sábado, 21 de dezembro de 2019




Quando as mesas “falavam”

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

E, respondendo Ele, disse-lhes: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão (Lucas, 19: 40).

As palavras acima foram ditas por Jesus aos fariseus que lhe pediram repreendesse os discípulos do Senhor, quando este entrou triunfalmente em Jerusalém, e a multidão dos discípulos o saudou, perto da descida do monte das Oliveiras, e louvava a Deus, em alta voz, por todas as maravilhas que tinha visto.
O Cristo também anunciou que todos os prodígios produzidos por Ele também poderiam ser realizados por nós, se tivéssemos fé. E, no capítulo 14 de João, o Mestre promete-nos o advento do Consolador, para ficar eternamente conosco.
Era preciso algo que se contrapusesse ao incremento das ideias materialistas e seu cortejo de desgraças e negações. Então, desde 31 de outubro de 1848, as manifestações mediúnicas, que sempre existiram na humanidade, explodiram, por assim dizer, principalmente, na América e na Europa.
Esses fenômenos despertaram a curiosidade de grande quantidade de homens de ciência. Um deles foi Robert Dale Owen, que, em sua obra Região em Litígio, narra-nos inúmeros fatos citados por pessoas idôneas ou observados pessoalmente por ele. Alguns deles referem-se às comunicações dos Espíritos por intermédio de pancadas ou elevações ao ar de mesas, em torno das quais se reuniam as pessoas.
Eis alguns desses impressionantes fatos.
O primeiro foi produzido na sala de jantar do Sr. Underhill, sua mulher, Kate Fox, Chambers e Dale Owen, cujos detalhes podem ser lidos na obra citada acima, traduzida e publicada pela Federação Espírita Brasileira:
Achando-se a mesa suspensa e a balança indicando o peso de 55 quilos, pedimos que diminuísse seu peso. Em poucos segundos, o braço da balança teve de ser diminuído, até indicar 45 quilos [...]. Então, pedimos que aumentassem o peso e este subiu a 58 e depois a 65 quilos! (OWEN, R. D. Região em Litígio. 5. ed. FEB, 2006, p. 331).
O segundo realizou-se, sem contato físico de ninguém, no mesmo lugar e em nova data, com as mesmas pessoas, apenas com Harrison Gray Dyar, de New York, em substituição a Chambers, em local bastante iluminado. A mesa ergueu-se com o toque dos dedos de todos, mas, atendendo a pedidos, manteve-se suspensa no ar alguns segundos e depois pousou suavemente na sala. Em seguida, perguntado se ela poderia erguer-se sem o contato dos dedos das pessoas presentes, ela respondeu que sim e ergueu-se novamente por alguns segundos. Finalmente, pousou lentamente até tocar o assoalho com leveza (id., p. 333).
Outros dois fenômenos ocorreram na residência de outra pessoa, que não conhecia o Espiritismo e nem acreditava nos fenômenos mediúnicos. Um dos filhos de B., amigo de Owen, chamado Carlos possuía “excelentes faculdades espirituais”. Num deles, a mesa, de pouco mais de nove quilos, ergueu-se de um lado para o outro. Depois, tornou-se tão pesada que era como se pesasse noventa quilos, para, em seguida, ficar tão leve como se tivesse a metade do seu peso, ou seja, 4,5 quilos. Finalmente, a mesa ergueu-se tão alto que mal podia ser tocada com a ponta dos dedos (op. cit., p. 335).
Na segunda sessão, havia apenas três pessoas: Dale Owen, N. e o médium Carlos. Nessa sessão, a mesa tornou-se tão pesada que ninguém seria capaz de movê-la do lugar. Em seguida, a mesa elevou-se por três vezes. Nas duas primeiras elevações da mesa, podia-se tocá-la, ainda que com a ponta dos dedos. Na terceira elevação, ela já não podia ser alcançada e girou oito ou dez vezes no ar, antes de descer (id., p. 336).
Tudo isso, e outros fenômenos de materializações de Espíritos e suas comunicações com as pessoas presentes, aconteceu para demonstrar à humanidade a realidade do mundo espiritual, por meio de observações e experimentações, métodos sugeridos por Kardec e utilizados pelos pesquisadores sérios. Daí surgiria, sob a coordenação do Espírito de Verdade, a Doutrina Espírita, que continua, em nossos dias, abrindo os olhos e ouvidos de quem tem “olhos para ver e ouvidos para ouvir”, como já nos advertira Jesus, nosso irmão maior, o Cristo de Deus! 





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