Formação dos mundos e
dos seres vivos
Este é o módulo 58 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. De que são formados os órgãos dos seres vivos?
2. Como se formam os compostos minerais? E os
compostos orgânicos?
3. Que são germens?
4. Como apareceram os seres vivos na Terra?
5. Que ensina o Espiritismo a respeito da formação
dos mundos?
Texto para leitura
A estrutura dos seres vivos não é simples como a dos minerais
1. Nos mundos como a Terra, ao lado dos corpos
materiais que formam o substrato permanente do solo ou crosta terrestre, das
águas dos mares e dos gases da sua atmosfera, há seres que apresentam um ciclo
de existência, isto é, nascem, crescem, desenvolvem-se e reproduzem-se,
definham e morrem. São os seres vivos – os vegetais e os animais. Nos seus
corpos não há a estrutura simples e relativamente homogênea de um mineral, mas
a heterogeneidade de uma organização completa, órgãos que se associam em
sistemas e aparelhos, com vistas à realização das complexíssimas funções
vitais.
2. Os órgãos dos seres vivos são formados por
tecidos específicos que, por sua vez, resultam da associação de pequeninas
células. Caracterizam-se, assim, os seres vivos, por sua organização celular,
havendo-os também unicelulares, ou seja, formados por uma única célula. Esta é
a unidade vital em que se realizam, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos
celulares, todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o
nascimento até a morte. A formação dos seres vivos obedece às mesmas leis
químicas que regulam a formação das substâncias minerais, o que significa que
as substâncias orgânicas que entram na constituição dos corpos vegetais e
animais são constituídas pelos mesmos princípios ou elementos químicos e
obedecem, na sua formação, às mesmas leis que regem a constituição das
substâncias inorgânicas.
3. É sabido como se formam os compostos minerais:
os elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades
existentes entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos,
e, em segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais
sobrelevam a da conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções
definidas (de Proust).
4. Quando em dadas condições os elementos se
combinam para formar um determinado composto, as massas que se combinam guardam
entre si e com a massa do produto da reação relações constantes. Por exemplo: o
hidrogênio e o oxigênio apresentam grande afinidade química e, em condições apropriadas,
se combinam para formar água. Ao combinar-se, suas massas guardam entre si uma
relação invariável que, expressa pelos menores números inteiros, é de 1 para 8.
Poderíamos multiplicar os exemplos com as combinações binárias do oxigênio com
os metais, de que resultam os óxidos metálicos, do flúor, do cloro, do bromo,
do iodo, formando fluoretos, cloretos, brometos e iodetos etc.
Os seres vivos procedem sempre de um gérmen
5. O que se quer ressaltar é que os compostos
orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que entram na
composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecem às mesmas leis de
conservação e proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam somente a
particularidade de terem todos eles como elemento primordial o carbono, vindo
depois, em importância, o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio [1] e, em
seguida, o enxofre, o fósforo, o ferro e muitos outros elementos.
6. Dizendo, porém, que os compostos orgânicos se
constituem dos mesmos princípios elementares e obedecem às mesmas leis,
referimo-nos a eles considerados em si mesmos, isoladamente, ou tão somente
como substâncias individuais e específicas, não como participantes dos
conjuntos biológicos, nas células, nos tecidos, nos órgãos e nos organismos
vegetais e animais, porque aí essas substâncias aparecem conjugadas numa
integração funcional para constituírem uma unidade viva, fato que reclama,
evidentemente, uma força integradora, inerente a uma substância sutil que se
chama princípio vital. É este princípio que comunica aos vegetais e aos animais
a vida orgânica, possibilitando-lhes o exercício de todas as funções vitais.
7. O ser vivo, contudo, nunca se mostra desde o
início de sua existência como o conhecemos no indivíduo adulto. Vegetal ou
animal, procede sempre de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos
minúsculos em que potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à
espera de condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado,
para eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação
celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.
8. Foi a partir desses germens que a vida apareceu
na Terra. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham
separados, em sutilíssimos estados de fluidez e disseminados na imensidão do
espaço. Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e
eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as
condições que iam surgindo e conforme às leis das combinações químicas.
Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos
germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida
permanecia ainda latente, como se dá com as sementes e as crisálidas, que
permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem fluido vital
que lhes comunique o movimento da vida.
Nada existiria no Universo, não fosse a Vontade Divina
9. Uma vez formados a partir dos seus germens, os
seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que poderiam servir
para a própria formação e passaram a transmiti-los, segundo as leis da
reprodução. A espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que lhe
conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, como se pode deduzir das
respostas dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec, nas questões 44, 47 e 49
d’ O Livro dos Espíritos.
10. Sabemos, pela revelação dos Espíritos
superiores, que Deus, ao criar a matéria primitiva, estabeleceu leis para reger
suas transformações. Essas leis são, em verdade, meras diversificações de uma
lei maior que a todas abrange e resume. Tudo no Universo é atração e
magnetismo. A gravitação universal governa os movimentos dos mundos,
mantendo-os em suas órbitas, como a gravidade condiciona o peso dos corpos,
inexoravelmente atraindo-os para o centro da Terra. A força de coesão atrai as
moléculas [2] das substâncias, mantendo-as solidariamente unidas para formar as
massas dos corpos, e a lei de afinidade química preside à atração entre os
átomos dos diferentes elementos, mantendo-os ligados, combinados nos compostos
químicos.
11. Nada existiria, contudo, nem o cosmo, nem as
forças cósmicas, não fosse a Vontade Divina, por cuja ação soberana tudo em
realidade se criou. O começo absoluto das coisas, diz Galileu (Espírito),
remonta, assim, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência
constitui a ordem da criação perpétua. Nada mais podemos avançar, senão que a
matéria cósmica é a fonte de onde Deus, pelo seu pensamento e vontade, faz
surgirem os mundos e os seres. A matéria cósmica primitiva continha e contém
todos os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os mundos que se
formaram e continuam a formar-se, pois a criação prossegue sempre.
12. Kardec perguntou aos Espíritos Superiores:
“Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?” e eles responderam: “Tudo o
que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se
formaram pela condensação da matéria disseminada no espaço”. O codificador da
doutrina espírita perguntou também se os mundos, uma vez formados, podem
desaparecer, disseminando-se no espaço a matéria que os compõe, e eles
informaram: “Sim, Deus renova os mundos como renova os seres vivos”. Deduz-se
disso que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução – para que se
tornem moradas apropriadas aos seres que os deverão habitar – e de
desaparecimento, quando a matéria condensada que os forma se desagregará,
voltando novamente ao estado fluídico e retornando, portanto, à fonte primitiva
de onde saíram.
[1] No
passado, como na época da codificação do Espiritismo, utilizava-se o vocábulo
azoto em vez de nitrogênio, para designar esse elemento químico. O vocábulo
azoto não é, porém, utilizado modernamente.
[2] Dá-se o nome de molécula ao grupamento estável
de dois ou mais átomos, o que caracteriza quimicamente uma certa substância.
Respostas às questões propostas
1. De que são formados os órgãos dos seres vivos?
Os órgãos dos seres vivos são formados por tecidos
específicos que, por sua vez, resultam da associação de pequeninas células.
Caracterizam-se, assim, os seres vivos, por sua organização celular, havendo-os
também unicelulares, ou seja, formados por uma única célula. Esta é a unidade
vital em que se realizam, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos celulares,
todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o nascimento até a
morte. A formação dos seres vivos obedece às mesmas leis químicas que regulam a
formação das substâncias minerais, o que significa que as substâncias orgânicas
que entram na constituição dos corpos vegetais e animais são constituídas pelos
mesmos princípios ou elementos químicos e obedecem, na sua formação, às mesmas
leis que regem a constituição das substâncias inorgânicas.
2. Como se formam os compostos minerais? E os compostos orgânicos?
É sabido como se formam os compostos minerais: os
elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades existentes
entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos e, em
segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais sobrelevam a da
conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções definidas (de Proust).
Os compostos orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que
entram na composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecem às mesmas
leis de conservação e proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam
somente a particularidade de terem todos eles como elemento primordial o
carbono, vindo depois, em importância, o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio
e, em seguida, o enxofre, o fósforo, o ferro e outros elementos.
3. Que são germens?
Seja vegetal ou animal, o ser vivo procede sempre
de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos minúsculos em que
potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à espera de
condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado, para
eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação
celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.
4. Como apareceram os seres vivos na Terra?
A vida apareceu na Terra com o surgimento dos
germens. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham
separados, em sutilíssimos estados de fluidez e disseminados na imensidão do
espaço. Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e
eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as
condições que iam surgindo e conforme às leis das combinações químicas.
Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos
germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida
permanecia ainda latente, como se dá com as sementes e as crisálidas, que
permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem fluido vital
que lhes comunique o movimento da vida. Uma vez formados a partir dos seus
germens, os seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que
poderiam servir para a própria formação e passaram a transmiti-los, segundo as
leis da reprodução. A espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que
lhe conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, como se pode deduzir
das respostas dadas pelos Espíritos Superiores a Kardec, nas questões 44, 47 e
49 d’ O Livro dos Espíritos.
5. Que ensina o Espiritismo a respeito da formação dos mundos?
Tudo o que a esse respeito se pode dizer, segundo
os ensinos espíritas, é que os mundos se formaram pela condensação da matéria
disseminada no espaço e que Deus os renova, como renova os seres vivos, o que nos
permite deduzir que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução e de
desaparecimento.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 38, 39, 41, 44, 47 e 49.
A Gênese, de Allan Kardec, itens 4, 6, 7, 10, 17, 20 e 22.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 55 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/11/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_23.html
Módulo 56 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/11/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_30.html
Módulo 57 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
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