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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas





A Crise da Morte

Ernesto Bozzano

Parte 3

Damos continuidade ao estudo do clássico A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano, conforme tradução de Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação Espírita Brasileira. 
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Quem é "Amicus" e que revelações ele transmitiu?
B. Que informações colhemos no sexto caso?
C. De onde foi extraído o sétimo caso e que é que ele nos revela?
D. Que diz Bozzano sobre a formação da memória integral?

Texto para leitura

35. Quinto caso - Este caso foi extraído de uma preciosa coleção de "revelações transcendentais" intitulada: The Morrow of Death by "Amicus", devida à mediunidade do Sr. Ernest H. Peckam. A Entidade comunicante, que usou o pseudônimo de "Amicus", foi em vida o Reverendo A. K. Stockwell, falecido mais de quarenta anos antes. (P. 43)
36. Stockwell revelou na mensagem, transcrita no livro, que o meio que recebe o desencarnado é determinado pelo grau de espiritualidade em que ele se acha. Com a morte, ganha a morada espiritual que preparou para si mesmo. (P. 45)
37. Eis, segundo anotou Bozzano, os detalhes gerais contidos na mensagem: a) a informação de que os Espíritos dos mortos, salvo raras exceções, são acolhidos e reconfortados por seus familiares e amigos desencarnados; b) a prova da "visão panorâmica" dos acontecimentos da vida; c) a informação sobre os desencarnados que não percebem que já morreram; d) a faculdade que têm os Espíritos de modelar e organizar, própria do pensamento no meio espiritual; e) a informação sobre a "lei de afinidade", que regula inexoravelmente os destinos humanos, sem a necessidade de intervenção de um Juiz Supremo a condenar ou absolver cada Espírito desencarnado. (PP. 46 e 47)
38. Sexto caso - Extraído de um precioso volume de revelações transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B. Duffey, intitulado: Heaven Revised, este caso apresenta um conjunto orgânico, muito complicado, de concordâncias muito diferentes, grandes e pequenas, frequentemente estranhas e inesperadas, em contraste com as tradições religiosas assimiladas no curso da infância e da adolescência por toda a humanidade cristã. (PP. 48 a 51)
39. A personalidade comunicante fora, em vida, conhecida da médium. Era uma senhora distinta e de espírito muito culto, que, de livre-pensadora que era, tornou-se espírita nos últimos anos de sua vida. (P. 51)
40. Os detalhes gerais contidos na revelação desse Espírito são: a) o fato de a morta ignorar haver morrido; b) a experiência da "visão panorâmica" dos acontecimentos de sua vida; b) a circunstância de a morta achar-se em forma humana, no meio espiritual, onde andava ou, antes, se transportava pairando a pequena distância do solo; c) o reencontro com seus dois filhos, que ela levara à sepultura anos antes, os quais se haviam tornado adultos. (PP. 56 a 58)
41. A comunicante revela ainda que, quando sua mentalidade vibrava em uníssono com as vibrações específicas do meio terrestre, ela não percebia as vibrações infinitamente mais sutis do meio espiritual e, por conseguinte, os Espíritos que estavam a seu lado. Contudo, desde que seu pensamento se voltou para as coisas espirituais e vibrou em uníssono com o meio espiritual, ela viu desaparecer diante de si o mundo em que vivera, e se encontrou, como por encanto, no meio espiritual. (P. 58)
42. Sétimo caso - Este caso foi relatado pela revista Light, numa série de números do ano de 1922. Trata-se de uma coleção de "revelações transcendentais" recebidas por uma médium – Mrs. Hope Hunter – de limitada cultura intelectual e que ignorava inteiramente a doutrina espírita. (P. 59)
43. O comunicante era o Espírito de um irmão da médium, morto na Grande Guerra, a quem ela estimava muito. Quando o jovem militar se manifestou pela primeira vez, sucedeu o que quase sempre acontece nessas circunstâncias: é que o Espírito, reabsorvendo fluidos humanos e volvendo parcialmente às condições terrestres, não pôde deixar de ressentir e transmitir ao médium os sintomas que lhe caracterizaram a agonia. (P. 61)
44. Os detalhes contidos na série de mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a experiência da "visão panorâmica" dos fatos da vida em que o falecido se comportara mal; b) o reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua residência, onde passou também a viver; c) o desconhecimento por parte de muitos de seus camaradas de que se achavam mortos; d) a mudança na percepção visual do comunicante, que passou a ver os encarnados como seres cada vez mais evanescentes. (PP. 61 a 63)
45. O Espírito comunicante informou achar-se, na vida espiritual, ativamente ocupado, e isso ocorria com todos. Quando se sentem fatigados, eles distraem-se, mas ninguém na Terra pode imaginar em que consistem esses descansos, que, da mesma forma que o cansaço, são diversos do que conhecemos no mundo físico. (P. 64)
46. Falando sobre o fenômeno da morte, o Espírito-guia da médium explicou que a crise da morte é, fundamentalmente, a mesma para todos; contudo, no caso de um soldado morto de maneira quase fulminante, as coisas diferem um pouco. Espíritos auxiliam o recém-desencarnado, que se sente aturdido, desorientado, aterrado, e não poderia ser de outro modo. (P. 64)
47. Aludindo à questão da visão retrospectiva dos fatos da existência terrena, o guia da médium disse não lhe ser possível explicar como o fato se produz; porém, a razão dele reside numa circunstância natural da vida, durante a qual toda ação que executamos e todo pensamento formulado ficam registrados indelevelmente no éter vitalizado que nos impregna o organismo. Trata-se – diz ele – de um processo fotográfico. (P. 65)
48. O guia esclareceu também por que o falecido, a princípio, não reconheceu o próprio pai, fato que com frequência ocorre. É que o aspecto dos desencarnados geralmente se modifica. Existe, no plano espiritual, um desenvolvimento do "corpo etéreo": um bebê cresce até chegar à maturidade; um velho alcança a idade viril, rejuvenescendo. (P. 66)
49. Explicando a possibilidade que o falecido tinha de ver o que seus camaradas pensavam, o guia espiritual informou que o fato era possível, porque na vida espiritual a transmissão do pensamento é a forma normal de conversação entre os Espíritos; depois, porque muitos pensamentos se exteriorizam da fronte daquele que os formula, revestindo formas concretas, correspondentes à ideia pensada, formas que todos os Espíritos percebem. (P. 66)
50. Comentando as informações do Espírito-guia, Bozzano diz que elas concordam com as indicações dos psicólogos e fisiologistas a respeito da memória fisiológica normal e da memória integral subconsciente. Para explicar a sua formação, eles falam de "vibrações" do pensamento, que se gravariam de modo indelével na substância cerebral. Apenas neste último detalhe existe discordância entre os psicólogos e o Espírito-guia, segundo quem as "vibrações" do pensamento se gravariam no éter vitalizado que constitui o "corpo etéreo" e não no cérebro físico. (P. 68)
51. Como a memória integral sobrevive à morte do corpo físico, a explicação do Espírito deve certamente ser verdadeira, visto que, doutro modo, morto o corpo, não subsistiria a memória. (P. 68)

Respostas às questões preliminares

A. Quem é "Amicus" e que revelações ele transmitiu?
"Amicus" foi o nome usado pelo Reverendo A. K. Stockwell, falecido mais de quarenta anos antes da mensagem transcrita por Bozzano, na qual o comunicante disse que o meio que recebe o desencarnado é determinado pelo grau de espiritualidade em que ele se acha, de forma que, depois da morte, cada indivíduo ganha a morada espiritual que preparou para si mesmo. (A Crise da Morte, pp. 43 a 47.)
B. Que informações colhemos no sexto caso?
Extraído de um volume de revelações transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B. Duffey, intitulado Heaven Revised, este caso revela-nos quatro pormenores interessantes a respeito da vida no além-túmulo: 1.) o fato de a morta ignorar haver morrido; 2.) a experiência da "visão panorâmica" dos acontecimentos de sua vida; 3.) a circunstância de a morta achar-se em forma humana, no meio espiritual, onde andava ou, antes, se transportava pairando a pequena distância do solo; 4.) o reencontro com seus dois filhos desencarnados antes dela, os quais se haviam tornado adultos. (Obra citada, pp. 48 a 58.)
C. De onde foi extraído o sétimo caso e que é que ele nos revela?
O caso foi extraído de uma série de números do ano de 1922 da revista Light. Trata-se de uma coleção de "revelações transcendentais" recebidas pela médium Mrs. Hope Hunter, que ignorava inteiramente a doutrina espírita. O comunicante era o Espírito de um irmão dela, falecido na Grande Guerra. Os detalhes contidos na série de mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a experiência da "visão panorâmica" dos fatos da vida em que o falecido se comportara mal; b) o reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua residência, onde passou também a viver; c) o desconhecimento por parte de muitos de seus camaradas de que se achavam mortos; d) a mudança na percepção visual do comunicante, que passou a ver os encarnados como seres cada vez mais evanescentes. (Obra citada, pp. 59 a 66.)
D. Que diz Bozzano sobre a formação da memória integral?
Ele diz que as informações dadas por um dos guias espirituais concordam com as indicações dos psicólogos e fisiologistas a respeito da memória fisiológica normal e da memória integral subconsciente. Para explicar sua formação, eles falam de "vibrações" do pensamento, que se gravariam de modo indelével na substância cerebral. Apenas neste último detalhe existe discordância entre os psicólogos e o Espírito-guia, segundo o qual as "vibrações" do pensamento se gravariam no éter vitalizado que constitui o "corpo etéreo" e não no cérebro físico. Como a memória integral sobrevive à morte do corpo físico, a explicação do Espírito deve certamente ser verdadeira, visto que, doutro modo, morto o corpo, não subsistiria a memória. (Obra citada, pág. 68.)

Nota:
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