Cristianismo e
Espiritismo
Léon Denis
Parte 4
Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que vimos realizando conforme a 6ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, baseada em tradução de
Leopoldo Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Quem escreveu o “Livro do Pastor” e que contém essa
obra?
B. Qual foi o verdadeiro motivo que levou a Igreja a
condenar as práticas espíritas?
C. Quando surgiu no seio da Igreja o dogma da Trindade?
Texto para
leitura
45. Essa visão não foi um caso isolado, porque em toda a
sua vida Paulo entreteve assíduas relações com o invisível, inclusive com
entidades inferiores que por vezes o atormentavam. (PP. 59 e 60)
46. João recomendou não acreditássemos em todo Espírito,
mas primeiro procurar saber se ele vem de Deus. Hermas, discípulo dos
apóstolos, que Paulo cita em sua epístola aos Romanos, indica em seu “Livro do
Pastor” os meios de distinguir os bons dos maus Espíritos. Esse livro era lido
nas igrejas até o século V. (PP. 60 e 61)
47. O imperador Constantino era dotado de faculdades
mediúnicas. Uma tarde, marchando à frente das tropas, divisou no céu uma cruz
luminosa com esta inscrição: “Com este sinal vencerás”. Durante o sono, o próprio
Cristo lhe apareceu e ordenou que fizesse um estandarte de guerra, tendo por
modelo aquela cruz. (PP. 63 e 64)
48. Santo Agostinho, o célebre bispo de Hipona, e S. Tomás
de Aquino também tiveram frequentes relações com os Espíritos. (PP. 65 e 66)
49. A Igreja, pelo órgão dos concílios, entendeu dever
condenar as práticas espíritas, quando passou a agir de forma despótica e
autoritária. Foi por isso que os leigos que mantinham relações com os mortos
foram perseguidos como feiticeiros e queimados. Ela quis ser a única a possuir
o privilégio das comunicações e de sua interpretação. (P. 66)
50. O cardeal Bona, na Itália, escreveu um livro – “Da
distinção dos Espíritos”– em que se estudam as diversas categorias de Espíritos
que podem manifestar-se aos homens. Ele não previa os anátemas que os padres
católicos iriam lançar mais tarde contra o Espiritismo, esquecidos de que as
manifestações dos Espíritos são uma das bases do Cristianismo e que o movimento
espírita é a reprodução do movimento cristão em sua origem. (PP. 66 e 67)
51. Os primeiros cristãos possuíam em sua correspondência
com o mundo invisível abundante fonte de inspirações, e utilizavam-na
abertamente. Mas as instruções dos Espíritos nem sempre estavam em harmonia com
as opiniões do sacerdócio nascente, que encontrava nelas amparo e também
críticas severas e mesmo condenação. (P. 68)
52. A ideia das vidas sucessivas, cuja sanção Orígenes e
muitos padres encontravam nas Escrituras, não soava bem ao sacerdócio
dominante, porque o homem, podendo resgatar-se a si próprio de suas faltas, não
necessitava do padre. Tal pensamento, associado à comunicação com os Espíritos,
minava o poder da Igreja. (PP. 68 a 70)
53. O dogma da Trindade, que prega um só Deus em três
pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito-Santo, colhida numa lenda hindu, veio
obscurecer e desnaturar a ideia de Deus. (P. 72)
54. Essa concepção trinitária oferecia, no entanto, grande
vantagem às pretensões da Igreja, porque conferia a Jesus, que ela chama seu
fundador, uma autoridade e um prestígio que se estendiam à própria Igreja. (P.
73)
55. A divindade de Jesus provocou discussões durante três
séculos e, embora rejeitada por três concílios, foi em 325 proclamada pelo de
Niceia, nestes termos: “A Igreja de Deus, católica e apostólica, anatematiza os
que dizem que houve um tempo em que o Filho não existia, ou que não existia
antes de haver sido gerado”. (P. 73) (Continua
na próxima edição.)
Respostas às
questões preliminares
A. Quem escreveu o “Livro do Pastor” e que contém essa obra?
Foi Hermas, discípulo dos apóstolos, citado por Paulo em
sua epístola aos Romanos, quem escreveu o “Livro do Pastor”, que indica os
meios de distinguir os bons dos maus Espíritos. (Cristianismo e Espiritismo, cap. V, pp. 60 e 61.)
B. Qual foi o
verdadeiro motivo que levou a Igreja a condenar as práticas espíritas?
Dois foram os principais motivos. O primeiro: a pretensão
de, em interditando as comunicações, ser ela a única a possuir o privilégio das
comunicações e de sua interpretação. O segundo: manter sob controle as
instruções emanadas dos Espíritos, as quais nem sempre estavam em harmonia com
as opiniões do sacerdócio nascente, que encontrava nelas amparo mas também
críticas severas e mesmo condenação. (Obra citada, cap. V, pp. 64 a 68.)
C. Quando
surgiu no seio da Igreja o dogma da Trindade?
O dogma da Trindade, que prega um só Deus em três pessoas,
o Pai, o Filho e o Espírito-Santo, depois de rejeitado por três concílios, foi
proclamado em 325 no Concílio de Niceia. (Obra citada, cap. VI, pp. 72 e 73.)
Nota:
Para ver os textos anteriores clique nos links abaixo:
Parte 1 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/11/iniciacao-aos-classicos-espiritas_24.html
Parte 2
- https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 3
- https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/12/iniciacao-aos-classicos-espiritas_8.html
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