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terça-feira, 3 de julho de 2018




Uma florista

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Há muito não via uma florista passar, talvez por não estar tão na moda, diante das perfeitas e frias flores virtuais. Mas o importante foi que vi e tão feliz fiquei; no entanto, foi numa pequena cidadezinha bem longe da cidade grande onde moro. E ela vinha com flores recém-colhidas e vivas e perfumadas e com textura aveludada em cores mais saltitantes ainda. E foi. E seguiu para o destino que a aguardava ou, então, para inesperados destinos que, sim, acreditava que pudesse ser feliz.
A jovem florista foi e fiquei a pensar quão possível é entregar flores, pois são leves, perfumadas e que, quase sem exceção – já que nenhuma regra existe sem −, conquistam o sorriso de quem as recebe, também de quem as doa.
E agora mais a refletir, as flores ensinam desde os campos até as cidades que são doutoras em sua existência; nos campos acompanham com sabedoria a direção dos ventos, não se enrijecem porque seus caules podem partir-se e tão precocemente se ferirem ou perderem-se sobre a terra. E na cidade, por causa dos altos arbustos imóveis cinza e frios, alegram os olhares e fazem os corações, muitas vezes, sentirem que a simplicidade é o que de fato os completa.
O olhar singelo da florista, assim como as flores que carrega, deixa claro que é preciso bem menos coisas efêmeras e ilusórias para sentir-se bem e mais suaves perfumes e bons gestos para inebriarem a alma da verdadeira felicidade pela qual ela tanto procura.

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