Cristianismo e
Espiritismo
Léon Denis
Parte 2
Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que vimos realizando conforme a 6ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, baseada em tradução de
Leopoldo Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Como surgiu a versão latina das Escrituras, a que se deu
o nome de Vulgata?
B. A Vulgata, tal como a concebeu São Jerônimo, permanece
de pé até hoje?
C. Podemos dizer que a Doutrina Espírita nada mais é que a
volta ao Cristianismo primitivo?
Texto para
leitura
22. Jesus, espírito poderoso, divino missionário, médium
inspirado, encarnou-se entre os humildes, a fim de dar a todos os exemplos de
uma vida simples e, no entanto, cheia de grandeza – vida de abnegação e
sacrifício, que devia deixar na Terra inapagáveis traços. (P. 29)
23. A grande figura de Jesus ultrapassa todas as concepções
do pensamento. Nessa alma, de uma serenidade celeste, não se nota mácula
nenhuma, nenhuma sombra, e todas as perfeições nela se fundem. (P. 30)
24. A fim de pôr fim às divergências de opinião que
agitavam o mundo cristão, o papa Damaso confiou a São Jerônimo, em 384, a
missão de redigir uma tradução latina das Escrituras, que seria daí por diante
a única reputada ortodoxa e base das doutrinas da Igreja: foi o que se
denominou a “Vulgata”. (P. 31)
25. A obra de São Jerônimo foi objeto das mais vivas
críticas, mesmo em sua época, e foi retocada em diversas ocasiões, por ordem
dos pontífices romanos. O que fora considerado bom de 386 a 1586 foi modificado
por Sixto V em 1590 e, mais tarde, por Clemente VIII em uma nova edição, que é
a que hoje está em uso. (PP. 32 e 33)
26. O Espiritismo é a volta ao Cristianismo primitivo, sob
mais precisas formas, com um imponente cortejo de provas experimentais, que
tornará impossível a reincidência nas causas que desnaturaram as ideias de
Jesus. (P. 35)
27. Só a verdade pode desafiar a ação do tempo e conservar
sua força. Eis por que o Cristianismo perdura até hoje. Jesus é, positivamente,
sua pedra angular e, também, a alma da nova revelação. (P. 37)
28. Embora muitos duvidem da existência de Jesus, não
faltam testemunhos históricos sobre ele. Suetônio, Tácito e o próprio Talmude
referem-se de modo explícito a ele e à sua doutrina. (P. 37)
29. As obscuridades do Evangelho são calculadas,
intencionais. As verdades superiores nele se ocultam sob véus simbólicos. Aí se
ensina ao homem o que lhe é necessário para se conduzir moralmente na prática
da vida. (P. 39)
30. Em resumo, a doutrina do Cristo, em sua forma popular,
propõe a obtenção da vida eterna mediante o sacrifício do presente. Religião de
salvação, de elevação da alma pela subjugação da matéria, o Cristianismo
constituiu uma reação necessária contra o politeísmo grego e romano, saturado
de sensualismo e corrupção. (P. 41)
31. Para Jesus, numa só palavra, toda a religião, toda a
filosofia consiste no amor. O que Jesus quer não é o culto faustoso, mas um
culto simples e puro, todo de sentimento, consistindo na relação direta, sem
intermediário, da consciência humana com Deus, nosso Pai. (PP. 43 e 44)
32. O ascetismo é coisa vã. Aos que imaginam salvar-se por
meio do jejum e da abstinência, diz: “Não é o que entra pela boca o que macula
o homem, mas o que por ela sai”. (P. 44)
33. A doutrina secreta, ensinada aos discípulos diretos, ia
mais longe. Assim é que Jesus afirmou a sucessão das existências terrestres, a
pluralidade dos mundos habitados e a comunicação entre os homens e os mortos.
(PP. 45 e 46) (Continua na próxima
edição.)
Respostas às
questões preliminares
A. Como surgiu
a versão latina das Escrituras, a que se deu o nome de Vulgata?
A Vulgata surgiu por iniciativa do papa Damaso, que confiou
a São Jerônimo, em 384, a missão de redigir uma tradução latina das Escrituras,
que seria daí por diante a única reputada ortodoxa e adotada como base das
doutrinas da Igreja. (Cristianismo e
Espiritismo, cap. II, p. 31.)
B. A Vulgata,
tal como a concebeu São Jerônimo, permanece de pé até hoje?
Em parte, sim. A tradução feita por São Jerônimo foi objeto
das mais vivas críticas ainda em sua época e, por isso, acabou retocada em
diversas ocasiões, por ordem dos pontífices romanos. O que fora considerado bom
de 386 a 1586 foi modificado por Sixto V em 1590 e, mais tarde, por Clemente
VIII em uma nova edição, que é a que hoje está em uso. (Obra citada, cap. II,
pp. 32 e 33.)
C. Podemos
dizer que a Doutrina Espírita nada mais é que a volta ao Cristianismo
primitivo?
Sim. O Espiritismo é a volta ao Cristianismo primitivo, sob
mais precisas formas, com um imponente cortejo de provas experimentais, o que
fará se torne impossível a reincidência nas causas que desnaturaram as ideias
de Jesus. (Obra citada, cap. II, p. 35.)
Nota:
Link que remete ao texto anterior:
Parte 1 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/11/iniciacao-aos-classicos-espiritas_24.html
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