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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas





Memórias do Padre Germano

Amalia Domingo Soler

Parte 2

Continuamos o estudo metódico e sequencial do livro Memórias do Padre Germano, com base na 21ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Quando Sultão passou a fazer parte da vida do Padre Germano?
B. Como o Padre Germano se referia às abadias e aos conventos?
C. Com que palavras Germano descreveu a verdadeira casa do Senhor?

Texto para leitura

9. Lamentando não ter tido oportunidade de filiar-se à Igreja Luterana, que lhe teria permitido casar com seu grande amor, Padre Germano atendeu o último pedido da jovem dos cabelos negros e desde então não houve um único dia em que não fosse ao cemitério, constituindo esse todo o encanto de sua vida. (PP. 25 e 26)
10. O cap. 3, intitulado “O Embuçado”, relata como surgiu Sultão na vida do Padre Germano. Filho de Leão e Zoa (formosos Terra-Novas), que tinham sido as alegrias de sua infância, Sultão lhe foi presenteado, pequenino ainda, ao deixar a reclusão do seminário e ser insulado numa aldeia em que passou mais de metade da existência. (PP. 27 e 28)
[No cap. 3 do livro, Germano fala sobre Zoa e Leão, os pais de Sultão. Diz ele que seu maior prazer quando criança era, nas tardes de verão, dormir com a cabeça pousada na paciente Zoa, que ali permanecia imóvel por todo o tempo do seu repouso. Foram essas todas as alegrias de sua infância. Se ninguém o castigou, também ninguém jamais lhe disse: - Estou satisfeito contigo. A pobre Zoa lambia-lhe as mãos e Leão puxava-o pelas mangas do fato e disparava a correr, como que convidando-o a fazê-lo também. E eles corriam então... Ao deixar o seminário, ninguém derramou uma lágrima. Apenas lhe disseram que cumprisse seu dever e, como lembrança da infância e juventude, deram-lhe Sultão, pequenino ainda. Terra-nova (foto ao lado) é uma raça de cães descendente de cães indígenas e do grande-cão-urso-preto, introduzido pelos Vikings depois do ano 1100. Tem como características ser treinável, dócil, gentil.]
11. Padre Germano relata como Sultão despistou um capitão de gendarmes que buscava na região um preso que se evadira do presídio de Toulon. Acolhido pelo Padre, e por ele convertido, João transformou-se em outro homem, em pouco mais de dois meses de convivência com Germano, que, certo de que ele poderia voltar ao convívio social, arranjou-lhe recursos com que pôde dirigir-se ao Novo Mundo, em um navio que conduzia trinta missionários. (PP. 30 a 37)
12. Recomendando-o ao chefe da Santa-Missão, Germano lhe disse, no momento da despedida: “Meu filho, trabalha; constitui família e cumpre com bondade a lei de Deus!” Quatro anos depois, uma carta de João dava conta de que ele havia casado e em breve teria um filho, que seria batizado com o nome de Germano. (P. 37)
13. No cap. 4, Padre Germano confessa ser absolutamente contra a existência de abadias e conventos, que ele chamava de antecâmaras do sepulcro, e relata como salvou da clausura a jovem Raquel, cuja mãe a queria consagrar a um mosteiro, por motivo de remorso do seu crime. É que, vinte anos antes, ela envenenara o próprio marido. (PP. 40 a 44)
14. Ao falar à criminosa, Padre Germano sentiu-se diferente, revestido de um poder espiritual, sem saber que anjo o inspirou. “Uma força estranha, uma potência desconhecida transfigurou meu ser”, relatou Germano. E, assim envolvido, ele contou à infeliz mulher que seu primeiro marido lhe havia confiado, no leito de morte, o nome do seu assassino. A mulher confessou-lhe, então, ter caído no abismo do crime e que tinha muito medo, sem o consolo da religião, porque em nada acreditava. (PP. 44 a 47)
15. A Baronesa cumpriu o que Padre Germano lhe pedira, liberando a filha do compromisso absurdo e aplicando o dote que a ela pertencia na construção de um hospital e no auxílio de uma centena de famílias pobres, rasgos esses que a santificaram aos olhos do mundo. (P. 48)
16. Concluindo o capítulo, Padre Germano reconhece que a Igreja deixou de ganhar um novo mosteiro, em benefício dos pobres e dos enfermos. “Não será esta, Senhor, a tua verdadeira casa?”, pergunta ele. E é ele mesmo quem responde: “Tua casa é aquela em que o faminto e o sedento matam a fome e a sede, onde o desnudo acha abrigo, consolo o aflito, conselho eficaz o espírito flutuante; aí, sim, está a tua verdadeira casa”. (P. 49) (Continua na próxima edição.)

Respostas às questões preliminares

A. Quando Sultão passou a fazer parte da vida do Padre Germano?
Germano fala sobre o assunto no cap. 3 do livro em exame. Filho de Leão e Zoa, um casal de Terra-Novas que tinham sido as alegrias de sua infância, Sultão lhe foi presenteado, pequenino ainda, ao deixar a reclusão do seminário e ser insulado numa aldeia em que passou mais de metade da existência. (Memórias do Padre Germano, pp. 27 e 28.)
B. Como o Padre Germano se referia às abadias e aos conventos?
Absolutamente contrário à existência das abadias e dos conventos, ele as chamava de antecâmaras do sepulcro. E vários relatos constantes de suas memórias dão-lhe inteira razão. (Obra citada, pp. 40 a 44.)
C. Com que palavras Germano descreveu a verdadeira casa do Senhor?
Depois de mostrar, com um exemplo concreto, que um hospital voltado para os pobres é mais útil à comunidade do que um mosteiro, Padre Germano dirigiu-se da seguinte forma ao Senhor: “Não será esta, Senhor, a tua verdadeira casa?” E aduziu: “Tua casa é aquela em que o faminto e o sedento matam a fome e a sede, onde o desnudo acha abrigo, consolo o aflito, conselho eficaz o espírito flutuante; aí, sim, está a tua verdadeira casa”. (Obra citada, pág. 49.)


Nota:
Link que remete ao texto anterior:




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