sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019





O Fenômeno Espírita

Gabriel Delanne

Parte 10

Damos sequência ao estudo do clássico O Fenômeno Espírita, de Gabriel Delanne, conforme o texto da 4ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, com base em tradução de Francisco Raymundo Ewerton Quadros. O estudo será aqui apresentado em 12 partes.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

Questões preliminares

A. Que disse Delanne a respeito das ideias de Lombroso?
B. Diante da exuberância de provas trazidas pelos próprios Espíritos, como Delanne classifica as teorias materialistas?
C. Que conselho Delanne nos dá a propósito das obras de Allan Kardec?
D. Que condições são necessárias para o êxito de uma sessão espírita?

Texto para leitura

150. Lombroso caiu, diz Delanne, no mesmo engano em que se precipitaram os Srs. Babinet, Faraday, Chevreul e tantos outros. Ora, como pode um homem de ciência, depois de assistir apenas a duas sessões, formular toda uma teoria sobre o assunto? Viu ele, porventura, todos os fenômenos produzidos pelos Espíritos? Viu a escrita direta, as fotografias de Espíritos, as moldagens? Não. Lombroso examinou uma diminuta parcela dos fatos espíritas e, apesar disso, não teme proclamar haver descoberto a causa desses fenômenos. (PP. 194 e 195)
151. Admitamos que Eusápia seja neuropata e histérica. Suponhamos mesmo que ela carregue todas as anomalias imagináveis do sistema nervoso. Explicará isso – pergunta Delanne –: 1º - o passeio da campainha pelo espaço? 2º - o deslocamento de um grande móvel, como se fosse um paquiderme? 3º - o puxamento da barba de um dos respeitáveis professores presentes à sessão? 4º - o transporte do prato de farinha? (Os quatro fenômenos mencionados foram presenciados e relatados por Lombroso.) (P. 196)
152. O professor Vizioli, presente na experiência, sentiu um contato de mão pequena e fria. Como a força do médium – indaga Delanne – poderia transformar-se em mão? (P. 196)
153. Assim argumentando e mostrando a insuficiência das explicações do professor Lombroso, Delanne rebate, uma a uma, as hipóteses estapafúrdias do eminente cientista, as quais, na verdade, não diferem muito de outras teorias formuladas anteriormente por outros opositores das ideias espíritas, como o sr. Pierre Janet. (PP. 196 a 198)
154. Concluindo sua análise, Delanne grafou este conselho: “Que o professor Lombroso estude mais e, talvez, melhor instruído, encontre enfim uma explicação menos banal e mais adequada aos fatos, tais são os nossos votos”. Não se sabe se Lombroso tomou conhecimento deste conselho, mas, sem dúvida, Delanne foi um sábio em sua previsão. (P. 198)
155. Fechando o capítulo, diz Delanne que todos aqueles que têm um nome no domínio das ciências foram chamados a se pronunciarem, e os mestres mais competentes, quando aplicaram tempo suficiente às investigações espíritas, proclamaram a incontestável realidade das manifestações. Por sua vez, os Espíritos, não se contentando em falar pela mesa e pela escrita, não satisfeitos em se fazerem ver ou ouvir, escrevem diretamente, aparecem aos olhos de toda uma assembleia, deixam-se fotografar e, como lembrança da sua passagem, permitem que partes de seu corpo sejam reproduzidas, na mais cabal e menos contestável prova da existência da alma depois da morte corporal. (P. 199)
156. Diante dessa exuberância de provas, as teorias materialistas não são mais que orgulhosas declarações, sem apoio real. As religiões sentem desabar a sua andaimaria de dogmas e de mistérios. E, sobre essas ruínas amontoadas, paira a alta e serena doutrina da imortalidade, perpetuando a vida inesgotável através do infinito dos tempos. (P. 199)
157. É pelo estudo do mundo de além-túmulo que se explicam as dificuldades da vida terrena. É na Erraticidade que se verifica a execução dessa justiça, tantas vezes desfalecente em nosso mundo. É aí, enfim, que se encontra essa felicidade, em cuja procura aqui se gasta a vida inteira, e onde o Espírito, desembaraçado dos cuidados materiais, pode entrever a verdadeira fraternidade: o amor sem limites de cada um por todos e de todos por cada um. (PP. 199 e 200)
158. “Espalhemos profusamente estas ideias – propõe Delanne –, elevemos o coração até essas alturas serenas donde o egoísmo é banido, e teremos feito uma obra de bons cidadãos, e teremos preparado o advento do reinado da verdade, que é concórdia e fraternidade.”  (P. 200)
159. O Espiritismo, diz Delanne, não é uma religião: não tem dogmas nem mistérios nem ritual. É uma ciência de experimentação, da qual emanam consequências morais e filosóficas cuja importância é considerável. Allan Kardec devotou-se pacientemente a esse trabalho e suas obras encerram os dados mais completos que possuímos acerca do mundo de além. Há trinta e cinco anos que vemos diariamente verificados todos os seus ensinos, podendo julgar-se de seu valor por não terem sido contraditados. (N.R.: A definição do Espiritismo como ciência segue a linha e os mesmos motivos adotados por Kardec. O Codificador explicou bem isso na Revista Espírita de dezembro de 1868, pág. 351.)  (P.  201)
160. Dito isto, Delanne assevera: “Nada podemos fazer de melhor que convidar os investigadores a se aprofundarem no estudo das obras desse eminente homem; nelas encontrarão resposta a todas as questões embaraçantes e, seja qual for o assunto, vê-lo-ão elucidado de um modo claro e lógico”. Em seguida, diz ele que seu trabalho aqui é resumir, abreviar as instruções relativas à evocação dos Espíritos, mas convida todos a lerem O Livro dos Médiuns, para os desenvolvimentos que os limites desta obra não permitem dar. (P. 201)
161. Uma das primeiras condições, quando se pretende evocar os mortos, é a concentração. Não há, para isso, necessidade de preces, mas a calma e o recolhimento são condições indispensáveis a uma boa reunião. (N.R.: A prece na abertura das sessões mediúnicas é expressamente recomendada nas obras de Kardec, sobretudo pelo Espírito de Santo Agostinho, o que pode ser verificado em O Livro dos Médiuns.) (P. 202)
162. Tanto quanto possível, diz Delanne, é necessário que a reunião se dê no mesmo local, nos mesmos dias da semana e às mesmas horas, embora essa recomendação não tenha um valor absoluto. (P. 202)

Respostas às questões preliminares

A. Que disse Delanne a respeito das ideias de Lombroso?
Ele rebateu, uma a uma, as hipóteses estapafúrdias do eminente cientista, as quais, na verdade, não diferiam muito de outras teorias formuladas anteriormente por outros opositores das ideias espíritas, como o sr. Janet. Concluindo a análise, Delanne grafou este conselho: “Que o professor Lombroso estude mais e, talvez, melhor instruído, encontre enfim uma explicação menos banal e mais adequada aos fatos, tais são os nossos votos”. (O Fenômeno Espírita, págs. 194 a 198.)
B. Diante da exuberância de provas trazidas pelos próprios Espíritos, como Delanne classifica as teorias materialistas?
Ele as considera como simples declarações, eivadas de orgulho e sem apoio real. (Obra citada, págs. 199 e 200.)
C. Que conselho Delanne nos dá a propósito das obras de Allan Kardec?
Depois de dizer que as obras de Kardec encerram os dados mais completos que possuímos acerca do mundo de além, com a vantagem de jamais haverem sido contraditados, Delanne acrescentou: “Nada podemos fazer de melhor que convidar os investigadores a se aprofundarem no estudo das obras desse eminente homem; nelas encontrarão resposta a todas as questões embaraçantes e, seja qual for o assunto, vê-lo-ão elucidado de um modo claro e lógico”. (Obra citada, pág. 201.)
D. Que condições são necessárias para o êxito de uma sessão espírita?
Uma das primeiras condições, quando se pretende evocar os mortos, é a concentração. A calma e o recolhimento são condições indispensáveis a uma boa reunião. É necessário também, sempre que possível, que a reunião se dê no mesmo local, nos mesmos dias da semana e às mesmas horas, embora essa recomendação não tenha um valor absoluto. (Obra citada, pág. 202.)


Observação:
Eis os links que remetem aos três últimos textos:





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