quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019




Obsessão e loucura

Este é o módulo 121 de uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura. 

Questões para debate

1. A loucura é sempre resultado de uma lesão cerebral?
2. A obsessão pode levar o indivíduo à loucura?
3. Qual é basicamente a diferença entre loucura e obsessão?
4. A ação persistente do obsessor pode produzir lesões em sua vítima?
5. Por que Jesus conseguia com uma simples ordem desfazer os casos de obsessão relatados pelos evangelistas?

Texto para leitura

A loucura manifesta-se de duas maneiras distintas
1. A obsessão não é loucura, mas pode provocá-la. A ciência médica, no entanto, não leva em consideração este fato porque, em rigor, ainda não admite a sobrevivência da alma. A relutância na admissão do fenômeno obsessivo leva a sociedade científica, por isso, a considerar o problema da loucura limitadamente. Como ensinava Dr. Bezerra de Menezes, até hoje, a ciência só conhece a loucura que resulta, de um modo permanente, da perturbação do pensamento, com sua sede no cérebro.
2. As causas e as formas podem variar, mas o estado patológico do indivíduo é sempre o mesmo: a loucura caracterizada pela perturbação mental e com sede no cérebro. Sem que o cérebro sofra, não pode haver, para a ciência, o fenômeno psíquico-patológico da loucura, embora dentro da sociedade científica – conquanto não admitido claramente – exista também a constatação da loucura sem o comprometimento cerebral.
3. Quando os médicos conseguem detectar lesões no cérebro, podem estabelecer uma conduta clínica, seja terapêutica, seja cirúrgica. Se, porém, a loucura se manifesta e não se encontram lesões físicas no sistema nervoso, torna-se difícil, se não impossível, estabelecer um tratamento médico adequado. Essa é a razão pela qual, segundo os especialistas no assunto, o mais difícil no trato do problema é estabelecer com precisão o diagnóstico.
4. A loucura – esclarece Dr. Bezerra de Menezes – manifesta-se de duas maneiras distintas: com e sem lesão cerebral. Em face disso, ele sugere que haja, para casos distintos, tratamentos diferentes. Os problemas orgânico-cerebrais devem ser tratados por médicos. Nos casos em que o problema não é de ordem material, deve-se proceder de forma a levar em conta as causas extrafísicas atuantes.

A obsessão, quando não tratada, pode levar à loucura
5. O cérebro é meramente um órgão físico, não o centro da inteligência humana, Ele é, e assim deve ser visto, um instrumento material de que se serve a alma quando unida ao corpo físico. É a alma quem pensa, raciocina, imagina. O cérebro é meramente veículo de sua manifestação. Se o cérebro traz alguma perturbação ou lesão, é natural que o desempenho da alma seja afetado, por não poder ela manifestar-se adequadamente valendo-se de um instrumento danificado.
6. A obsessão, cuja causa imediata é a influência de um agente externo à pessoa, é coisa diversa, embora traga para o indivíduo que a padece complicações que dificultam e tornam mais complicado o problema. Ela em si não constitui loucura, mas sua progressão para estágios mais adiantados, e sem o devido tratamento, pode levar a casos de loucura.
7. Esse pensamento foi-nos legado por Allan Kardec, que em O Livro dos Médiuns afirma que entre os que são tidos como loucos muitos há que são apenas subjugados por Espíritos, necessitados, portanto, de um tratamento moral e espiritual, enquanto que com os tratamentos corporais equivocados podem tornar-se verdadeiros loucos.
8. Assim, nos casos de obsessão o que vai determinar a perturbação na transmissão do pensamento é a interposição de fluidos do obsessor entre o agente (alma) e o instrumento (cérebro), com o que fica interrompida a comunicação regular entre os dois. A alma pensa corretamente, mas seu pensamento só se manifesta de maneira truncada, imperfeitamente, devido à barreira criada pelos fluidos emanados do obsessor.

Tanto na loucura como na obsessão o Espírito pode estar lúcido
9. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, tanto na loucura como na obsessão o Espírito pode estar lúcido, mas se verifica uma irregularidade na transmissão ou manifestação do pensamento. Essa irregularidade é devida, no primeiro caso (loucura), à incapacidade material do cérebro para receber e transmitir fielmente as cogitações da alma do paciente. No segundo caso (obsessão), tudo se limita a não poderem tais cogitações chegar integralmente ao cérebro, tendo em vista a interposição de fluidos irradiados pelo perseguidor espiritual.
10. Devemos considerar, ainda, que a ação persistente e malfazeja de um Espírito sobre outro poderá, com o passar do tempo, produzir lesões físicas, às vezes irreversíveis.
11. Citadas largamente no Novo Testamento, as obsessões e as possessões eram muito comuns à época de Jesus. Eis alguns exemplos bastante conhecidos:
Marcos (1:21-27) e Lucas (4:31-37) narram a cura que Jesus proporcionou a um “endemoninhado” em Cafarnaum.
Mateus (10:32-34) relata a cura de um “mudo endemoninhado”.
Mateus (12:22-28) fala de um indivíduo que, subjugado por seu obsessor, ficou mudo e cego.
12. Em todas essas narrativas destaca-se a figura ímpar de Jesus, que com sua bondade e força moral libertava a todos eles – obsidiados e obsessores – curando-os, visto que a imensa superioridade do Cristo dava-lhe tal autoridade sobre os Espíritos imperfeitos, que lhe bastava ordenar que se retirassem e eles de imediato obedeciam.

Respostas às questões propostas

1. A loucura é sempre resultado de uma lesão cerebral?
Não.
2. A obsessão pode levar o indivíduo à loucura?
Sim. Sua progressão para estágios mais adiantados, e sem o devido tratamento, pode levar a casos de loucura.
3. Qual é basicamente a diferença entre loucura e obsessão?
Tanto na loucura como na obsessão verifica-se uma irregularidade na transmissão ou manifestação do pensamento. Essa irregularidade é devida, no primeiro caso (loucura), à incapacidade material do cérebro para receber e transmitir fielmente as cogitações da alma do paciente. No segundo caso (obsessão), tudo se limita a não poderem tais cogitações chegar integralmente ao cérebro, tendo em vista a interposição de fluidos irradiados pelo perseguidor espiritual.
4. A ação persistente do obsessor pode produzir lesões em sua vítima?
Sim.
5. Por que Jesus conseguia com uma simples ordem desfazer os casos de obsessão relatados pelos evangelistas?
Tal fato se devia a sua imensa superioridade sobre todas as demais pessoas, tanto os obsidiados quanto os chamados obsessores.

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, cap. 23, item 254.
A Gênese, de Allan Kardec, cap. 15, itens 33 e 34.
A Loucura sob novo prisma, de Adolfo Bezerra de Menezes, 4a. edição, pp. 11, 163 e 164.

Observação:
Eis os links que remetem aos 3 últimos textos:





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