A cremação à luz do pensamento de Emmanuel
Os estudiosos do Espiritismo não encontrarão na
obra de Allan Kardec nenhuma referência ao tema cremação, conquanto essa
prática fosse comum em vários países, a exemplo da Índia, como o fora na Roma antiga.
No meio espírita brasileiro o assunto entrou em
moda a partir de uma informação dada por Chico Xavier em 28/7/1971 no programa
"Pinga Fogo", que a TV Tupi transmitiu e, como sabemos, alcançou
enorme sucesso. Naquela ocasião, o médium revelou o que Emmanuel, seu mentor
espiritual, lhe havia dito a respeito do tema.
Ocorre que Emmanuel já tratara do assunto em duas
oportunidades, muito anos antes da veiculação do programa “Pinga Fogo”.
A primeira vez, no ano de 1936, quando lhe
perguntaram: “Sentem os desencarnados os efeitos da cremação de seus despojos
mortais?”
Emmanuel respondeu:
“Geralmente, nas primeiras horas do ‘post mortem’,
ainda se sente o espírito ligado aos elementos cadavéricos. Laços fluídicos,
imperceptíveis ao vosso poder visual, ainda, se conservam unindo a alma
recém-liberta ao corpo exausto; esses elos impedem a decomposição imediata da
matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos o espírito pode experimentar
os sofrimentos horríveis oriundos da cremação, a qual nunca deverá ser levada a
efeito antes do prazo de cinquenta horas após o desenlace. A cremação imediata
ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana.
Às vezes, segundo a natureza das moléstias que
precedem a desencarnação, existem ainda no cadáver inúmeros elementos de vida:
daí nasce a possibilidade de, usando de recursos vários e reagentes, a ciência
fazer um ‘morto’ voltar à vida.
Vê-se pois que o espírito desencarnado, nas
primeiras horas do além-túmulo, pode sentir dentro do quadro de suas impressões
físicas todas as ações a que seu corpo abandonado seja submetido.” (Palavras do Infinito, cap. 35, obra
mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em
1936.)
Cinco anos depois, em 1941, ele voltou ao assunto
ao responder à seguinte pergunta: “O espírito desencarnado pode sofrer com a
cremação dos elementos cadavéricos?”
Emmanuel respondeu:
“Na cremação, faz-se mister exercer a piedade com
os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras
materiais, pois, de certo modo, existem sempre muitos ecos de sensibilidade
entre o Espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o ‘tônus vital’, nas
primeiras horas sequentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgânicos que
ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.” (O Consolador, pergunta 151, obra
mediúnica psicografada por Chico Xavier, publicada em 1941.)
Trinta anos mais tarde, em 1971, o tema foi submetido
ao médium Chico Xavier, que respondeu à pergunta de um telespectador a respeito
de sua opinião com relação à cremação, que estava sendo implantada no País e
hoje se encontra disseminada em várias cidades brasileiras.
Chico Xavier declarou o seguinte:
“Já ouvimos Emmanuel a esse respeito e ele diz que
a cremação é legítima para todos aqueles que a desejem, desde que haja um
período de pelo menos 72 horas de expectação para a ocorrência em qualquer
forno crematório, o que poderá se verificar com o depósito de despojos humanos
em ambiente frio.” (Entrevista dada em 28/7/1971 no programa "Pinga
Fogo" da TV Tupi.)
Note o leitor que o alerta quanto aos cuidados
continua, mas o tempo de espera, segundo Chico Xavier, foi ampliado para 72
horas, não mais as 50 horas mencionadas em 1936.
Como dizem que o seguro morreu de velho, é bom aos
que se interessem pela cremação levar a sério a última informação e, se
possível, até ampliar o tempo de espera, prevenindo assim dificuldades
perfeitamente evitáveis.
O leitor encontrará outros esclarecimentos acerca
da cremação no texto que publicamos na edição 410 da revista O Consolador. Eis o link: http://www.oconsolador.com.br/ano9/410/oespiritismoresponde.html
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