materializado, o Espírito deixa impressões digitais, age fisicamente e pode falar e escrever, como se encarnado estivesse. (A Reencarnação, cap. XIII, págs. 283 e 284.)
B. Onde e como o perispírito adquiriu suas propriedades?
O perispírito adquiriu suas propriedades funcionais no curso de suas evoluções terrestres, passando, sucessivamente, por toda a fieira da série animal, numa gradação sucessiva e numa evolução contínua. (Obra citada, cap. XIII, págs. 284 a 287.)
C. Segundo Pitres, Bourru, Janet e outros, as aquisições que fazemos deixam um traço indelével em nós. Nem sempre, porém, vêm à nossa consciência, de imediato, todas as coisas que estudamos. Isso significa que esse conhecimento se perdeu?
Não. Esse esquecimento não significa destruição, porque ele jamais se perde. A subconsciência registra os estados mentais e os associa indissoluvelmente aos estados fisiológicos contemporâneos, de sorte que, ressuscitando-se os primeiros, fazem-se renascer os segundos, e vice-versa. Essa regressão da memória pode dar-se espontaneamente ou ser provocada por diferentes processos. (Obra citada, cap. XIII, págs. 288 e 289.)
D. Existe a hereditariedade psicológica?
Se a hereditariedade física existe, embora não seja geral nem absoluta, o mesmo não acontece quando se trata da hereditariedade psicológica, que não existe nunca. É o próprio indivíduo que, voltando à Terra, traz consigo a bagagem do passado, sendo portanto herdeiro de si mesmo. (Obra citada, cap. XIII, págs. 291 e 292.)


Nota:

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