A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
1ª Parte
Iniciamos nesta edição o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne,
conforme tradução de Guillon Ribeiro, publicada pela Federação Espírita
Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma
forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. De que modo os espíritas descobriram a existência do
perispírito?
B. Onde se encontram arquivadas as leis organogênicas pelas
quais o corpo físico se forma e se mantém enquanto vivo?
C. Sob que forma o corpo espiritual se apresenta nos seres
desencarnados?
Texto para
leitura
1. A ciência espírita prova que a alma não é uma entidade
ideal, uma substância imaterial sem extensão, mas sim que é provida de um corpo
sutil, em que se registram os fenômenos da vida mental, ao qual foi dado o nome
de perispírito. O “eu” pensante é inteiramente distinto do seu envoltório, mas alma
e perispírito são inseparáveis um do outro. (Obra citada, pág. 12)
2. Foi pela observação que os espíritas descobriram a
existência do perispírito. Aliás, os magnetizadores já haviam chegado à mesma
conclusão, valendo-se de outros métodos. Assim é que, segundo Billot, Deleuze e
Cahagnet, a alma conserva, após a morte, uma forma corporal que a identifica,
observação confirmada pelos médiuns videntes. (Pág. 14)
3. As narrativas dos sonâmbulos e dos videntes têm grande
valor, mas não nos dão uma prova material. Eis por que os espíritas fizeram
todos os esforços por obter a prova inatacável e o conseguiram: as fotografias
de Espíritos desencarnados, as impressões por estes deixadas em substâncias
moles ou friáveis, e as moldagens de formas perispirituais. (Pág. 14)
4. Esse caminho foi aberto pelos fenômenos de desdobramento
do ser humano, denominados por vezes de bicorporeidade. Há no momento mais de
dois mil fatos, bem verificados de aparições de vivos, mas os pesquisadores não
se limitaram a observá-los e chegaram a reproduzi-los experimentalmente. (Pág.
15)
5. Descobriu-se, por fim, que o organismo fluídico contém
todas as leis organogênicas pelas quais o corpo se forma, o que explica como a
forma típica de um indivíduo pode manter-se durante a vida toda, sem embargo da
renovação incessante de todas as partes do corpo material. (Pág. 16)
6. A natureza íntima da alma ainda nos é desconhecida.
Quando dizemos que ela é imaterial, devemos entender essa expressão em sentido
relativo e não absoluto, porquanto a imaterialidade completa seria o nada. Ora,
a alma é alguma coisa que pensa,
sente e quer. Assim, quando a qualificamos de imaterial, queremos dizer que sua
essência difere tanto do que conhecemos fisicamente, que nenhuma analogia
guarda ela com a matéria. (Pág. 17)
7. O corpo espiritual reproduz, quase sempre, o tipo que o
Espírito apresentava na sua última encarnação e é provavelmente a essa
semelhança que se devem as primeiras noções acerca da imortalidade. (Pág. 18)
8. Em todas as partes do globo, mesmo entre os indígenas, a
sobrevivência do ser pensante é unanimemente afirmada. Remontando aos mais
antigos testemunhos que possuímos – isto é, aos hinos do Rigveda – vemos que os
homens que viviam nas faldas do Himalaia, no Sapta Sindhu, tinham intuições
claras sobre o além da morte. (Pág. 19)
9. As modernas experiências sobre os Espíritos que se
deixam fotografar ou se materializam mostram que o perispírito é uma realidade
física tão inegável como o corpo material. Ora, era essa a crença dos antigos
habitantes da margem do Nilo e constitui fato digno de nota que, no alvorecer
de todas as civilizações, topemos com crenças fundamentalmente semelhantes. (N.R. Esta obra surgiu logo após A Evolução
Anímica, que é de 1895.) (Pág. 21)
10. No Egito, antes mesmo das primeiras dinastias
históricas, surgiu a ideia de que somente “uma parte do homem” ia viver segunda
vida. Não era uma alma, era um corpo, diferente do primeiro, mas proveniente
deste, embora mais leve, menos material. Esse corpo, quase invisível, saído do
primeiro corpo mumificado, estava sujeito também a todos os reclamos da
existência: era preciso alojá-lo, nutri-lo, vesti-lo. Sua forma, no outro
mundo, reproduzia - pela semelhança - o primeiro corpo. É o ka, o duplo, ao
qual, no antigo Império - 5004 a 3064 a.C. -, se prestava o culto aos mortos.
(Pág. 22) (Continua no próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
A. De que modo
os espíritas descobriram a existência do perispírito?
Foi pela observação que os espíritas descobriram a
existência do perispírito, uma conclusão a que já haviam chegado os
magnetizadores, valendo-se de outros métodos. Segundo Billot, Deleuze e
Cahagnet, a alma conserva, após a morte, uma forma corporal que a identifica,
observação confirmada pelos médiuns videntes. (A Alma é Imortal, pág. 14.)
B. Onde se
encontram arquivadas as leis organogênicas pelas quais o corpo físico se forma
e se mantém enquanto vivo?
No corpo espiritual, ou perispírito. O organismo fluídico
contém todas as leis organogênicas pelas quais o corpo se forma, o que explica
como a forma típica de um indivíduo pode manter-se durante a vida toda, sem
embargo da renovação incessante de todas as partes do corpo material. (Obra
citada, pág. 16.)
C. Sob que
forma o corpo espiritual se apresenta nos seres desencarnados?
O corpo espiritual reproduz, quase sempre, o tipo que o
Espírito apresentava na sua última encarnação. Provavelmente é a essa
semelhança que se devem as primeiras noções acerca da imortalidade. (Obra
citada, pág. 18.)
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Muito esclarecedor
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