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quinta-feira, 21 de março de 2019




As religiões politeístas e
sua contribuição

Este é o módulo 124 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. No seio de quais povos as primeiras organizações religiosas da Terra tiveram sua origem?
2. Quem, segundo os hindus, escreveu os Vedas e que se contém nesses livros?
3. A religião cultuada no Egito antigo era monoteísta ou politeísta?
4. A mitologia grega fala da existência de muitos deuses. Qual dentre eles é o deus supremo?
5. Na Roma antiga acreditava-se na sobrevivência da alma?

Texto para leitura

Dos árias descende a maioria dos povos brancos da família indo-europeia
1. Emmanuel, em seu livro A Caminho da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, afirma que as primeiras organizações religiosas da Terra tiveram sua origem entre os povos primitivos do Oriente, “aos quais enviava Jesus, periodicamente, os seus mensageiros e missionários”. Devido à ausência da escrita, naquelas épocas remotas as tradições se transmitiam de geração a geração por meio da palavra articulada; contudo, com a cooperação dos exilados de Capela, os rudimentos das artes gráficas receberam os primeiros impulsos e começou a florescer uma nova era de conhecimento espiritual, no campo das concepções religiosas.
2. Os livros dos Vedas, datados de mais de seis mil anos, já falavam acerca da sabedoria dos Sastras – os grandes mestres das ciências hindus – que os antecederam em mais ou menos dois mil anos, nas margens dos rios sagrados da Índia, o que mostra que a ideia religiosa nasceu praticamente com a própria Humanidade, constituindo o alicerce de todos os seus esforços e realizações no plano terráqueo. 
3. Para nos situarmos melhor no tempo e no espaço, é bom lembrar que a chamada raça adâmica – formada por Espíritos exilados do sistema planetário de Capela – reuniu-se na Terra, com o transcurso dos anos, dividida em quatro grandes grupos, que se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades que os associavam em Capela. Unidos, novamente, constituíram então o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia.
4. Dos árias descende a maioria dos povos brancos da família indo-europeia, incluindo aí os latinos, os celtas, os gregos, os germanos e os eslavos. Além de formarem os rudimentos de toda a organização das civilizações futuras, eles introduziram os mais largos benefícios no seio da etnia amarela e da etnia negra, que já existiam no planeta.

A religião dos hindus foi fundada pelos Vedas, cuja autoria eles atribuem a Brama
5. Civilização da Índia – Dos Espíritos degredados no ambiente da Terra, os que se agruparam nas margens do rio Ganges foram os primeiros a formar os pródromos de uma sociedade organizada. As almas ali exiladas haviam recebido muito da misericórdia de Jesus, de cuja palavra de amor guardavam as mais comovedores recordações, traduzidas na beleza dos Vedas e dos Upanishads. Foram elas as primeiras vozes da filosofia e da religião em nosso planeta. Segundo Thomas Bulfinch, a religião dos hindus foi fundada pelos Vedas, cuja autoria eles atribuem a Brama.
6. Os Vedas ensinam a crença em um Deus supremo: Brama. Seus atributos são representados pelos três poderes personificados da criação, conservação e destruição, que, sob os nomes de Brama, Vixnu e Siva, formam a trimúrti – ou trindade dos principais deuses hindus. Além desses três deuses, há no bramanismo deuses inferiores responsáveis por certos fenômenos da natureza, como o trovão, o relâmpago, o fogo etc.
7. Brama é, segundo tais ideias, o criador do Universo e a fonte de onde emanaram todas as divindades individuais, que serão no final por ele absorvidas. À vista desse pensamento, observa-se nitidamente o caráter politeísta e panteísta da religião dos hindus. Os brâmanes são idólatras e formam seitas distintas, conforme os deuses que veneram. As influências do bramanismo são boas quando dão origem à formação dos Mahatmas, e negativas quando estabelecem o sistema de castas.   
8. Civilização egípcia – Dentre os Espíritos exilados de Capela, os que constituíram a civilização egípcia foram os que mais se destacavam na prática do bem e no culto da verdade. Com efeito, segundo Emmanuel, eram eles os que menos débitos possuíam perante o tribunal da Justiça Divina. Em nenhuma civilização da Terra o culto da morte foi tão altamente desenvolvido, porque nos seus corações morava a ansiedade de voltar ao orbe distante, ao qual se sentiam presos pelos mais santos afetos. Foi por esse motivo que, representando uma das mais belas e adiantadas civilizações de todos os tempos, as expressões do antigo Egito desapareceram para sempre do plano tangível do planeta. Depois de perpetuarem nas pirâmides os seus avançados conhecimentos, todos os Espíritos daquela região regressaram à pátria de origem.  

A grande contribuição da religião egípcia repousa nos ensinamentos esotéricos
9. A religião egípcia apresentava dupla face. Para a massa popular, ainda imatura para receber ensinamentos mais profundos, era politeísta. Para os sacerdotes e iniciados, era monoteísta. O deus principal do povo egípcio era Amon ou Amon-Ra, mas havia outras divindades subalternas: Osíris, Horus, Set e outros. A grande contribuição da religião egípcia repousa nos ensinamentos esotéricos, que não só transmitiam a existência de Deus uno, Pai e Criador, como também o destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos. 
10. Civilização grega – As experiências mais vastas no campo social ocorreram na Grécia, berço de filósofos, sábios e literatos famosos. Os gregos eram essencialmente politeístas e donos de uma mitologia inigualável, que nenhum povo conseguiu superar. Para os gregos havia um grande deus: Zêus, que era o deus supremo, senhor do Universo, pai dos demais deuses e deusas e de toda a Humanidade. Além de Zêus, havia outros deuses – os principais, os subalternos, as divindades infernais e os heróis ou semideuses.
11. Evidencia-se na Grécia antiga o papel de duas cidades: Atenas e Esparta. Berço da democracia, onde o povo amava a liberdade e dedicava-se à cultura, às artes e à beleza, de Atenas saíram grandes legisladores e filósofos, como Sócrates, Platão e Xenofonte. Esparta, ao contrário, representava o poder absoluto, ditatorial, onde se proibia o comércio e se condenava a cultura.
12. A mitologia grega, tão rica e fantasiosa como era, favoreceu que os gregos vivessem as experiências sociais necessárias à sua evolução. As conquistas sociológicas desenvolvidas em Atenas foram o que houve de mais positivo em nosso mundo, mesmo considerando os dias atuais. Esparta, no entanto, passou à história como um simples povo de soldados espalhando a destruição e os flagelos da guerra, sem nenhuma significação construtiva para a Humanidade. 

Os romanos não faziam muitas indagações transcendentes em matéria religiosa
13. Civilização romana – Foram principalmente os etruscos que deram origem ao povo romano. Esforçados, operosos e inteligentes, os etruscos possuíam largas indústrias de metais, uma marinha notável, destacado progresso no amanho da terra e, sobretudo, sentimentos evolvidos que os faziam diferentes das coletividades mais próximas. Acreditavam na sobrevivência e ofereciam sacrifícios às almas dos mortos, venerando os deuses cujas disposições presumiam conhecer através dos fenômenos comuns da natureza. 
14. Segundo Emmanuel, as influências do povo etrusco foram decisivas para as experiências que os romanos precisariam viver mais tarde. Nesse sentido, vale recordar a figura de Tarquínio Prisco, filho da Etrúria, que trouxe à cidade grandes reformas e inúmeras inovações importantes na sua consolidação e no seu progresso.  
15. Onde, porém, mais se evidenciaram as influências etruscas, nas organizações romanas, foi justamente na alma popular, devotada aos gênios, aos deuses e às superstições de toda espécie. Cada família, como cada lar, possuía o seu gênio invisível e amigo, e na sociedade alastravam-se as comunidades religiosas. 
16. Ao contrário dos atenienses, os romanos não faziam muitas indagações transcendentes em matéria religiosa ou filosófica, atendendo somente aos problemas do culto externo, sem muitas argumentações com a lógica. É por isso que, a despeito da numerosa quantidade de deuses existentes em Roma (o Panteão chegou a ter mais de 30 mil), a mitologia romana é pobre. O politeísmo romano contribuiu, contudo, para que se desenvolvessem na sociedade romana grandes virtudes, entre as quais destacamos os deveres familiares, em especial o papel das matronas.

Respostas às questões propostas

1. No seio de quais povos as primeiras organizações religiosas da Terra tiveram sua origem?
Elas tiveram sua origem entre os povos primitivos do Oriente, “aos quais enviava Jesus, periodicamente, os seus mensageiros e missionários”. 
2. Quem, segundo os hindus, escreveu os Vedas e que se contém nesses livros?
A autoria dos Vedas é atribuída pelos hindus a Brama. Os Vedas ensinam a crença em um Deus supremo: Brama. Seus atributos são representados pelos três poderes personificados da criação, conservação e destruição, que, sob os nomes de Brama, Vixnu e Siva, formam a trimúrti – ou trindade dos principais deuses hindus. 
3. A religião cultuada no Egito antigo era monoteísta ou politeísta?
A religião egípcia apresentava dupla face. Para a massa popular, ainda imatura para receber ensinamentos mais profundos, era politeísta. Para os sacerdotes e iniciados, era monoteísta. 
4. A mitologia grega fala da existência de muitos deuses. Qual dentre eles é o deus supremo?
O grande deus, na mitologia grega, é Zêus, o deus supremo, senhor do Universo, pai dos demais deuses e deusas e de toda a Humanidade. 
5. Na Roma antiga acreditava-se na sobrevivência da alma?
Sim. Cada família, como cada lar, possuía o seu gênio invisível e amigo, e na sociedade alastravam-se as comunidades religiosas. 

Bibliografia:
A Caminho da Luz, de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 37 a 100.
Enciclopédia Delta Larousse, 2a edição, 1968, pp. 1734, 1740 e 1751.
O Livro de Ouro da Mitologia, de Thomas Bulfinch, pp. 8 a 10, 260 a 266.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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