Erraticidade
Este é o módulo 65 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Que é erraticidade?
2. Podemos dizer que todo Espírito desencarnado é
um Espírito errante?
3. No estado de erraticidade, os Espíritos fazem
alguma coisa?
4. A reencarnação é necessária ao Espírito
errante?
5. Como entender a morte de uma criança em tenra
idade?
Texto para leitura
Errante é o Espírito que precisa reencarnar para evoluir
1. Separado do corpo físico, em decorrência da
desencarnação, o Espírito volta, na maioria das vezes, a reencarnar depois de
intervalos mais ou menos longos, intervalos esses que podem durar desde algumas
horas até vários séculos, não existindo, nesse sentido, limite determinado. O Espiritismo
ensina, contudo, que esses intervalos podem prolongar-se por muito tempo, mas
jamais serão perpétuos.
2. Enquanto aguarda nova encarnação, o
desencarnado fica no estado de Espírito errante, estado em que espera novas
oportunidades e aspira a um novo destino. O fato de estar desencarnado não o
coloca, porém, na condição de Espírito errante. Errante só o é aquele que
necessita de nova encarnação para progredir. O Espírito que não mais precisa
encarnar para evoluir já se encontra no estado de Espírito puro. Assim, quanto
ao estado em que se encontrem, os Espíritos podem ser: 1 – Encarnados, os que
estão ligados a um corpo físico; 2 – Errantes, os que aguardam nova encarnação;
3 – Puros, os que, desligados da matéria, já chegaram à perfeição e por isso
não necessitam de nova encarnação.
3. Convém destacar que o estado de erraticidade
não constitui, por si só, sinal de inferioridade dos Espíritos, uma vez que há
Espíritos errantes de todos os graus. A reencarnação é, com efeito, um estado
transitório, já que o estado normal é quando o Espírito, liberto da matéria,
vive plenamente a vida espiritual.
4. No estado de erraticidade, os Espíritos não
ficam inertes: estudam, observam, buscam informações que lhes enriqueçam o
conhecimento das coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. O ensino
espírita sobre a vida de além-túmulo mostra que no espaço não há lugar algum
destinado à contemplação estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do
espaço estão povoadas por Espíritos laboriosos.
Os Espíritos são os construtores do seu futuro
5. Na condição de errante, o Espírito pode,
portanto, melhorar muito, conquistando novos conhecimentos, dependendo
naturalmente de sua maior ou menor vontade. Entretanto, será na condição de
Espírito encarnado que terá oportunidade de colocar em prática as ideias que
adquiriu e realizar, efetivamente, o progresso que está buscando.
6. Gabriel Delanne afirma que os Espíritos são os
próprios construtores do seu futuro, conforme o ensino do Cristo: “A cada um segundo
suas obras”. Todo Espírito que ficar demorado em seu progresso somente de si
mesmo pode queixar-se, do mesmo modo que aquele que se adiantar tem todo o
mérito do seu procedimento. A felicidade que ele conquistou tem, por isso
mesmo, mais valor aos seus olhos.
7. A vida normal do Espírito efetua-se no espaço,
mas a encarnação opera-se num dos globos que povoam o Universo infinito. Ela é
necessária ao seu duplo progresso, moral e intelectual. Ao progresso
intelectual, por causa da atividade que ele é obrigado a desenvolver no
trabalho. Ao progresso moral, por causa da necessidade que os homens têm uns
dos outros.
8. A vida social – lembra Delanne – é a pedra de
toque das boas e das más qualidades.
A morte de uma criança pode ser uma prova para os pais
9. Uma questão intrigante, cuja explicação devemos
à Doutrina Espírita, diz respeito à situação da criança na vida post mortem. Ensina o Espiritismo que,
tal qual acontece com o Espírito de uma pessoa adulta, o Espírito de uma
criança morta em tenra idade volta ao mundo dos Espíritos e assume, salvo em
determinados casos, sua condição precedente.
10. A curta duração da vida da criança pode
representar, para o Espírito que a animava, o complemento de uma existência
precedentemente interrompida antes da hora, e sua morte constitui, não raro,
prova ou expiação para os pais.
11. O Espírito cuja existência se interrompeu no período
da infância recomeçará uma nova existência, que ocorrerá na época que for
julgada mais conveniente ao seu progresso. Se não tivesse ele oportunidade de
reencarnar, ficaria estagnado, à margem do processo evolutivo, fato que não
corresponderia à justiça de Deus. Com a possibilidade de nova encarnação, a
possibilidade de progresso é real e igual para todos.
12. Com a experiência vivida pelo Espírito da
criança morta em tenra idade, seus pais são também provados em sua compreensão
acerca da vida ou, então, resgatam débitos contraídos no passado.
Respostas às questões propostas
1. Que é
erraticidade?
A erraticidade é o estado em que ficam os
Espíritos enquanto aguardam uma nova encarnação.
2. Podemos
dizer que todo Espírito desencarnado é um Espírito errante?
Não. Errante só o é aquele que, estando
desencarnado, necessita de nova encarnação para progredir. Os Espíritos puros
não mais precisam encarnar para evoluir e, por isso, não se aplica a eles a
expressão Espírito errante.
3. No
estado de erraticidade, os Espíritos fazem alguma coisa?
Sim. No estado de erraticidade os Espíritos
estudam, observam e buscam informações que lhes enriqueçam o conhecimento das
coisas, procurando o melhor meio de se elevarem. O ensino espírita sobre a vida
de além-túmulo mostra que no espaço não há lugar algum destinado à contemplação
estéril, à beatitude ociosa. Todas as regiões do espaço estão povoadas por
Espíritos laboriosos.
4. A reencarnação
é necessária ao Espírito errante?
A vida normal do Espírito efetua-se no espaço, mas
a reencarnação é necessária ao seu duplo progresso, moral e intelectual. Ao
progresso intelectual, por causa da atividade que ele é obrigado a desenvolver
no trabalho. Ao progresso moral, por causa da necessidade que os homens têm de
conviver uns com os outros.
5. Como
entender a morte de uma criança em tenra idade?
A curta duração da vida da criança pode
representar, para o Espírito que a animava, o complemento de uma existência
precedentemente interrompida antes da hora, e sua morte constitui, não raro,
prova ou expiação para os pais.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 199, 226, 227 e 230.
O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne.
Depois da Morte, de Léon Denis.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 62 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_11.html
Módulo 63 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_18.html
Módulo 64 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_25.html
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