A missão de Jesus
Este é o módulo 129 de uma série que
esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita.
Cada módulo compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para
leitura.
As respostas correspondentes às
questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para
leitura.
Questões para debate
1. Em que consistiu, verdadeiramente, a missão de Jesus?
2. Diz Mateus que o povo israelita admirava o modo como Jesus falava. Por
quê?
3. Que recurso estilístico Jesus utilizava costumeiramente em suas
pregações?
4. Muitas revelações nos foram feitas por Jesus. Mencione, dentre elas,
as que considere mais importantes.
5. O Espiritismo não considera milagres nem as curas nem os prodígios
operados por Jesus. O verdadeiro milagre que ele operou foi outro. Que milagre
foi esse?
Texto para leitura
O povo israelita
achava que Jesus ensinava como quem tinha autoridade
1. Jesus veio ao mundo para, como profetizou Isaías, fazer raiar a luz
aos que se achavam na região da morte, dar crença aos que não a tinham, guiar
os que se haviam perdido e se achavam desviados da estrada da vida e,
finalmente, apresentar-se a todos como o modelo, o paradigma, o enviado de
Deus, o único capacitado a legar a nós um ensino puro e perfeito. É daí que
surgiria a conhecida sentença que o evangelista João lhe atribuiu: “Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim” (João, 14:6).
2. Descendo de Esfera Superior, Jesus surgiu entre os terráqueos, não
entre sedas e alabastros, mas em humílima e tosca estrebaria. Apresentando-se
como o Messias anunciado pelos profetas da Antiguidade, foi recebido com
desconfiança, até mesmo por João Batista, o precursor, que certa vez enviou
dois emissários para saberem se ele era, realmente, o esperado Filho de Deus.
Iniciando a pregação do Reino do Céu, não conseguiu o entendimento imediato nem
ao menos de seus discípulos. E desse modo exerceria seu ministério, entre
incompreensão e desprezo, amargura e solidão.
3. Ninguém ignora a extrema simplicidade, a completa humildade, a
pobreza, o desatavio e a singeleza com que Jesus marcou sua presença e seu
messianato em nosso planeta. Sem ter sequer onde reclinar a cabeça e sem nada
possuir em termos materiais, cercou-se de pessoas incultas e reuniu em torno de
si amigos rudes e iletrados de uma das regiões mais pobres pertencentes ao
Império Romano. Peregrino paupérrimo, sem bolsa nem cajado, jamais ocupou
qualquer cátedra e, sem nada haver escrito, dividiu as eras terrestres em antes
e depois dele, como ninguém jamais o fez, permanecendo para sempre como a maior
presença, o mais alto marco, a mais elevada e imorredoura expressão de toda a
história humana, em todas as épocas do mundo.
4. Um fato, porém, digno de nota é que, apesar da resistência dos
israelitas em reconhecê-lo como o Messias predito nas Escrituras, o povo que o
escutava admirava sua doutrina porque percebia que ele ensinava como quem tinha
autoridade, uma qualidade que não se destacava nas explanações feitas pelos
escribas (Mateus, 7:28-29).
Verdades
transcendentais e importantes nos foram trazidas por Jesus
5. Com efeito, os escribas e os rabinos do mosaísmo, ao contrário,
costumavam ser muito minudentes na explanação dos cerimoniais e das práticas exteriores
do culto, mas nunca haviam exposto verdades tão profundas nem lhe
sensibilizaram os corações com tão expressivos apelos à retidão do caráter, à
brandura, à caridade, à misericórdia, ao perdão, à tolerância e ao desapego dos
bens terrenos, como Jesus fez no sermão do monte e em inúmeras outras ocasiões.
6. Como sábio educador que sempre foi, o Mestre recorria com frequência
às parábolas a fim de melhor interessar e impressionar seus ouvintes. Esse
recurso fez com que seus ensinamentos atingissem diretamente as mentes e os
corações dos homens e, além disso, se perpetuassem na memória dos povos ao
longo dos séculos.
7. Verdades transcendentais e importantes nos foram trazidas por Jesus e
registradas nos Evangelhos. O Cristo nos revelou a amorosa paternidade do Deus
Eterno, conscientizou-nos de sua onipotente bondade, de sua misericórdia e
infalível justiça, de sua presença onímoda e perene, ensinando-nos a elevar até
Ele a força do nosso pensamento e a confiar com filial devoção na sua
infatigável providência.
8. Ao proclamar esta síntese da justiça indefectível – “A cada um será
dado segundo suas obras” –, o Cristianismo se firma como a doutrina da
moralização dos costumes e da ética em seus aspectos mais excelentes. Longe de
se constituir em uma nova seita ou um novo partido, é ele, na verdade, um
código de moral que abrange o direito de todos e estabelece, ao mesmo tempo, a
responsabilidade de cada indivíduo segundo as condições em que se encontra e a
influência que exerce no seio da coletividade.
O verdadeiro milagre
de Jesus não consistiu nas curas que operou
9. Para ser cristão, no verdadeiro sentido da palavra, é preciso, acima
de tudo, ser fiel a Deus, não apenas nos momentos de tranquilidade, mas
sobretudo nas horas tormentosas, em que tudo parece desabar e perecer. O divino
legado de Jesus, que a Humanidade ainda não consegue entender, é o de um mundo
feliz, de paz e de amor, sem injustiças, sem opróbrios, sem miséria, sem
orfandade, sem crimes, sem ódios, sem fratricídios e sem guerras.
10. No exercício de sua missão de amor, Jesus operou fenômenos
considerados milagrosos; no entanto, as curas e os prodígios por ele realizados
pertencem em sua maioria à ordem dos fenômenos psíquicos, ou seja, fenômenos
que têm como causa primária as faculdades e os atributos da alma, razão pela
qual muitos deles foram repetidos ao longo da história por indivíduos diversos,
confirmando esta conhecida assertiva do Messias: “O que eu faço vós podeis
fazer também, e muito mais”.
11. Espírito perfeito e sábio, Jesus operava prodígios aos olhos dos
terrícolas ainda ignorantes, sem derrogar nenhuma lei da natureza. Manipulava
os fluidos como lúcido conhecedor de suas propriedades e qualidades e,
portanto, não há por que falar em milagres nas curas que operou. (Consulte-se
sobre o assunto o livro “A Gênese”, de Allan Kardec, cap. XIV e XV.)
12. O verdadeiro milagre de sua passagem pela Terra foi outro, ou seja,
ter conseguido em pouco mais de três anos, sem nada haver escrito e vivendo
numa das regiões mais pobres de sua época, modificar a face espiritual do mundo
em que vivemos, o qual, desde então, divide a sua história em “antes” e
“depois” do Cristo.
Respostas às questões
propostas
1. Em que consistiu,
verdadeiramente, a missão de Jesus?
Jesus veio ao mundo para fazer raiar a luz aos que se achavam na região
da morte, dar crença aos que não a tinham, guiar os que se haviam perdido e se
achavam desviados da estrada da vida e, finalmente, apresentar-se a todos como
o modelo, o paradigma, o enviado de Deus, o único capacitado a legar a nós um
ensino puro e perfeito.
2. Diz Mateus que o
povo israelita admirava o modo como Jesus falava. Por quê?
O povo que o escutava admirava sua doutrina porque percebia que ele
ensinava como quem tinha autoridade, uma qualidade que não se destacava nas
explanações feitas pelos escribas.
3. Que recurso
estilístico Jesus utilizava costumeiramente em suas pregações?
O Mestre recorria com frequência às parábolas a fim de melhor interessar
e impressionar seus ouvintes. Esse recurso fez com que seus ensinamentos
atingissem diretamente as mentes e os corações dos homens e, além disso, se
perpetuassem na memória dos povos ao longo dos séculos.
4. Muitas revelações
nos foram feitas por Jesus. Mencione, dentre elas, as que considere mais
importantes.
Ele nos revelou a amorosa paternidade do Deus Eterno, conscientizou-nos
de sua onipotente bondade, de sua misericórdia e infalível justiça, de sua
presença onímoda e perene, ensinando-nos a elevar até Ele a força do nosso
pensamento e a confiar com filial devoção na sua infatigável providência. O
divino legado de Jesus, que a Humanidade ainda não consegue entender, é o de um
mundo feliz, de paz e de amor, sem injustiças, sem opróbrios, sem miséria, sem
orfandade, sem crimes, sem ódios, sem fratricídios e sem guerras.
5. O Espiritismo não
considera milagres nem as curas nem os prodígios operados por Jesus. O
verdadeiro milagre que ele operou foi outro. Que milagre foi esse?
Espírito perfeito e sábio, Jesus operava prodígios aos olhos dos
terrícolas ainda ignorantes, sem derrogar nenhuma lei da natureza. Mas o
verdadeiro milagre de sua passagem pela Terra foi outro, ou seja, ter
conseguido em pouco mais de três anos, sem nada haver escrito e vivendo numa
das regiões mais pobres de sua época, modificar a face espiritual do mundo em
que vivemos, o qual, desde então, divide a sua história em “antes” e “depois”
do Cristo.
Bibliografia:
A Gênese, de Allan Kardec,
cap. XIV, item 31, e cap. XV, itens 1 e 2.
Boa Nova, de Humberto de
Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 48.
O Espírito do
Cristianismo, de Cairbar Schutel, p. 20.
Páginas de
Espiritismo Cristão, de Rodolfo Calligaris, pp. 172 e 173.
O Sermão da Montanha, de Rodolfo
Calligaris, pp. 209 e 210.
A Caminho da Luz, de Emmanuel,
psicografado por Francisco Cândido Xavier, p. 108.
Em torno do Mestre, de Vinícius, pp.
128, 229, 235 e 304.
Observação:
Eis os links que
remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 126 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/moises-e-primeira-revelacao-este-e-o.html
Módulo 127 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/o-advento-de-jesus-este-e-o-modulo-127.html
Módulo 128 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/a-equipe-espiritualde-jesus-este-e-o.html
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