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sábado, 16 de dezembro de 2017

Contos e crônicas




Viva para a perfeição

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Sede perfeitos como vosso Pai que está nos Céus. — Jesus (Mateus, 5:48.)

O ser humano, neste tempo materialista, queda-se perplexo com as notícias do rádio, da televisão, da Internet, do Instagram, do WhatsApp... e, pasme, leitor amigo, até do jornal e da revista, assustado com o vazio deixado por uma alma que se perde. Neste mundo de sete bilhões de hóspedes temporários, questiona-se sobre a finalidade da vida, e muitos concluem que não vale a pena viver.
É o que os meios de comunicação supracitados trazem à tona. Ainda ontem, um militar acusado de praticar crimes de guerra, ao ouvir a sentença do juiz, condenando-o à morte, abriu pequeno frasco com veneno e sorveu-o todo. Paradoxalmente, fez isso sob os protestos do magistrado. Morreu no hospital, sob os cuidados da justiça...
Viver sem ter companhia parece ser insuportável... No entanto, várias criaturas vivem solitárias, cercadas de outras solidões, todas com seus celulares ligados a notícias instantâneas de tudo que acontece no mundo.
Atualmente, nas relações amorosas, sem mais mesuras, sem mais afagos de mãos, já se parte para “os finalmentes”, sucedidos do vazio no peito e na alma. O apelo ao erotismo está por toda parte, sem poupar os próprios infantes. Até o desespero invadir os corações sensíveis e o vazio da alma sugerir-lhes pôr fim ao corpo físico, por efeito das doenças materiais ou espirituais.
Durante nossa última pós-graduação na UnB, soubemos de casos de colegas que optaram pelo suicídio, ante o desafio psicológico de realizarem diversos estudos, pesquisas e participações em congressos, assoberbados por outros problemas, como doenças.
Também muitas pessoas matam-se, aos poucos, consumindo drogas e exaurindo-se em paixões animalizadas.
Quando se tenta esclarecê-las sobre as consequências de seus atos, após esta vida efêmera, negam-se a acreditar na existência post mortem.
Inúmeras criaturas exaurem-se nos vícios e paixões doentias. Até que, enfastiadas de tudo, resolvam também matar-se, vítimas de si mesmas, depois de terem feito outras vítimas.
Pura ilusão, pois o fim é apenas do corpo físico. Infelizmente, talvez, cerca de noventa por cento da humanidade ignore a existência do corpo espiritual, que Kardec denomina perispírito. E o que fazemos do nosso organismo físico afeta nosso órgão espiritual inevitavelmente.
Não é Deus, porém, que nos castiga.  Deus é Amor. Por amor e para o amor fomos criados. Somos nós próprios que, pelo mau uso do livre-arbítrio, sofremos as consequências físicas ou morais de nossos atos.
Nesta semana, fomos informados sobre o suicídio de duas jovens estudantes de medicina, com intervalo de poucos dias entre uma e outra morte. Imaginemos que ambas tenham optado por atirar-se de local alto contra o asfalto. Dependendo de como cada uma cair, seu perispírito sofrerá as consequências da lesão ao corpo físico. E o desespero do revel à Lei da Vida, ao se perceber vivo, mutilado e sofrido, é narrado de forma dramática pelos espíritos em várias obras mediúnicas. 
A misericórdia de Deus está sempre pronta a socorrer cada um de nós, segundo as circunstâncias atenuantes e agravantes de nossos atos. Mas, consoante relatos dos diversos espíritos suicidas, nada se compara aos seus horrores e desesperos, por pior que tenha sido sua vida antes do supremo ato de rebeldia e falta de fé na Providência Divina.
A médium Yvonne Pereira psicografou a narração do espírito Camilo Castelo Branco, grande romancista português, sobre os horrores sofridos por ele após seu suicídio.
Muitos outros relatos existem em diversas obras espíritas, mas sugiro ao leitor interessado no assunto a leitura da extraordinária obra psicografada por Yvonne, cujo título é Memórias de um Suicida, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esta é a grande missão do Espiritismo: comprovar-nos, pelo relato dos chamados mortos, que a morte é pura mudança de estado vibratório do espírito. E Jesus já nos alertava sobre a excelência do amor como antídoto de todo o mal; mas amor derivado das atitudes morais elevadas.
Caso alguém não acredite na sobrevivência da alma após a morte e imagine que a morte do corpo implica o mergulho no nada, como encontrar forças para superar os apelos materialistas? Como encontrar um sentido para a vida?
Estudando o Espiritismo e praticando os ensinos morais dos espíritos elevados, que relembram as palavras de Jesus Cristo, substituída a letra que mata pelo espírito que vivifica, acharemos o propósito maior de nossas vidas: amar e servir, pois amando e servindo estaremos realizando a finalidade de nosso eterno existir: a perfeição espiritual.






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