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sábado, 4 de novembro de 2017

Contos e crônicas






Uma visita ao Porto de Galinhas


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Estivemos cinco dias em Porto de Galinhas, cidade de Pernambuco que já se chamou Porto Rico, quando se dedicava à extração e exportação de Pau-Brasil. A partir de 1850, começaram, ali, os contrabandos de escravos, vindos da África, escondidos embaixo de engradados de galinhas d’angola. Tanto estas quanto aqueles eram muito apreciados pelos senhores de engenho, que comiam as galinhas e usavam os escravos para trabalhos duros em suas fazendas. Surgiu daí o novo nome da cidade...
A senha combinada com os senhores, para que estes soubessem que novos escravos estavam chegando, era a seguinte: “Tem galinha nova no Porto”. A palavra “nova” da frase indicava a presença de escravos junto com as galinhas.
É um lugar muito bonito. A praia de Porto de Galinhas possui água clara, sem ondas e com longo trecho raso, que permite grande quantidade de pessoas caminhar, sem perigo, mar adentro.
Hospedamo-nos no Porto de Galinhas Praia Hotel, que dista cerca de 7 km da citada praia. Outra praia, nos fundos do hotel, possui ondas altas, mas é possível caminhar, em sua orla, e mesmo adentrar, até quatro metros na água, aqueles que, como eu, não sabem nadar.
O quarto desse hotel é bastante espaçoso; possui varanda, banheiro também grande e acolhedor. Sua pia é larga e comprida, com espaço embaixo, para dependurarem-se as toalhas. 
Também não falta frigobar com bebidas, chocolate etc. Do lado de fora, há parquinho, piscinas para crianças e para adultos. Há também restaurante e lanchonete que nos servem grande variedade de alimentos; alguns de tradição nordestina, como a macaxeira e a carne de sol.
Em nossa companhia, no quarto abaixo, estavam a filha do meio, seu marido e filho de quase três anos, além de outro neto nosso de quatro anos, caçula de nossa filha primogênita. As crianças divertiram-se muito na piscina reservada a elas, assim como nós, na que nos coube...
Também achamos lindo um casal de idosos, que víamos diariamente, ele e ela indo de um lado para outro, ambos usando chapéu de palha. Muito elegantes, passeavam de mãos dadas e, para nós, simbolizavam o amor verdadeiro, que dobra os anos e vai além desta vida.
Enfim, o hotel é bastante ventilado, amplo e horizontal. Ali, há diversas árvores frutíferas, em especial coqueiros. Um sagui, por vezes, dependura-se numa dessas árvores, e as pessoas dão-lhe banana para comer, sob os olhares curiosos dos que param para vê-lo. Há também algumas piscinas laterais, com pequenos peixes coloridos, como atração aos hóspedes do resort.
Após este comercial, espero retornar ao mesmo hotel, no próximo ano, com isenção total de pagamento de outros cinco dias hospedado com toda a minha família: duas filhas, dois genros, três netos, um filho e nora recém-casados. Senti falta de mesas de bilhar, mas...






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