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sábado, 15 de junho de 2019




Humildade, uma virtude difícil

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na obra intitulada Painéis da Obsessão, psicografada por Divaldo Franco, diz que a humildade é virtude escassa na humanidade. Nesse livro, entre outros casos, lemos a história de Argos, que tivera moratória de cinco anos de vida, após ser submetido a uma cirurgia de ablação dum pulmão, gravemente afetado pela tuberculose.
Casado há pouco tempo com Áurea, ambos frequentavam um grupo espírita, e ele fizera comovente prece solicitando amparo espiritual, sob a promessa de dedicar-se permanentemente “com todos os recursos” ao exercício do amor, para superar o orgulho e conquistar a “comunhão fraternal” com seus inimigos de vida pregressa. Em especial, sua dívida de existência passada era com o Espírito Felipe, a quem assassinara com florete enfiado no pulmão...
Argos, porém, tão logo teve alta, afastara-se da convivência fraterna. Diz Philomeno de Miranda que “Argos foi-se afastando do convívio físico e psíquico dos companheiros operosos e aliando-se aos mais irresponsáveis [...]” (op. cit. Ed. LEAL, 2015, p. 233).
Em consequência, ele enfraqueceu-se organicamente e voltou a ter problemas respiratórios, com gripes e dispneias frequentes. Sua própria esposa, embora mais dedicada que o marido às atividades mediúnicas do centro que frequentava, não ficara livre das influências espirituais negativas. Não somente as do Espírito Felipe, inimigo de ambos, como as do próprio marido, que lhe requeria cada vez mais cuidados.
Após considerações sobre o orgulho, disfarçado em humildade por conveniência, Miranda esclarece-nos que a prepotência é uma das causas do fracasso humano. Com isso, os inimigos do Além conquistam seu domínio no cotidiano dessas pessoas. Não foi à toa que Jesus Cristo nos recomendou vigiar e orar, para não sermos tentados e derrubados de nosso falso pedestal.
Argos presumia-se mais importante do que o era, de fato, nos trabalhos do centro que frequentava. Possuía boa vontade, mas desejava impor uma liderança insustentável, por falta de mérito próprio. Tendo em vista os pensamentos negativos que emitia, por não ver seus caprichos atendidos, afastou-se da convivência do grupo que o acolhera fraternalmente. Embora tendo escapado da desencarnação imediata, quando orou com sincero desejo de renovação espiritual, deixou-se dominar pelo orgulho e tornou-se presa fácil do Espírito Felipe. A falta de humildade fora o ponto frágil de sua alma, que o deixaria em situação de grande sofrimento depurador, pois Deus jamais desampara seus filhos. Diz Miranda que

Não são poucos os candidatos à evolução que tombam no caminho, apesar de possuidores de boa vontade, que é uma excelente qualidade para o cometimento. Entretanto, distraídos da vivência da humildade, abandonam o compromisso na primeira oportunidade, vitimados pelo desalento, pela amargura, ou vencidos por intempestivo cansaço de que se fazem fáceis presas (op. cit., p. 237).





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