Quando as mesas “falavam”
JORGE LEITE DE
OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
E,
respondendo Ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras
clamarão (Lucas, 19: 40).
As
palavras acima foram ditas por Jesus aos fariseus que lhe pediram repreendesse os
discípulos do Senhor, quando este entrou triunfalmente em Jerusalém, e a
multidão dos discípulos o saudou, perto da descida do monte das Oliveiras, e
louvava a Deus, em alta voz, por todas as maravilhas que tinha visto.
O
Cristo também anunciou que todos os prodígios produzidos por Ele também
poderiam ser realizados por nós, se tivéssemos fé. E, no capítulo 14 de João, o
Mestre promete-nos o advento do Consolador, para ficar eternamente conosco.
Era
preciso algo que se contrapusesse ao incremento das ideias materialistas e seu
cortejo de desgraças e negações. Então, desde 31 de outubro de 1848, as
manifestações mediúnicas, que sempre existiram na humanidade, explodiram, por
assim dizer, principalmente, na América e na Europa.
Esses
fenômenos despertaram a curiosidade de grande quantidade de homens de ciência.
Um deles foi Robert Dale Owen, que, em sua obra Região em Litígio, narra-nos inúmeros fatos citados por pessoas
idôneas ou observados pessoalmente por ele. Alguns deles referem-se às
comunicações dos Espíritos por intermédio de pancadas ou elevações ao ar de
mesas, em torno das quais se reuniam as pessoas.
Eis
alguns desses impressionantes fatos.
O
primeiro foi produzido na sala de jantar do Sr. Underhill, sua mulher, Kate
Fox, Chambers e Dale Owen, cujos detalhes podem ser lidos na obra citada acima,
traduzida e publicada pela Federação Espírita Brasileira:
Achando-se
a mesa suspensa e a balança indicando o peso de 55 quilos, pedimos que
diminuísse seu peso. Em poucos segundos, o braço da balança teve de ser
diminuído, até indicar 45 quilos [...]. Então, pedimos que aumentassem o peso e
este subiu a 58 e depois a 65 quilos! (OWEN, R. D. Região em Litígio. 5. ed. FEB, 2006, p. 331).
O
segundo realizou-se, sem contato físico de ninguém, no mesmo lugar e em nova
data, com as mesmas pessoas, apenas com Harrison Gray Dyar, de New York, em
substituição a Chambers, em local bastante iluminado. A mesa ergueu-se com o
toque dos dedos de todos, mas, atendendo a pedidos, manteve-se suspensa no ar
alguns segundos e depois pousou suavemente na sala. Em seguida, perguntado se
ela poderia erguer-se sem o contato dos dedos das pessoas presentes, ela respondeu
que sim e ergueu-se novamente por alguns segundos. Finalmente, pousou
lentamente até tocar o assoalho com leveza (id., p. 333).
Outros
dois fenômenos ocorreram na residência de outra pessoa, que não conhecia o
Espiritismo e nem acreditava nos fenômenos mediúnicos. Um dos filhos de B.,
amigo de Owen, chamado Carlos possuía “excelentes faculdades espirituais”. Num
deles, a mesa, de pouco mais de nove quilos, ergueu-se de um lado para o outro.
Depois, tornou-se tão pesada que era como se pesasse noventa quilos, para, em
seguida, ficar tão leve como se tivesse a metade do seu peso, ou seja, 4,5
quilos. Finalmente, a mesa ergueu-se tão alto que mal podia ser tocada com a
ponta dos dedos (op.
cit., p. 335).
Na
segunda sessão, havia apenas três pessoas: Dale Owen, N. e o médium Carlos.
Nessa sessão, a mesa tornou-se tão pesada que ninguém seria capaz de movê-la do
lugar. Em seguida, a mesa elevou-se por três vezes. Nas duas primeiras
elevações da mesa, podia-se tocá-la, ainda que com a ponta dos dedos. Na terceira
elevação, ela já não podia ser alcançada e girou oito ou dez vezes no ar, antes
de descer (id.,
p. 336).
Tudo
isso, e outros fenômenos de materializações de Espíritos e suas comunicações
com as pessoas presentes, aconteceu para demonstrar à humanidade a realidade do
mundo espiritual, por meio de observações e experimentações, métodos sugeridos
por Kardec e utilizados pelos pesquisadores sérios. Daí surgiria, sob a
coordenação do Espírito de Verdade, a Doutrina Espírita, que continua, em
nossos dias, abrindo os olhos e ouvidos de quem tem “olhos para ver e ouvidos
para ouvir”, como já nos advertira Jesus, nosso irmão maior, o Cristo de
Deus!
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