A
influência do médium na
comunicação
espírita
Este é o módulo 113
de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da
doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para
debate; 2) texto para leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
sugerido para leitura.
Questões para
debate
1. Podemos considerar normal a influência do médium
nas comunicações mediúnicas que receba?
2. Que é um médium passivo?
3. Em se tratando de mediunidade, a passividade
absoluta é possível?
4. Que diferença essencial há entre o médium
psicógrafo intuitivo e o médium psicógrafo mecânico?
5. Além da influência relacionada com a execução do
fenômeno mediúnico, pode haver uma influência moral do médium no exercício das
suas faculdades?
Texto para leitura
O
médium é passivo quando não mistura suas ideias com as do Espírito
1. Sendo a mediunidade, basicamente, um processo de
comunicação que tem no médium o seu instrumento de intermediação, não é difícil
entender que a mensagem comunicada sofrerá sempre uma maior ou menor influência
do medianeiro. É isso que o Espiritismo nos ensina e o que a prática vem
demonstrando. A alma do médium exerce, efetivamente, influência nas
comunicações mediúnicas e pode até mesmo alterar-lhes o conteúdo e assimilá-las
às suas próprias ideias e pendores.
2. Esse complexo aspecto da mediunidade pode levar
alguns iniciantes mais afoitos à incredulidade. Devemos, contudo, entender que,
pela sua própria característica, essa influência faz parte do seu
funcionamento, uma vez que, por mais passivo que seja o médium, deverá ter
sempre uma postura de vigilância durante o processo mediúnico para o adequado
uso de sua faculdade, o que implica acompanhar toda a manifestação mediúnica de
uma forma mais ou menos acentuada.
3. O conceito de passividade mediúnica é tratado
por Kardec em O Livro dos Médiuns, item
223, em que aprendemos que o médium é passivo quando não mistura suas próprias
ideias com as do Espírito que se comunica. Entenda-se, porém, que o papel do
médium nunca é inteiramente nulo e seu concurso é sempre indispensável, ainda
que se trate de médiuns mecânicos. Em face disso, inexiste a passividade
absoluta.
4. Nos processos de comunicação mediúnica
inconsciente, em que o Espírito comunicante utiliza-se dos recursos do médium
sem fazer a mensagem passar totalmente pelo seu pensamento, o grau de
influência do medianeiro é bem mais reduzido, diferentemente do que ocorre quando
se trata de comunicação consciente, em que a mensagem é transmitida via
pensamento do médium. É por isso que, no tocante aos médiuns escreventes ou
psicógrafos, o ensino espírita os classifica em três variedades bem distintas:
médiuns mecânicos, intuitivos e semimecânicos.
Há
grande analogia entre a mediunidade intuitiva e a inspiração
5. No caso dos médiuns mecânicos, o Espírito
comunicante age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a. Neste
gênero de mediunidade, o médium não tem nenhum conhecimento do que a sua mão
escreve, uma vez que o movimento dela independe da sua vontade e para quando o
Espírito assim o deseja. Registre-se, porém, que mesmo nesses casos a
influência do médium jamais é nula.
6. No caso dos médiuns intuitivos, o Espírito
comunicante utiliza-se do Espírito do médium para transmitir a mensagem,
identificando-se com ele e imprimindo-lhe sua vontade e suas ideias. Este
gênero de mediunidade permite ao Espírito do médium tomar conhecimento prévio
do que vai escrever.
7. Um fato curioso, no entanto, ocorre nesse gênero
de comunicação, porque, embora perceba a presença e o pensamento do Espírito
comunicante, o médium sente, muitas vezes, dificuldade em distinguir seu pensamento
do que lhe é sugerido. E quando a dúvida se instala de forma mais acentuada, a
mensagem fica praticamente prejudicada. Neste gênero de mediunidade, a
influência do medianeiro é, como foi dito anteriormente, muito mais acentuada.
8. Há grande analogia entre a mediunidade intuitiva
e a inspiração. A diferença consiste em que a primeira se restringe quase
sempre a questões de atualidade, podendo o médium, por intuição, tratar de um
assunto que lhe seja inteiramente estranho. A inspiração estende-se por um
campo mais vasto e, geralmente, vem em auxílio das capacidades e das
preocupações do encarnado.
O
médium semimecânico sabe o que escreve à medida que as palavras se formam
9. No caso dos médiuns semimecânicos, também
chamados de semi-intuitivos, verifica-se uma situação intermediária entre o
mecânico e o intuitivo. O Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do
médium e, ao mesmo tempo, lhe permite conhecer o que está escrevendo à medida
que as palavras se formam. Neste gênero de mediunidade, a influência do médium
é também intermediária, ou seja, não é tão acentuada como no caso dos médiuns
intuitivos nem tão reduzida como no caso dos médiuns mecânicos.
10. Além desse tipo de influência relacionada com a
execução da prática mediúnica, ocorre ainda uma influência maior do médium no
tocante ao aspecto moral do exercício da faculdade mediúnica. Reconhecendo-se o
fato de que toda atividade mediúnica assenta-se no princípio da afinidade, não
é difícil compreender a relevância dessa influência.
11. Quanto mais elevado moralmente for o
medianeiro, maior afinidade terá ele com Espíritos de maior envergadura moral e
poderá, desse modo, receber comunicações de conteúdo mais elevado.
12. Eis aí o motivo da conhecida recomendação,
contida no item 227 de O Livro dos
Médiuns, para que cultivemos as virtudes que atraem os bons Espíritos, ou
seja, a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo e
o desprendimento das coisas materiais, e evitemos tudo quanto possa repeli-los,
como o orgulho, o egoísmo, a inveja, a ciúme, a cupidez, o ódio, a sensualidade
e todas as paixões que ligam o homem à matéria.
Respostas
às questões propostas
1.
Podemos considerar normal a influência do médium nas comunicações mediúnicas
que receba?
Sim. Sendo a mediunidade, basicamente, um processo
de comunicação que tem no médium seu instrumento de intermediação, não é
difícil entender que a mensagem comunicada sofrerá sempre uma maior ou menor
influência do medianeiro.
2.
Que é um médium passivo?
O conceito de passividade mediúnica é tratado por
Kardec em O Livro dos Médiuns, item
223, em que aprendemos que o médium é passivo quando não mistura suas próprias
ideias com as do Espírito que se comunica.
3.
Em se tratando de mediunidade, a passividade absoluta é possível?
Não. O papel do médium nunca é inteiramente nulo e
seu concurso é sempre indispensável, ainda que se trate de médiuns mecânicos. É
por isso que se diz que não existe, em se tratando de mediunidade, passividade
absoluta.
4.
Que diferença essencial há entre o médium psicógrafo intuitivo e o médium
psicógrafo mecânico?
No caso do médium psicógrafo intuitivo, o Espírito
comunicante utiliza-se do Espírito do médium para transmitir a mensagem,
identificando-se com ele e imprimindo-lhe sua vontade e suas ideias. Este
gênero de mediunidade permite ao Espírito do médium tomar conhecimento prévio
do que vai escrever, fato que não ocorre no caso dos médiuns mecânicos, em que
o Espírito comunicante age diretamente sobre a mão do médium, impulsionando-a.
Neste gênero de mediunidade, o médium não tem nenhum conhecimento do que a sua
mão escreve, uma vez que o movimento dela independe da sua vontade.
5.
Além da influência relacionada com a execução do fenômeno mediúnico, pode haver
uma influência moral do médium no exercício das suas faculdades?
Sim. Além da influência relacionada com a execução
da prática mediúnica, ocorre ainda uma influência maior do médium no tocante ao
aspecto moral do exercício da faculdade mediúnica. Quanto mais elevado
moralmente for o medianeiro, maior afinidade terá ele com Espíritos de maior
envergadura moral e poderá, desse modo, receber comunicações de conteúdo mais
elevado.
Bibliografia:
O
Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 223 e 227.
Obras
Póstumas, de Allan Kardec, item 50, pp. 64 e 65.
Observação:
Eis
os links que remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 110 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/12/o-papel-da-mente-na-adaptacao-psiquica.html
Módulo 111 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/12/sintomas-precursoresda-mediunidade-este.html
Módulo 112 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/12/educacao-e-formacaodo-medium-este-e-o.html
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