Educação e formação
do médium
Este é o módulo 112 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Que fatores influenciam a prática da mediunidade?
2. Há um fato praticamente geral que ocorre no processo de formação e
iniciação dos médiuns. Qual é esse fato?
3. Que é que o instrutor Alexandre recomenda aos médiuns que aspiram ao
desenvolvimento superior e ao intercâmbio com os sábios desencarnados?
4. É certo dizer que a mediunidade em si mesma é neutra?
5. Qual é, no dizer de Emmanuel, a primeira necessidade do médium?
Texto para leitura
A educação mediúnica
é fruto de uma lenta e laboriosa iniciação
1. A prática mediúnica, além de subordinada a leis que regem o
relacionamento e o comportamento dos seres que habitam este e o outro mundo,
envolve uma série de fatores inerentes à personalidade do médium, do Espírito
comunicante e dos demais participantes da sessão mediúnica. É por isso que tudo
o que diga respeito ao mundo físico, ao mundo espiritual e ao mundo íntimo dos
participantes de uma sessão exerce influência na atividade mediúnica.
2. Faz-se necessário, portanto, não apenas compreender o fenômeno
mediúnico, mas promover a educação do aprendiz da mediunidade, o qual, admitido
a construções de ordem superior, é convidado ao discernimento e à disciplina,
para que se lhe aclarem e aprimorem as faculdades. Para tanto, é indispensável
que ele se esclareça nos princípios salutares e libertadores da Doutrina
Espírita.
3. Médiuns para a produção de fenômenos surgem de toda a parte e de
todas as posições. Médiuns para edificação do aprimoramento e da felicidade
entre as criaturas são apenas aqueles que se fazem autênticos servidores da
Humanidade.
4. Nada de importante, como sabemos, se adquire sem trabalho. Uma lenta
e laboriosa iniciação impõe-se aos que buscam os bens superiores. Um fato,
porém, que todos devem ter presente é que a formação e o exercício da
mediunidade encontrarão sempre dificuldades, o que não é difícil de entender,
visto que uma multidão de Espíritos pouco adiantados nos cerca, ávidos de se
comunicarem com os homens, o que explica a sucessão de comunicações mediúnicas
sem valor, triviais e às vezes inconvenientes, que impacientam e desanimam os
principiantes.
Mediunidade não é
disposição da carne transitória, mas expressão do Espírito
5. Decepções e dissabores inúmeros seriam evitados se compreendêssemos
que a mediunidade percorre fases sucessivas e que, no período inicial do seu
desenvolvimento, é o médium envolvido sobretudo por Espíritos de ordem
inferior, cujos fluidos, ainda impregnados da matéria terrestre, se adaptam
melhor aos fluidos do medianeiro encarnado.
6. Só mais tarde, quando a faculdade mediúnica se encontra
suficientemente desenvolvida, é que os Espíritos elevados podem intervir e
utilizá-la para um fim mais nobre. Obviamente, não se deve concluir que todos
os médiuns, no início do seu trabalho, transmitam obrigatoriamente mensagens de
Espíritos inferiores. Essa constitui, segundo Léon Denis, a regra, mas,
evidentemente, existem as exceções.
7. O fato sugere que, paralelamente ao estudo do Espiritismo, deve o
médium empenhar-se para que ocorra a sua reforma moral e se esforce pela
vivência dos ensinamentos evangélicos. Esse é o sentido das seguintes palavras
ditas pelo instrutor Alexandre, conforme podemos ler no cap. 9, p. 103, do
livro Missionários da Luz, de André
Luiz:
“Mediunidade não é disposição da carne transitória e sim expressão do
Espírito imortal”.
“Se aspirais ao desenvolvimento superior, abandonai os planos
inferiores. Se pretendeis o intercâmbio com os sábios, crescei no conhecimento,
valorizai as experiências, intensificai as luzes do raciocínio! Se aguardais a
companhia sublime dos santos, santificai-vos na luta de cada dia, porque as
entidades angélicas não se mantêm insuladas nos júbilos celestes e trabalham
também pelo aperfeiçoamento do mundo, esperando a vossa angelização! Se
desejais a presença dos bons, tornai-vos bondosos por vossa vez!”
8. Esclarecem os instrutores espirituais que a perseverança no
compromisso assumido e o recolhimento íntimo, com desapego natural das paixões
inferiores e dos artifícios secundários da vida social, produzem uma liberação
das matrizes dos registros psíquicos, aos quais se adaptam as tomadas mentais
dos Benfeitores espirituais, estabelecendo-se com isso um seguro intercâmbio.
A mediunidade é coisa
santa e deve ser praticada santamente
9. Como a mediunidade em si mesma é neutra e reflete o nível moral de
quem a pratica, é justo concluir que a atividade mediúnica exercida pelo
espírita deve refletir a moral espírita. E sendo a moral espírita a expressão
do Evangelho, a prática mediúnica espírita deve ser a vivência plena e
consciente dos ensinamentos cristãos. O candidato ao mediunato espírita deve
ter, portanto, entre os seus primeiros deveres, o estudo do Evangelho à luz da
Doutrina Espírita.
10. Adverte Emmanuel, na questão 387 do seu livro “O Consolador”, que a
primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar
às grandes tarefas doutrinárias, porque, se não o fizer, poderá esbarrar com o
fantasma do personalismo em detrimento de sua missão. A mediunidade colocada a
serviço de Jesus torna o medianeiro dócil e submisso ao trabalho superior.
11. Quem deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las
seriamente e, em seguida, fazer o que for preciso para granjear a benevolência
dos bons Espíritos, ou seja, cultivar as virtudes que os atraem, tais como a
humildade, o devotamento, a abnegação e o mais absoluto desinteresse moral e
material.
12. O médium precisa evangelizar-se para tornar-se instrumento de
melhoria espiritual que beneficiará não apenas a si mesmo, mas também todos os
que se encontrem à sua volta. A mediunidade – ensina o Codificador do
Espiritismo – é coisa santa e deve ser praticada santamente, o que significa exercitá-la
com assiduidade, pontualidade e fidelidade a Jesus e a Kardec.
Respostas às questões
propostas
1. Que fatores
influenciam a prática da mediunidade?
Esses fatores estão ligados à personalidade do médium, do Espírito
comunicante e dos demais participantes da sessão mediúnica. Eis por que tudo o
que diga respeito ao mundo físico, ao mundo espiritual e ao mundo íntimo dos
participantes de uma sessão exerce influência na atividade mediúnica.
2. Há um fato
praticamente geral que ocorre no processo de formação e iniciação dos médiuns.
Qual é esse fato?
O fato, que todos devem ter presente, é que a formação e o exercício da
mediunidade encontrarão sempre dificuldades, o que não é difícil de entender,
visto que uma multidão de Espíritos pouco adiantados nos cerca, ávidos de se
comunicarem com os homens, o que explica a sucessão de comunicações mediúnicas
sem valor, triviais e às vezes inconvenientes, que impacientam e desanimam os
principiantes.
3. Que é que o
instrutor Alexandre recomenda aos médiuns que aspiram ao desenvolvimento
superior e ao intercâmbio com os sábios desencarnados?
A recomendação do instrutor é clara e objetiva: “Se aspirais ao
desenvolvimento superior, abandonai os planos inferiores. Se pretendeis o
intercâmbio com os sábios, crescei no conhecimento, valorizai as experiências,
intensificai as luzes do raciocínio! Se aguardais a companhia sublime dos
santos, santificai-vos na luta de cada dia, porque as entidades angélicas não
se mantêm insuladas nos júbilos celestes e trabalham também pelo
aperfeiçoamento do mundo, esperando a vossa angelização! Se desejais a presença
dos bons, tornai-vos bondosos por vossa vez!”
4. É certo dizer que
a mediunidade em si mesma é neutra?
Sim.
5. Qual é, no dizer
de Emmanuel, a primeira necessidade do médium?
Diz Emmanuel que a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si
mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, porque, se não o
fizer, poderá esbarrar com o fantasma do personalismo em detrimento de sua
missão.
Bibliografia:
O Evangelho segundo o
Espiritismo, de Allan Kardec, capítulo XXVI, itens 8 a 10.
No Invisível, de Léon Denis, pp.
60 e 61.
O Consolador, de Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, questões 387 e 392.
Missionários da Luz, de André Luiz,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, cap. 9.
Estude e Viva, de Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 211.
Mediunidade e
Evolução, de Martins Peralva, p. 17.
Terapêutica de
Emergência, por Espíritos diversos, psicografado por Divaldo P. Franco, pp. 50 e
51.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 110 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/12/o-papel-da-mente-na-adaptacao-psiquica.html
Módulo 111 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/12/sintomas-precursoresda-mediunidade-este.html
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