O papel da mente na adaptação psíquica do médium
Este é o módulo 110 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Qual é o significado exato desta frase: “a mente permanece na base de
todos os fenômenos mediúnicos”?
2. Ensina o Espiritismo que todos os seres vivos respiram na onda de
psiquismo dinâmico que lhes é peculiar. Esse psiquismo depende ou independe dos
centros nervosos da criatura humana?
3. Você concorda com este pensamento: “Mediunidade não basta por si só;
é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer da
qualidade do nosso trabalho e ajuizar da nossa direção”?
4. Não se deve esperar do iniciante, do médium aprendiz, uma fé
vigorosa, uma alta capacidade de consolar, de esclarecer, de amar e de servir.
Exigir isso seria uma insensatez. Que é que seria razoável esperar do médium
principiante?
5. Por que nós, adeptos do Espiritismo, precisamos ter nas assembleias
espíritas o máximo respeito, evitando que ali penetrem a frivolidade, a
intriga, o mundanismo?
Texto para leitura
A mente permanece na
base de todos os fenômenos mediúnicos
1. Aprendemos no livro Nos
Domínios da Mediunidade, de André Luiz, que a mente permanece na base de
todos os fenômenos mediúnicos, frase que define com clareza o papel da mente
nas atividades mediúnicas, porque é através dela que se manifestam os valores
adquiridos pelo Espírito, as experiências acumuladas, as virtudes, os
conhecimentos, os defeitos, os dramas vividos, as afeições, o rancor, a
bondade, a vingança, a alegria, a tristeza, tanto quanto o amor e o ódio. Essas
características intrínsecas do Espírito exteriorizam-se através da mente,
definindo o grau de evolução em que ele se encontra, a faixa vibratória em que
vive.
2. Circunscritos nas dimensões conceptuais em que nos encontramos,
ensinam os Instrutores espirituais, podemos arrojar de nós a energia atuante do
próprio pensamento, estabelecendo em torno da nossa individualidade o ambiente
psíquico que nos é próprio.
3. Formamos, desse modo, um conjunto vastíssimo de Inteligências
sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção, integrando um todo
constituído de bilhões de seres que formam, por assim dizer, a Humanidade
terrestre. Dependendo dos nossos semelhantes, agimos e reagimos uns sobre os
outros, por meio da energia mental em que nos renovamos incessantemente.
4. O papel desempenhado pela mente é muito importante para a adaptação
psíquica do médium nas atividades mediúnicas, visto que nessas atividades ele
não se encontra só; muito pelo contrário, encontra-se junto de outras mentes
encarnadas e desencarnadas, desenvolvendo esforços no sentido de encontrar um
ponto elevado de sintonia de pensamentos e sentimentos, para transformar a
atividade mediúnica em atividade útil tanto para o seu aprimoramento espiritual
como também para o benefício geral, na forma de esclarecimento, consolação e apoio.
É indispensável ao
médium saber que tipo de onda mental ele assimila
5. Não é difícil perceber que todos os seres vivos respiram na onda de
psiquismo dinâmico que lhes é peculiar, psiquismo esse que independe dos
centros nervosos, uma vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os
fenômenos da vida orgânica em si mesma. Em qualquer posição mediúnica, a
inteligência receptiva está, pois, sujeita às possibilidades e à coloração dos
pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e
interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir.
6. Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas,
quaisquer que sejam os característicos em que se expresse, é imprescindível
enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os
únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós das Esferas
superiores. Mediunidade não basta por si só; é imprescindível saber que tipo de
onda mental assimilamos, para conhecer da qualidade do nosso trabalho e ajuizar
da nossa direção.
7. Certamente não se espera do iniciante, do médium aprendiz, uma fé
vigorosa, uma alta capacidade de consolar, de esclarecer, de amar e de servir.
Exigir isso dele seria uma insensatez, visto que lhe falta a necessária
experiência. É razoável, contudo, esperar que ele apresente o sincero propósito
de aprender, o desejo honesto de se aprimorar e boa vontade em servir e atender
seus semelhantes.
8. Os pressupostos mencionados no item anterior são básicos para que, na
atividade de intercâmbio espiritual, os Espíritos superiores encontrem seriedade
de propósito nos participantes e tenham, assim, meios e razões para participar
com utilidade desses trabalhos.
Na atividade
mediúnica, disciplina e perseverança são também essenciais
9. O escolho com que topa a maioria dos médiuns principiantes é o de
terem de haver-se com Espíritos inferiores, e devem dar-se por felizes quando
não são Espíritos levianos. Por causa disso, é preciso que tenham a máxima
atenção para que tais Espíritos não assumam o predomínio na tarefa, porquanto,
se isso ocorrer, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se.
10. A primeira condição é colocar-se o médium, com fé sincera, sob a
proteção de Deus e rogar a assistência do seu protetor espiritual. A segunda
condição é aplicar-se com meticuloso cuidado a reconhecer, por todos os
indícios que a experiência faculta, qual a natureza dos Espíritos que se
comunicam primeiramente por seu intermédio.
11. Os médiuns iniciantes precisam compreender, ainda, que na
mediunidade não existe conhecimento real onde o tempo não consagrou a aprendizagem
e que são nobres todos os encargos em que a luz da caridade preside às
realizações. Os fluidos úteis, as vibrações disseminadas pelo ambiente de um
Centro Espírita pelos cuidados dos benfeitores invisíveis, são elementos
essenciais e hão de conservar-se imaculados. Eis por que a Espiritualidade
esclarecida recomenda que tenhamos o máximo respeito nas assembleias espíritas,
em que jamais devem penetrar a frivolidade, a inconsequência, a maledicência, a
intriga, o mercantilismo e o mundanismo, que são manifestações inferiores do
caráter humano, cujo magnetismo atrai para tais assembleias bandos de entidades
hostis e malfeitoras, que acabam influindo nos trabalhos que ali se realizam.
12. Cabe-nos por fim observar que, se nas atividades terrenas não conseguimos
bons resultados a não ser por meio do trabalho, da disciplina e da
perseverança, com muito maior razão teremos que nos empenhar nas atividades
espirituais e mediúnicas, para alcançarmos um relativo conhecimento real da
prática mediúnica, com disciplina e perseverança, aliadas à humildade e ao
conhecimento claro dos princípios doutrinários.
Respostas às questões
propostas
1. Qual é o
significado exato desta frase: “a mente permanece na base de todos os fenômenos
mediúnicos”?
A frase em questão indica que é através da mente que se manifestam os
valores adquiridos pelo Espírito, suas experiências acumuladas, suas virtudes,
seus conhecimentos, seus defeitos, tanto quanto o amor e o ódio. Essas
características intrínsecas do Espírito exteriorizam-se através da mente e
definem o grau de evolução em que ele se encontra, a faixa vibratória em que
vive.
2. Ensina o
Espiritismo que todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que
lhes é peculiar. Esse psiquismo depende ou independe dos centros nervosos da
criatura humana?
Ele independe dos centros nervosos, pois flui diretamente da mente e
condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma.
3. Você concorda com
este pensamento: “Mediunidade não basta por si só; é imprescindível saber que
tipo de onda mental assimilamos, para conhecer da qualidade do nosso trabalho e
ajuizar da nossa direção”?
Sim, porque é a aplicação dada à faculdade mediúnica que realmente
importa.
4. Não se deve
esperar do iniciante, do médium aprendiz, uma fé vigorosa, uma alta capacidade
de consolar, de esclarecer, de amar e de servir. Exigir isso seria uma
insensatez. Que é que seria razoável esperar do médium principiante?
O que se espera do médium principiante é que apresente o sincero
propósito de aprender, o desejo honesto de se aprimorar e boa vontade em servir
e atender seus semelhantes.
5. Por que nós,
adeptos do Espiritismo, precisamos ter nas assembleias espíritas o máximo
respeito, evitando que ali penetrem a frivolidade, a intriga, o mundanismo?
São dois os motivos. O primeiro: os fluidos úteis, as vibrações
disseminadas pelo ambiente de um Centro Espírita pelos cuidados dos benfeitores
invisíveis, são elementos essenciais e devem conservar-se imaculados. O segundo:
a frivolidade, a intriga e comportamentos semelhantes são manifestações
inferiores do caráter humano, cujo magnetismo atrai para as assembleias bandos
de entidades hostis e malfeitoras, que acabam influindo nos trabalhos que ali
se realizam.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec,
itens 209 e 211.
Dramas da Obsessão, de Bezerra de
Menezes (Espírito), psicografado por Yvonne A. Pereira, pp. 145 e 146.
Nos Domínios da
Mediunidade, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 15 a 20.
Estude e Viva, de Emmanuel e André
Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pp. 210 e 211.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 107 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/11/perda-e-suspensao-da-mediunidade-este-e.html
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