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sábado, 15 de julho de 2017

Contos e crônicas


O riso, o canto, a goma, a reprise e as meias

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Amigo leitor, acabei de ler na revista Seleções Reader’s Digest, deste mês, que o riso nos faz suportar melhor a dor do que o não riso; o canto nos ajuda a evitar resfriado; mascar chicletes melhora nossa memória; reprises restauram-nos a energia mental e usar meias na cama melhora o sexo.
Vamos por parte: o canto nos ajuda a evitar resfriado. Talvez você não saiba, mas meu secretário, Joteli, adora cantar, ainda que nada conheça sobre música. Vai do som celestial da Ave-Maria, de Schubert, ao eco telúrico da Princesa, de Amado Batista.
Não sei por que ele vive resfriado... Será por que canta desafinado? Oh, rima infame!
Ignoro... diz ele que, na juventude, fez parte de um coral de mocidade espírita-cristã, e, ali, diziam ser ele um ótimo tenor.
Porém, de dois anos para cá, já contraiu duas pneumonias, ainda que não pare de cantar. Talvez isso seja um problema de DNA (rimou de novo).
Para quem não sabe, DNA= data de nascimento antiga.
Por incrível que pareça, nunca, a não ser por brincadeira, seus familiares se queixaram dele cantando... no banheiro. Dizem que o amam muito!
Quanto ao riso, que, hipoteticamente, nos auxilia a suportar a dor, após ler o escrito acima, não tente colocar a mão em água quente, amiga leitora. Não vale a pena arriscar, mesmo que seu senso de humor seja elevado e o frio esteja intenso no Centro-Oeste.
Em relação a mascar chicletes, deve realmente melhorar a memória. Nunca me esqueceu um colega de escola, quando eu era adolescente. Sabe por quê? Vi-o engasgar-se com essa goma, que grudou em sua garganta, e tornei a vê-lo após ele ser submetido a uma traqueostomia, ou seja, um furo no pescoço seguido de cirurgia para retirada do plástico. 
A imagem da cicatriz do amigo jamais me saiu das retinas. Como isso ocorreu há cinquenta anos, e nunca mais nos vimos, atribuo a causa de minha lembrança ao chiclete que ele mascava; o resto foram efeitos...
Falemos, agora, das reprises. Será que restauram mesmo a energia mental?
Não sou adepto de replays, mas creio em sua eficácia de restauração da mente.
O leitor há de concordar, entretanto, que algumas reprises não são nada agradáveis para o equilíbrio de nosso ser. Um exemplo: qual é o torcedor brasileiro que, não sendo masoquista, gostaria de assistir, novamente, ao jogo Alemanha 7 x 1 Brasil?
Quanto a deitar-se de meias, ainda não sei se melhora o sexo, pois é certo que, com a friagem em Brasília, nestes últimos dias, tenho dormido muito bem calçado com elas.
Carola também...
Depois desta crônica, vou pediu meu cachê à Seleções.






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