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sexta-feira, 1 de março de 2019






O Fenômeno Espírita

Gabriel Delanne

Parte 12 e final

Concluímos hoje o estudo do clássico O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, conforme o texto da 4ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, com base em tradução de Francisco Raymundo Ewerton Quadros.
Nosso desejo é que este estudo tenha servido para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Que é que faz a força do Espiritismo?
B. De que depende, na vida de além-túmulo, a situação dos que deixam a Terra?
C. Que ensina Delanne sobre a reencarnação e suas provas?
D. Que considerações finais faz Delanne a respeito do Espiritismo?

Texto para leitura

176. A experiência demonstra que, assim como a borboleta sai da crisálida, assim a alma deixa o seu vestuário grosseiro para atirar-se, radiante, no éter, sua pátria eterna. Nada morre neste mundo, porque nada se perde. (P. 211)
177. É sobretudo para os miseráveis e os deserdados deste mundo que esta sublime prova da imortalidade é doce e consoladora, pois a certeza de vida melhor anima o trabalhador na luta que diariamente trava contra a necessidade. (P. 211)
178. Com efeito, ninguém se iluda: o tempo da fé cega passou; hoje é necessário, para que uma teoria filosófica moral ou religiosa seja aceita, que ela repouse no fundamento inabalável da demonstração científica. (P. 212)
179. É isso que faz a força do Espiritismo e explica sua enorme aceitação. Não devemos, contudo, crer que seja ele inimigo das religiões, pois o Espiritismo não combate senão os seus abusos e dirige-se mais particularmente aos materialistas e àqueles que, sem serem completamente ateus, permanecem indecisos acerca da vida futura. (P. 212)
180. O Espírito está revestido no espaço de um invólucro a que chamamos perispírito, formado pelo fluido universal terrestre, isto é, pela matéria sob sua forma primordial. Liberto das cadeias do corpo físico, não tem mais necessidade de alimentar-se, nem se arrasta mais pelo solo, pois a matéria imponderável de que é formado permite-lhe transportar-se para os mais longínquos lugares com a rapidez do relâmpago. (P. 213)
181. Tomando por ponto de partida os atributos de Deus e a natureza do homem, Kardec mostrou qual devia ser o nosso futuro espiritual. Delanne resume, então, a teoria exposta na Doutrina Espírita, segundo a qual os Espíritos são os construtores do seu futuro e sua situação, na vida de além-túmulo, é o resultado do seu estado moral e dos esforços feitos para se elevar no caminho do bem. (PP. 215 a 218)
182. Falando sobre a reencarnação, Delanne diz que a lei das vidas sucessivas é-nos ensinada pelos Espíritos instruídos e testemunhada por milhares de almas que se comunicam, o que dá a essa crença a autoridade dos fatos. (P. 218)
183. Na sequência, Delanne reproduz o estudo feito por Kardec no item 222 d’O Livro dos Espíritos, acerca da pluralidade das existências corporais, que foi ensinada na antiguidade por Platão, Plotino, Porfírio, Orígenes e, nos tempos modernos, é defendida por Charles Bonnet, Dupont de Nemours, Savy, Ballanche, Jean Reynaud, Henri Martin, Esquiros, Flammarion e tantos outros. (PP. 218 a 221)
184. A pluralidade das existências, assevera Delanne, tem, pois, a seu favor a autoridade da tradição, da razão e da experiência, e é lógico que seja aceita com entusiasmo por todos os que já sentiram o vácuo das outras teorias. (P. 221)
185. Com a reencarnação, o Universo aparece-nos povoado de seres que já percorreram em todos os sentidos o infinito da imensidade. E, no sentido oposto, quão pequena e mesquinha é a teoria que circunscreve a Humanidade a um imperceptível ponto do espaço e no-la mostra começando em dado instante para acabar igualmente com o mundo que a sustenta, não abraçando assim senão um minuto na eternidade! (PP. 221 e 222)
186. Alguns por certo perguntarão: Se tal ponto de vista for correto, por que o Poder Criador não revelou desde o princípio a verdadeira natureza do homem e seus destinos? A resposta é simples. Deus não revelou isso desde logo, pelo mesmo motivo que não se ensina à criança o que é próprio da idade madura. A revelação limitada foi suficiente durante certo período da Humanidade, mas Deus a concede proporcionalmente às forças do Espírito. (P. 223)
187. Aqueles que recebem hoje uma revelação mais completa são os mesmos Espíritos que já a receberam de modo parcial em outras épocas, mas que, desde então, aumentaram sua inteligência. (P. 223)
188. De todo o exposto, assevera Delanne, resulta que o Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência experimental; que não foi constituído sobre ideias preconcebidas; que não é obra de um homem nem de uma seita, mas sim produto direto da observação. (P. 225)
189. A filosofia espírita alenta o coração. Considera os infelizes, os deserdados deste mundo como irmãos a quem devemos apoiar. Deixa claro que é uma simples questão de tempo a distância que separa o selvagem mais embrutecido e o homem de gênio. No domínio moral, dá-se ainda o mesmo fato: monstros como Nero e Calígula podem, no futuro, elevar-se ao grau sublime de um São Vicente de Paulo. (P. 226)
190. O egoísmo é inteiramente destruído pelo Espiritismo, que proclama que ninguém pode ser feliz se não amar seus irmãos e se não os ajudar a progredir moral e intelectualmente. (PP. 226 e 227)
191. Nenhuma filosofia se elevou a tão grandiosa concepção da vida universal; nenhuma pregou moral tão pura! É por isso que nos apresentamos audazmente ao mundo, apoiados nas bases inabaláveis da certeza científica. (P. 227)
192. O Espiritismo é uma ciência progressiva. Baseia-se na revelação dos Espíritos e na análise minuciosa dos fatos. Não tem dogmas nem doutrina cuja discussão seja interdita. (P. 227)
193. Além da comunicação entre os vivos e os mortos e do princípio da reencarnação, que estão absolutamente demonstrados, admitimos todas as teorias racionais que se referem à origem e ao futuro da alma. Em uma palavra – assevera Delanne –, somos os positivistas do espiritualismo, e isso nos dá uma superioridade incontestável sobre as outras filosofias, cujos adeptos se conservam encerrados em estreitas malhas. (P. 227)

Respostas às questões preliminares

A. Que é que faz a força do Espiritismo?
É sobretudo para os miseráveis e os deserdados deste mundo que a sublime prova da imortalidade é doce e consoladora, pois a certeza de vida melhor anima o trabalhador na luta que diariamente trava contra a necessidade. O tempo da fé cega passou e é necessário, hoje, para que uma teoria filosófica moral ou religiosa seja aceita, que ela repouse no fundamento inabalável da demonstração científica. É isso, a demonstração científica da imortalidade, que faz a força do Espiritismo e explica sua enorme aceitação. (O Fenômeno Espírita, págs. 211 e 212.)
B. De que depende, na vida de além-túmulo, a situação dos que deixam a Terra?
Segundo a Doutrina Espírita, os Espíritos são os construtores do seu próprio futuro e sua situação, na vida de além-túmulo, é o resultado do seu estado moral e dos esforços feitos para se elevar no caminho do bem. (Obra citada, págs. 213 a 218.)
C. Que ensina Delanne sobre a reencarnação e suas provas?
Delanne afirma que a lei das vidas sucessivas é-nos ensinada pelos Espíritos instruídos e testemunhada por milhares de almas que se comunicam, o que dá a essa crença a autoridade dos fatos. A pluralidade das existências tem, ainda, a seu favor a autoridade da tradição, da razão e da experiência, e é lógico que seja aceita com entusiasmo por todos os que já sentiram o vácuo das outras teorias. (Obra citada, págs. 218 a 223.)
D. Que considerações finais faz Delanne a respeito do Espiritismo?
Segundo Delanne, o Espiritismo é, antes de tudo, uma ciência experimental, não foi constituído sobre ideias preconcebidas, não é obra de um homem nem de uma seita, mas sim produto direto da observação. A filosofia espírita, diz ele, alenta o coração, considera os infelizes, os deserdados deste mundo como irmãos a quem devemos apoiar, e ensina que ninguém pode ser feliz se não amar seus irmãos e se não os ajudar a progredir moral e intelectualmente. (Obra citada, págs. 225 a 227.)


Observação:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:





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